Há cada vez mais instituições a reverem em baixa o crescimento do PIB para os próximos anos.
Em 2017 teremos 2,5% mas em 2018 andaremos nos 1,7% e não se espera melhor para os anos mais próximos. Aqui ao lado em Espanha que também passou por um programa de ajustamento o PIB cresce a 3% há já 3 anos.
E o que se passa na AutoEuropa pode significar um impacto bem negativo já este ano no PIB e no próximo ano. E este impacto ( a acontecer) ainda não está reflectido nas previsões.
A Moody´s espera um défice de 1,8% este ano (acima da perspectiva do Governo) e espera subida do défice para 2% em 2018 devido a algum relaxamento fiscal.
É, por isto, e não só que a dívida não desce e não sai do "lixo" nos próximos 12 meses .
É preciso continuar com a consolidação orçamental sem o que, o país, sentirá de imediato a pressão dos mercado,. Por cada "aumento" no lado da despesa temos um aumento no lado da receita. Agora é sobre a "fast food" como se fossem os ricos e os remediados a comerem a comida rápida e barata.
Parece que o governo lhes quer tratar da saúde. Bom argumento.
Reduzir drasticamente o investimento para alcançar o défice é a pior forma de o fazer.
Mas para o vice-diretor do Departamento de Assuntos Orçamentais do FMI, a consolidação tem de contar com medidas de melhor qualidade para que seja sustentável. “Por exemplo, o ajustamento ou a redução ligeira do défice nos últimos anos foi feita com base em cortes no investimento público”, criticou Senhadji. Para o Fundo essa não é uma política “correta”, dado que “prejudica o crescimento potencial” de um país.
E “o crescimento [económico] é crítico para levar o rácio da dívida para níveis sustentáveis”, acrescentou. Abdelhak Senhadji referiu que “as dinâmicas da dívida [pública] ainda não são realmente favoráveis a Portugal”. Ou seja, “existe um progresso significativo que tem de ser feito daqui em diante”, dado que em 2016 o rácio da dívida portuguesa colocou-a como a quarta maior a nível mundial.
Três agências de rating avisam. A consolidação orçamental vai precisar de medidas adicionais.
Entre outras coisas, notamos, contudo, que a projeção de crescimento assumida para o PIB parece pender para o lado otimista. O que implica que se o crescimento económico tiver um desempenho abaixo do previsto pelo governo, serão necessárias medidas de redução do défice adicionais, para cumprir o objetivo. Aí, acreditamos que a estabilidade do governo seria colocada em causa”
A S&P tornou-se quarta-feira a terceira agência de rating em dois dias a mostrar dúvidas em relação aos planos orçamentais do governo, depois de a Moody’s e a Fitch terem feito o mesmo.
Só o governo acredita num crescimento de 2,1% contra os 1,7% de todas as instituições financeiras. Para nossa desgraça é fácil perceber quem tem razão.
Segundo o CFP, para cumprir os compromissos europeus, é necessário que o orçamento de 2016 inclua medidas de consolidação no montante de pelo menos 2,5 mil milhões de euros, um valor equivalente ao "enorme aumento de impostos" de Vítor Gaspar em 2013.
Uma parte importante destas medidas corresponde à renovação ou extensão de decisões anteriores. Mas a perspetiva dos partidos à esquerda do PS é outra. Libertos do garrote da troika e sem preocupações com compromissos europeus, os 2,5 mil milhões são o tamanho e o elencar evidente das medidas de austeridade a repelir em 2016. Assim, é claro o seu objetivo: impedir que quaisquer destas medidas avancem. Sendo difícil de o fazer na oposição, a oferta do PS é extremamente apelativa: viabilizar o governo e fazer promessas de cooperação agora, para depois atuar de forma fiel aos seus propósitos políticos. E, de facto, a forma mais simples de ter grande impacto é não fazer nada, o que torna este risco muito significativo. Dado que os 2,5 mil milhões requerem um orçamento aprovado com medidas específicas, basta encontrar formas de protelar ao máximo a aprovação de um orçamento. Com as eleições e consequentes limitações de atuação presidencial, existe o risco real de não termos orçamento durante muito do ano de 2016.
Um retrocesso no quadro orçamental nacional com esta magnitude seria depois seguido por medidas de austeridade ainda mais gravosas em 2017, o que é evidente dado que entraria em atividade o procedimento que resulta da quebra das regras orçamentais europeias. Estaríamos literalmente a deitar fora vários anos sofridos de consolidação orçamental e a adiar significativamente o processo de ajustamento da nossa economia.