Aumento de salários não é certo e congelamento das carreiras é provável, eis como o governo está já a preparar o auncio da austeridade.
E o corte de salários não é afastado embora as respostas sejam prudentes. Claro que nunca será a primeira opção mas está em cima da mesa. Para já não teremos a troika que foi afastada com a ajuda da UE já anunciada. Mas é claro que vai exigir sacrificios.
Quando falei em rejeitar a austeridade o que quero dizer é exatamente isto: num momento em que a economia precisa de investimento e de rendimentos, até para que as pessoas possam dinamizar o consumo interno, até porque provavelmente o consumo externo sofrerá, [essas] não serão as primeiras medidas a privilegiar, mas eu neste momento não posso excluí-las liminarmente", diz.
"A incerteza é grande" e o Governo tomará as medidas que forem necessárias mas cortes salariais "não serão, provavelmente, a primeira opção" do Governo.
Se fosse contabilizado todo o tempo de carreira antes congelado aos professores, António Costa estima que o impacto global financeiro seria na ordem dos 600 milhões de euros. "Esses 600 milhões de euros não existem no Orçamento. Nem vi ninguém até agora dizer onde é que cortamos para compensar esses 600 milhões de euros, ou onde é que vão buscar receita para pagar esses 600 milhões de euros. Portanto, propor é fácil. Agora, o que é preciso é resolver"
As carreiras foram congeladas em 2010 e prosseguiram em 2011 por um governo do partido socialista. O actual governo do PS mantém o congelamento há dois anos pelo que adicionando chega-se à conclusão que metade do tempo do congelamento ( nove anos) é da responsabilidade de governos PS.
No PS, João Galamba admite que não é possível reconhecer “todo o tempo de serviço” dos funcionários públicos e fala na necessidade de “encontrar um mecanismo suficientemente dilatado no tempo para que, sem apagar o passado, não se comprometa o futuro”.
O socialista diz que há que “reconhecer essa dívida” que o Estado tem com essas carreiras que foram congeladas”, mas também reconhecer que “o país tem de ter finanças sólidas”.
"Muito do problema que agora se sente foi criado pelos senhores e pela expectativa que criaram que o problema era de fácil solução. Criaram expectativas a todos, de que era possível dar tudo. Estão a colher o que andaram a semear”, diz Duarte Marques do PSD.
Apenas com dois anos de governo temos aí as contradições insanáveis entre os partidos governamentais. Mariana Mortágua desafia Centeno a deixar a obsessão do défice, leia-se "vamos lá gastar mais dinheiro e romper com o Tratado Orçamental"
António Costa salvou a pele mas arranjou este arraial.
Até a mim, que não estou nada surpreendido, me doeu ouvir António Costa acerca da exigência dos sindicatos dos professores . Descongelar as carreiras incluindo os nove anos em disputa custa quase 700 milhões o que é orçamentalmente incomportável.
O primeiro ministro jurou que já deu tudo o que tinha a dar, tudo o que prometeu, tudo o acordado mas sempre com cobertura orçamental . Não há mais . E sem cobertura orçamental tem que se entrar na zona proibida .
Lá se vão os avanços . Para PCP e BE o fogo no rabo do Mário Nogueira é música . Entalam o governo seja qual for o avanço. Se o governo cede lá se vai a redução do défice e aumentam as cativações com as consequência conhecidas na qualidade dos serviços públicos. Se não cede o governo vai ser objecto de tiro ao alvo.
António Costa meteu-me pena tão atrapalhado estava mas não merece melhor sorte. Afinal só ele é que acreditava que PCP e BE se continham nos avanços .
O PCP até poderá estar de acordo com a CGTP mas não pode ser o factor causador de uma crise no governo. Vamos ter o PCP a engolir um sapo enquanto a CGTP se manifesta.
Na nota enviada, a CGTP promete lutar para impedir a aplicação destas medidas ( congelamento dos salários e da progressão das carreiras) e insta o Governo de António Costa a assumir as suas responsabilidades, não sendo “cúmplice daqueles que aspiram a que o tempo volte para trás”.
Já é hoje claro que o aumento do poder de compra não resultou em mais crescimento da economia. Sem mais exportações e mais investimento externo a situação do país não melhora. E os aumentos de salários prejudicam a competitividade das nossas exportações e a atracção do investimento.
O PCP vai ter que concordar com o orçamento de 2017 que adoptará medidas adicionais de ajustamento . A CGTP vai fazer pressão e as coisas vão azedar. Mas é claro que o PCP é demasiado pragmático para por em risco o governo . Até porque depois desta "cedência" da Comissão Europeia nas sanções o governo não tem por onde fugir.
Depois da reposição dos salários em 2016 para níveis de 2009 o ministro das finanças dá ordens para congelar salários em 2017 e para manter a regra por cada dois funcionários públicos que saem entra um.
Congelar progressões ate que seja possível atribuir “incentivos à produtividade no valor de 600 milhões de euros” nos três anos em causa (2018 a 2020). No fundo, explicou várias vezes o ministro nos últimos meses, a ideia é repor um esquema de progressões na carreira e de prémios à produtividade, de modo a tornar o emprego público mais competitivo e aliciante. Isso custará dinheiro, claro o que por enquanto não há.
Com a economia a afundar não pode ser de outra maneira quer o PCP e o BE queiram ou não.
Estamos contra, não aceitamos, exigimos este caminho de reposição de rendimentos...depois vamos ver amocham como os outros.
Ver o velho e coerente PC amarrado de pés e mãos e a engolir o próprio veneno dá que pensar. Como todos os outros há que ceder nos rendimentos e pensões para segurar os transportes estatais. E a tristeza de ver a CGTP a fazer de conta que se vai a eles...
Se o que está a acontecer fosse com um governo PSD não faltariam manifestações de rua mas como se trata da geringonça nem piam. Jogos de poder tal como todos os outros. Esperemos que acabe de vez aquela história da defesa intransigente dos trabalhadores em qualquer circunstância.
A UGT não ameaça, está disponível para negociar. Em 2017 os salários congelam. Mais uma palavra dada que não é honrada.
Que fechavam escolas, universidade e hospitais. As crianças não teriam que comer nas cantinas e a investigação perdia-se. Tudo por causa de uma norma do ministro Gaspar que mandava parar as compras para poder reflectir. O fim do mundo ou próximo.
Terminou agora com o prazo que a própria norma indicava. Nos primeiros dias os mesmos de sempre vieram para a comunicação social jurar a pés juntos que o país ia parar. Não parou. Como eles sempre souberam.
A declaração de caducidade do despacho foi feita através de um outro despacho assinado por Vítor Gaspar com data de 23 de Abril, mas que apenas esta quarta-feira foi publicado na página de internet da Direcção Geral do Orçamento. Nesse documento, Vítor Gaspar afirma que, com os ajustamentos da despesa para cada ministério decidido no Conselho de Ministros da semana passada, foi "atingido o objectivo para o qual foi elaborado" o despacho de congelamento da despesa.
Deste último despacho ninguém falou! Dezasseis dias que abalaram o mundo!