Manter centralizado no edifício da 5 de Outubro todo o sector da Educação é nuclear para a Frenprof . É, por isso, que a frente sindical sempre esteve contra a autonomia das escolas e agora está contra a municipalização escolar.
Mas como o que tem que ser tem muita força o sindicalista Nogueira vai de vitória em vitória até à derrota final. Os 9 anos seis meses e dois dias foram ao ar e agora vem aí a machadada final na festa escolar anual.
A colocação dos professores no ínicio do ano lectivo era um recreio. Manifestações e esperas à porta do ministério, ameaças e indignações. Mas servia para entreter e zangar todos aqueles que eram colocados todos os anos longe de casa.
O governo passou o recreio de anual para de quatro em quatro anos e logo esvaziou a azia. Agora permite que os professores que desejem se mantenham no quadro da escola em que trabalham e, assim, poderem planear a sua vida e a dos seus familiares. Com vantagens evidentes para os alunos .
A professora veio dizer que esteve 22 anos na escola de Ansão e que agora, mercê de um sistema centralizado, sindicalizado e cego de colocação dos professores, foi colocada a 200 kms de distância.
Não pediu nada, foi com tristeza que recebeu a notícia. Os seus alunos acompanham-na nessa tristeza.
Uma escola autónoma e de proximidade teria a possibilidade de renovar o contrato com esta professora . Director, colegas, alunos, população é o que desejam e facilmente chegariam a em consenso.
Há centenas se não milhares de professores nestas circunstâncias que desejam ficar na escola onde leccionam há anos e onde são felizes. E com o evoluir dos anos até poderiam tomar a decisão de mudar de residência com a entrada definitiva no quadro de professores da escola.
Ao fim de algum tempo restaria uma parcela marginal de professores que teria de ser colocada centralmente e assim poríamos fim a este circo anual da colocação de professores que, com as malas às costas, maldizem o seu destino.
Basta o querer político e sindical porque o presente sistema só interessa aos sindicatos para fazerem de cada inicio do ano lectivo uma feira e, aos burocratas do ministério, para não abandonarem a sua zona de conforto.
Autonomia e proximidade eis o que falta à escola pública para responder melhor às necessidades de professores de alunos.
Os pais desesperam, os alunos não têm colocação mas o ministro e a secretária de Estado ( com as filhas no Colégio Alemão) vão fechando boas escolas privadas em associação. Que a política do ministro tinha (tem) a ver com a necessidade de entregar o sistema aos sindicatos já sabíamos o que não sabíamos é que a realidade se impusesse tão depressa.
Nas boas escolas públicas não há vagas e nas más também não, mas vai ser nestas que vão ser colocadas as crianças que não têm meios para viverem numa zona decente.
Há duas semanas foi avançado que, só na região de Lisboa, existiam centenas de crianças em lista de espera para frequentar o ensino pré-escolar.
É este Estado anafado e ineficiente que quer dominar todo o sistema de ensino não temendo deixar de fora as crianças com maiores dificuldades sociais.
Boas escolas públicas cheias de alunos remediados; más escolas públicas cheias de alunos pobres; boas escolas privadas cheias de alunos ricos. É este o resultado da política comandada pelos sindicatos comunistas na Educação.
Portugal hoje colocou 1 300 milhões de euros a uma taxa próxima do zero e com uma procura superior a duas vezes o previsto.
" Os juros caíram em ambas as maturidades a 6 e 12 meses. De acordo com a Bloomberg, o IGCP levantou mil milhões de euros na maturidade mais longa, a um ano, e pagou um juro de 0,051%. Nesta linha a procura superou a oferta 2,06 vezes. No mais recente leilão a 12 meses, a 15 de Julho, Portugal levantou 1.135 milhões de euros, com uma 'yield' associada de 0,088%.
Já na maturidade mais curta, a seis meses o instituto liderado por Cristina Casalinho colocou 300 milhões de euros com uma taxa de juro de 0,006%, superando em quatro vezes a oferta. Na última emissão comparável, realizada também a 15 de Julho, Portugal levantou 650 milhões de euros nesta linha com uma taxa média ponderada de 0,014%.
O roll-rover da dívida está a fazer-se com significativas poupanças nos juros a pagar. Chama-se a isto reestruturar a dívida para quem não sabe.
Fazendo uma pesquisa na imprensa dos últimos 15 anos encontramos vários excelentes exemplos:
24Set 2010:Caos mantém-se duas semanas após o início das aulas; há 1110 vagas por preencher diz o Correio da Manhã; 15Set 2009:Concurso de professores gera mau estar, FENPROF diz que não foi transparente dizia ao DN; 13Set 2005: Apenas 17,5% das escolas estão em aulas dizia o Primeiro de Janeiro; 16Out 2004: Colocação de professores continua a gerar polémica segundo o Público; 24Set 2002: Milhares de professores não foram colocados, Diário Económico; 28Set 2001: Professores acusam Governo de criar instabilidade, dizia o Correio da Manhã;
Mais de dez Ministros depois, dezenas de Secretários de Estado, diversos Diretores gerais, muitos funcionários, e sempre com o mesmo líder sindical (o tal que não dá aulas há décadas), há milhares de professores que vivem todos os anos na insegurança de não saberem se têm ou não colocação.
Mas os que fazem barulho e se aproveitam politicamente do caos instalado são os mesmos que se opõem à mudança . Porque será ?
Todos os anos temos o mesmo arraial no início do ano lectivo. Na União Europeia a maior parte dos países recorre ao "recrutamento aberto"( com contratação pelas escolas ou autarquias, ou pelas duas entidades). Contudo, nos países do sul, como França, Portugal,Espanha, Itália ou Grécia, predomina o concurso com eventual recurso à existência prévia de uma lista classificada de candidatos. Em Portugal, desde que se começou a falar em "autonomia das escolas", que se começou também a falar na necessidade de flexibilizar a colocação de professores, com recurso à colocação directa pelos órgãos da direcção das escolas. Mas a transferência das competências e recursos que devia acompanhar a autonomia não passou de uma ficção.
O recurso ao "recrutamento aberto" através da contratação pelos agrupamentos faz todo o sentido desde que não seja uma medida avulsa. Tem de ser inserida no quadro de definição de reais "contratos de autonomia". Para isso é preciso confiar nas escolas e nos professores. ( Expresso).
O Nogueira ( Fenprof ) não se enxerga. Acha que o que corre mal na educação não tem nada a ver com as suas posições e as dos seus colegas sindicalistas.É possível colocar a partir do ministério, sem problemas, milhares de professores em milhares de escolas ? É claro que não, mas é o que os sindicatos comunistas defendem. A centralização democrática das elites esclarecidas.
Mais uma greve, mais uma manifestação, mais uma concentração em frente do ministério ou na Guarda no Dia de Portugal, mais acções de rua, não "é normalidade dentro da anormalidade"? Só o alucinado Nogueira é que não vê. "No final da conferência de imprensa, Mário Nogueira deixou ainda um apelo aos professores para que a 05 de outubro, Dia Mundial do Professor, participem nas ações de luta nas ruas, marcadas para as 14:30, no Rossio, em Lisboa,." Entretanto, como normal, já exigiu ao ministro uma reunião dentro de 48 horas. A não ser assim faz mais uma greve e recorre aos tribunais. Tudo normal dentro da anormalidade.