Há uma coligação de alguns países europeus que garante financiamento à investigação e produção de uma vacina. Coligação aberta a outros países europeus.
Já era conhecida esta parceria entre os quatro países e a empresa, que garantiu que não seria exclusiva e estava aberta a outras entradas, mas agora foi divulgado o valor do montante total.
Para além dos 300 milhões de doses, os países têm opção de adquirir mais 100 milhões no futuro. Para já, sabe-se que Itália vai pagar 185 milhões de euros por 75 milhões de doses da vacina, que está a ser administrada pela AstraZeneca e desenvolvida pela Universidade de Oxford.
O anúncio deste acordo foi feito pelo governo holandês, no passado sábado, que revelou que o plano inclui também a Alemanha, França e Itália e poderá ser extensível aos outros países da União Europeia.
A AstraZeneca também anunciou o acordo, revelando que as primeiras doses devem ser entregues aos países europeus no final do ano e que a companhia não terá qualquer lucro com o negócio durante a pandemia, com os custos de produção a serem financiados pelos países.
O PS veio pedir ao PSD “para que não façam coligações negativas que viabilizem propostas que o Governo considera inviáveis do ponto de vista orçamental”.
Ou seja, acordos com o PCP e Bloco de Esquerda são agora “coligações negativas”? Mas só neste ponto, dado que desde outubro de 2015 que o governo do PS vive amparado na “geringonça”, negociando tudo com os dois partidos de extrema-esquerda no Parlamento.
Claro que todo o discurso, falso e propagandístico, de “fim da austeridade” só poderia conduzir a este resultado. Se a “austeridade” acabou, então o que esperar senão um avolumar das revindicações de todos os grupos de interesses? Os professores, os polícias ou qualquer outro grupo está apenas a fazer o que lhes compete: defender os seus interesses. Já do lado do Governo é que fica a dúvida se estão a fazer o que lhes compete: defender o interesse de Portugal, e não apenas uma estratégia partidária de poder.
Aqui chegados, percebemos bem o que a “geringonça” representa: um acordo (im)possível, visando apenas o poder. À custa de tudo: à custa da normalidade democrática que durante 40 anos fez com que o partido mais votado, mesmo sem maioria absoluta, governasse (76-78; 85-87; 95-99 com António Guterres; 2009-2011 com Sócrates). À custa da responsabilidade orçamental. E à custa do interesse nacional.
"“Mas a ambição do homem é tão grande que, para satisfazer uma vontade presente, não pensa no mal que daí a algum tempo pode resultar dela.” Maquiavel
O BE rendeu-se ao poder. O recente estudo sobre a dívida mostra-o à evidência .O PCP continua a pugnar por uma renegociação de ruptura e o seu isolamento está cada vez mais próximo . A geringonça tem dias difíceis pela frente .
Este relatório sobre a sustentabilidade da dívida pública assinala um ponto de viragem. Receava-se, quando António Costa formou governo sob apoio parlamentar da extrema-esquerda, que esta arrastasse o PS consigo para o radicalismo eurocéptico. E discutia-se a possibilidade de, às custas dos socialistas, o Bloco de Esquerda crescer e ocupar mais espaço eleitoral. Em ambos os cenários, aconteceu o contrário. O que, de certo modo, é uma boa notícia: é sempre positivo para o sistema político quando um partido de protesto, como até agora foi o Bloco de Esquerda, sobrepõe o pragmatismo à ideologia e suja as mãos com os dilemas concretos da governação. Há uma coligação PS-BE na forja. E isso, no actual contexto político, implica deixar progressivamente o PCP de fora. Pode até faltar ainda muito tempo para eleições legislativas, mas já está uma guerra prestes a rebentar na geringonça.
A Fitch ( agência de notação financeira) teme que a coligação (PS+PCP+BE) atinja o ponto de ruptura ainda em 2016. Essa é uma das razões que levou a agência a baixar o "outlook" sobre Portugal de positivo para estável. As outras razões são as já conhecidas acerca da credibilidade do orçamento.
Estamos perante mais uma pazada de terra sobre a evolução da situação do país a juntar-se a tantas outras. E “atingir um equilíbrio entre o cumprimento das regras orçamentais europeias e as exigências do Bloco de Esquerda e do Partido Comunista está a mostrar-se uma tarefa difícil, o que cria riscos políticos significativos no curto prazo”.
Nada que não se soubesse desde que entramos na aventura
A Coligação de centro direita acabou com o final do governo PSD/CDS. É agora necessário o PSD preencher um vazio ao centro, resultado da sua politica de austeridade e da coligação do PS ( que inflectiu à esquerda) com PCP/BE.
O PSD não pode fazer este movimento ao centro atrelado ao CDS e com Passos Coelho a líder. E se for necessário a curto prazo apresentar-se a eleições mais depressa terá que desfazer-se deles. É injusto ? É, mas em politica não pode haver estados de alma e não há moral, como bem disse José Sócrates em recente entrevista.
Rui Rio já farejou a oportunidade e já marcou terreno. "É mais fácil haver esse entendimento se forem duas outras pessoas, diferentes das que se guerrearam, que foram adversários, que continuam adversários e que continuarão adversários", reflecte Rui Rio, considerando que novas lideranças facilitariam entendimentos entre os dois maiores partidos."
É, claro, que Rui Rio está pensar em si mesmo e em António Costa, deram-se bem enquanto presidentes das câmaras municipais do Porto e Lisboa, respectivamente.
Mas, também é verdade, que Passos Coelho consegue manter o PSD nas sondagens ao nível do PS, tendo mesmo sido o partido mais votado nas recentes eleições legislativas. Vantagem que não pode ser desperdiçada sem contrapartidas.
O xadrez da política já começou a posicionar as peças para os jogos que se anunciam. Mostra bem que o governo de António Costa não vai ter nenhum estado graça.
Com as duas coligações a votos, só assim será possível clarificar a situação com uma maioria absoluta de uma delas.
E nessa coligação à esquerda todos dirão ao que vão sem subterfúgios. Querem ou não sair do Euro ? Assim o povo saberá no que vota . Alguém tem dúvidas que nessas condições a votação será muito diferente ?
“O Presidente da República respeitou os eleitores e o regime. Fez o que tinha de fazer. Indigitou o lider do partido mais votado como primeiro-ministro. E rejeitou em absoluto um Governo que seja apoiado por partidos não europeístas. Não é de direita ou esquerda que aqui se trata. A nossa escolha é entre estar ou não no euro”.
“O compromisso inequívoco quanto aos pilares do projeto europeu é crucial em qualquer solução de Governo”
Sondagem da TVI 24 - e se as eleições fossem hoje? Coligação reforça votação afastando-se do PS e ficando à beira da maioria absoluta.
Se o PS tivesse assumido antes ou durante as eleições que estaria disposto a juntar-se ao PCP e BE para formar governo a sua derrota seria ainda mais pesada.
"Coligação não se coloca" dizia António Costa em plena campanha eleitoral.
"Coligação não se coloca", garantiu ontem António Costa em declarações ao Observador. O candidato socialista revelou, por outro lado, que se vencer as eleições de domingo sem maioria absoluta vai, tal como fez António Guterres, procurar estabilidade parlamentar através de acordos pontuais tanto à esquerda como à direita.
A posição do candidato socialista tem vindo a suavizar-se na recta final da campanha, durante a qual António Costa chegou a admitir inviabilizar um possível orçamento da coligação PSD/PP, caso esta vencesse as eleições com maioria relativa.
É bastante curioso e significativo que o PS ache que um governo com estes dois partidos "amigos" consiga um governo estável. Mesmo que tivesse ganho as eleições esta solução não é credível . Quando o país mais precisar de estabilidade PCP e BE farão o que faz o escorpião. Está na sua natureza e nas ideias que professam.
Mas o mais perigoso deste jogo de sombras é o que está a ser jogado pelo PS. Mudar as regras a meio do jogo ele que tantas vezes governou nas condições que agora nega ao vencedor das eleições . É a própria democracia que está em jogo.
Uma pequena reflexão mostra que o PS não sairia do governo a não ser que a Coligação tivesse maioria absoluta .O PS que sempre se apresentou como "dono disto tudo" e natural proprietário da administração do estado perdeu a vergonha e quer passar essa deriva anti democrática ao papel. Contra a vontade da maioria dos portugueses expressa nas urnas.
Cavaco Silva tem a oportunidade de prestar um último serviço ao país. Empossar Passos Coelho como Primeiro ministro . Na oposição PS, PCP e BE farão o que se espera deles. Derrubam o governo e o país vai para eleições antecipadas já com o PS coligado com o PCP e o BE.
Não mintam, não disfarcem, não ensaiem golpes palacianos .
Que comece a cheirar a Syriza e à Grécia ? Que os mercados comecem a reagir e a subir os juros ? Quanto mais tempo o presidente der a Costa mais barafunda iremos ter. Porque já todos perceberam que Cavaco Silva nunca dará posse a um governo com PCP e BE perdedores.
Mas para quem joga no "quanto pior, melhor", Costa para salvar a pele, PCP e BE para impedirem a Coligação de centro direita governar , o tempo é um aliado. Embora seja mau para o país . É , pois, necessário que a Democracia funcione conforme a Constituição e o processo democrático habitual . Governa quem ganha as eleições. Já tivemos cinco governos minoritários. O último foi o de Sócrates de 2009 .
É preciso que Cavaco Silva dê posse ao governo da Coligação liderado por Passos Coelho . O jogo democrático prossegue na Assembleia da República . Passam o programa do governo e o orçamento ou não passam ? É aí o lugar legítimo para Costa colocar as questões aos outros partidos . A decisão é sua, derruba ou não o governo ? Se sim vamos para eleições antecipadas onde o PS se pode apresentar coligado com o PCP e o BE.
Se ganhar pode formar governo mesmo com maioria relativa. Simples. Sempre foi assim.