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BandaLarga

as autoestradas da informação

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Público e colectivo não é equivalente a estatal

O grande erro é pensar-se que um estado que não se mete em tudo e em todos os sítios significa o aniquilamento dos bens colectivos :público e colectivo não é equivalente a estatal.

Sendo possível descentralizar a gestão - bem como o financiamento - de uma actividade colectiva, os benefícios normalmente sobrepõem-se aos custos. " descentralized is beautiful".

A solidariedade é um valor tão fundamental que não deve - não pode - ser decretado como monopólio estatal. Um bem público, um bem comum, não tem que ser gerido pelo estado. Deve ser gerido por quem é capaz de o gerir mais eficientemente.

O envolvimento dos cidadãos e o nível de voluntariado é o que mais aproxima um bem da noção de "nosso". Há cada vez mais manifestações de uma clara convicção de que a solidariedade e a entreajuda são valores fundamentais e factores decisivos na construção da sociedade e na realização da inclusão.

O Estado Social - o feito mais importante construído pela sociedade - em nada é prejudicado, bem pelo contrário, é complementar .

( a partir de : Luis Cabral - Expresso)

Uma religião perigosa chamada colectivismo

O colectivismo levado ao extremo depois da falência da Rússia e da China. A desculpa é que a utopia era boa os homens é que eram maus. Não ser comunista é ter horror ao colectivismo normativo. Este é o grande falhanço, a incapacidade de aceitar que a natureza humana tem horror ao colectivo como ao vácuo. O colectivo nunca gerou solidariedade nem aboliu o egoísmo. Quando o Primeiro Ministro socialista francês, Manuel Valls, diz que a palavra socialista já não faz sentido, tem toda a razão, porque os socialismos que resistem são, hoje, caricaturas da liberdade ou comunismos de economia de mercado. Olhe-se para a Venezuela e para o Vietnam. Desde o colapso do comunismo na Rússia e na China o socialismo democrático tem sido incapaz de pensar o seu lugar no mundo.

Nos militantes socialistas ficou a ideia residual perigosa da supremacia moral, insuportável, e a mania acusatória do desvio. Nunca ninguém é suficientemente de esquerda para a esquerda. Enquanto for assim, o capitalismo tecnológico continuará sem freio, mais combatido pela extrema direita do que por socialistas entregues à nostalgia e à decadência inexorável.

PS : Clara Ferreira Alves - Expresso . Deixei de fora deste resumo os milhões de mortos da responsabilidade de Estaline, Mao e de Pol Pot citados no texto original. Imperdível

A raiz do mal

O Mal absoluto... nada é decorativo ou desviante da maturação da formidável ideia de que o nazismo - tomado como casulo histórico de um Mal absoluto - é fundado na renúncia maciça de pensamento individual, logo de consciência, logo de culpa de cada um dos seus agentes.

Uma ideia que não serve apenas para esse momento histórico, mas nos guia em cada encruzilhada civilizacional que havemos de encontrar. "Hanna Arendt - de Margareth Von Trotta ".

Muitos de nós quando despertaram para os horrores do holocausto colocavam a pergunta. Como foi possível? Um povo instruído, que tanto génio tem dado ao mundo? A resposta veio no argumento mais apresentado pelos criminosos de guerra na sala do Tribunal. "Executava ordens superiores".(leia-se, da hierarquia do estado).O que queria dizer "não ter culpa individual", "não ter consciência do mal que fazia"...

À direita com o fascismo a narrativa era a mesma. "A bem da nação, nada contra a nação". Quem não pensava da mesma forma era eliminado. Salazar, Mussolini, Franco, Pinochet e tantos outros. Uma ideia colectiva imposta como única pelo estado e a bem de toda a nação.

À esquerda, com o comunismo, está também presente a ideia colectiva do bem, que serve a todos e a que todos, individualmente, se devem vergar, mesmo que para isso seja necessário assassinar em massa, prender adversários políticos, manter na ignorância e na miséria a maioria do povo. É tudo pelo bem colectivo da nação. Corta-se cerce a consciência individual do bem e do mal.

Em Portugal, estamos, hoje por hoje, a assistir a um fenómeno estranhíssimo em democracia. O estado, com as suas corporações, empresas e negócios, quer fazer passar a ideia que as desigualdades entre "público" e "privado" são um bem colectivo e, como tal, devem ser preservadas. Para isso recorre a "slogans colectivos" contra os quais a consciência individual não tem lugar. "Direitos adquiridos", escola pública, saúde pública. O individuo não pode escolher, sem que corra o risco de ser classificado como "contrário ao interesse público". Que nunca ninguém explicou o que é!