O ex- ministro da Educação dá razão aos colégios privados na interpretação da lei de que foi autor.
Numa entrevista ao “Diário de Notícias”, Crato repete duas vezes que a leitura dos colégios vai ao encontro do que está escrito nos contratos. “Os contratos são plurianuais. Não vejo grande discussão nisso, porque está escrito na legislação e nos contratos”, afirma o ex-governante. “É precisamente o que está lá escrito.”
Crato esclarece que os contratos plurianuais, que assinou no ano passado com as escolas, visavam a entrada de alunos para início de ciclo de ensino ao longo de três anos. A interpretação do atual executivo, que insiste que está a cumprir o acordado, é que os contratos de 2015 garantiam apenas que os alunos que entraram nos colégios no ano passado continuariam nas escolas ao longo de três anos, até terminarem o respetivo ciclo de ensino.
Os colégios estão entretanto a aceitar matrículas de alunos para lá dos reconhecidos pelo Estado, na expectativa de ganhar o caso na justiça. Este ano, revelou ao i a AEEP, não serão cobradas propinas a estes alunos.
Enfim uma guerra escusada que prejudica boas escolas escolhidas pelos alunos em benefício da ideologia estatista e de escolas rejeitadas.
Pois claro, a escola pública é boa para os filhos dos outros. Mas os filhos da secretária de estado andam no colégio alemão porque querem aprender alemão a sério nada dessa coisinha do inglês e do francês da escola pública.
O importante mesmo é os filhos dos pobres terem acesso às escolas públicas, às más, porque as boas estão cheias de alunos remediados. E os alunos ricos - como se vê pelo exemplo- frequentam as boas escolas privadas que ensinam à séria.
Isso dos filhos dos remediados, que não cabem nas boas escolas públicas, e dos alunos filhos dos pobres terem acesso a boas escolas é que não pode ser . É um desperdício, uma despesa em duplicado. Se querem boas escolas façam como a senhora secretária de estado, paguem. O estado fornece escolas que a senhora secretária de estado não quer e que os alunos remediados e pobres também não querem. O que está mal é que os filhos da senhora secretária de estado se safem das más escolas públicas porque têm uma mãe que ganha bem.
Face à viva indignação dos representantes dos colégios e das forças vivas da sociedade, António Costa ensaiou o recuo embora parcial. O colégios seriam financiados segundo a capacidade financeira das famílias. O estado pagaria a diferença.
É um passo na direcção certa embora deixe a questão central adiada o que é uma marca do Primeiro Ministro. A liberdade de escolha das famílias e o financiamento ser feito directamente ao aluno e não aos colégios.
As manifestações de protesto estão a incomodar muito pois é o povo que está na rua, como sempre está quando se mexe nas suas convicções mais profundas. E o fecho dos colégios tem consequências muito para além dos alunos e suas famílias, mexe na economia local. Isto nas povoações mais pequenas.
E que dizer de uma cidade como Coimbra que vê vários colégios, todos eles referências na educação, serem fechados ou reduzidos na sua actividade ? Sabemos como votam os cidadãos de Coimbra e a sua importância na cultura e na política. Dentro do PS há quem não concorde com a posição do governo que está muito mais próxima do PCP e do BE que do partido.
Entretanto, os sindicatos comunistas da educação, oferecem aos professores em vias de desemprego os seus serviços jurídicos, intenção que foi recusada, com os professores a acusarem a Fenprof de ser uma das principais culpadas . Acresce que o argumento do custo para o estado foi já devidamente desconstruído.
Quarenta anos depois no Portugal de Abril, torna-se a lutar pela liberdade, agora na educação, como se lutou pela liberdade sindical e liberdade de expressão. A tentativa sempre presente na extrema esquerda de amordaçar a liberdade está a ter a resposta que se impõe. Agora e sempre.
Entradas de leão e saídas de sendeiro é uma das especialidades do BE e do PCP. Agarrem-me, dizia a extrema esquerda, 35 horas agora ou nunca. A CGTP faz manifestações. Arménio Carlos ameaça.
Mas como António Costa cedeu nos colégios privados lá se fez a troca com as 35 horas. As explicações do PM travam o nervosismo.
"O que há é uma norma de bom senso, que permite a título excecional - e pontualmente - proceder a ajustamentos de horário em serviços em que, por dificuldades concretas de contratação de pessoas necessárias, esteja em causa a continuidade e a qualidade dos serviços prestados aos cidadãos". Ou seja, "uma válvula de segurança - para evitar situações de rutura nalgum serviço", nomeadamente nos serviços hospitalares."
É que só os serviços hospitalares desequilibram as contas e o que esteve em discussão foi sempre esta questão. Que a introdução das 35 horas possa desequilibrar o já por si desequilibrado orçamento. Não há aqui novidade nenhuma é só uma saída mal embrulhada .
António Costa dá metade dos contratos de associação com os colégios privados e retira as 35 horas. PCP e BE dizem que não chega.
O problema é que os colégios cortados poupam 30 milhões enquanto as 35 horas custam muitas centenas de milhões. Ora isto conta para o governo mas não conta para a extrema esquerda.
Mais que governar, António Costa faz um exercício de equilíbrio sem rede. Tira de um lado para pôr no outro. Dá na Educação para retirar no horário de trabalho. Mas, é claro, para a extrema esquerda, insaciável, o ganho não conta. Até onde e até quando ?
Para melhor manipular e mandar no ensino a Frenprof pressiona o ministro para revogar os contratos de associação entre o estado e os colégios privados. A razão é que a escola pública cobre as necessidades. Dito de outro modo, os sindicalistas não querem concorrência nem liberdade de escolha. Querem um monopólio à laia dos países comunistas.
E a seguir ao monopólio no ensino segue-se o quê ? Já tivemos que lutar contra o monopólio sindical, contra o monopólio televisivo e contra muitos outros monopólios, vai ser com o PS de António Costa que o PCP vai conseguir o que nunca conseguiu em eleições ?
Não interessa que as famílias escolham as escolas privadas. Que os alunos tenham uma boa aprendizagem e sejam felizes. O que interessa mesmo é que as escolas sejam controladas pela ideologia comunista. E quanto custam as más escolas públicas ?
O pobre rapaz que fizeram ministro nem sequer consegue disfarçar a encomenda. O Nogueira até já diz bem dele.
Vejam aqui o infantilismo da argumentação usada para acabar com os exames e as provas de aferição, por forma a impedir a comparação dos resultados entre escolas. — Catarina Martins
A esquerda caviar entre reuniões, manifestações e saídas para jantar não tem horário para levar os filhos à escola pública. O Vitor ( comunista) rasga as vestes porque os netos frequentam um colégio privado . O Zé que vive paredes meias com uma escola pública tem quatro netos num colégio no Porto e os restantes (2) em Lisboa . Os horários da escola pública não dão. O Vasco, entre duas tiradas indignadas, acerca da destruição da escola pública, trás o neto num colégio privado. O João que me chama reaccionário, por eu dizer que só há escolas boas e escolas más, paga a frequência dos cinco netos num dos mais modernos e caros colégios da capital ( o melhor que se pode deixar a uma criança é uma boa educação diz-me, enquanto acende o charuto e escolhe o whisky.) . As minhas netas frequentam o mesmo colégio que o pai frequentou porque as duas escolas públicas aqui da zona sempre foram um inferno . E já aqui vivo há 38 anos...
As crianças stressadas com os exames não se stressam por mal verem os pais à noite entre o apressado banho e o ainda mais rápido jantar ? E não terem tempo para brincar ?
Estudar seriamente os problemas do ensino dá um stress do caraças...
Com o acordo hoje alcançado, os estabelecimentos privados ficam obrigados a compensar os docentes com uma redução em quatro horas semanais na componente de estabelecimento (uma das partes nas quais se divide o horários dos professores), se optarem por adoptar os 60 minutos como hora lectiva.