Pela via da emissão a dívida pública não para de crescer e, ao mesmo tempo, a "almofada financeira" deixada pelo anterior governo , também conhecida por "cofres cheios", vai ficando mais vazia. Mais 800 milhões de dívida menos 1.500 milhões na almofada. E lá vamos cantando e rindo.
No total, a dívida pública portuguesa líquida de depósitos, na ótica de Maastricht (a que é apurada pelas entidades estatísticas e que conta para Bruxelas), aumentou em 2,3 mil milhões de euros em julho. Só nos dois últimos meses, a dívida líquida de depósitos aumentou em 5 mil milhões de euros, resultado, mais uma vez, das emissões de dívida feitas pelo Estado, mas também do uso da almofada financeira, que é cada vez menor.
Pois se a economia não cria riqueza pagamos a despesa e a dívida como ? Dizer o que António Costa diz é uma distorção da realidade também conhecida por populismo.
Se alguma coisa pode correr mal corre mesmo e Maria Luís Albuquerque precaveu-se. A almofada financeira que a oposição tanto gozava já está a tranquilizar dentro e fora do país. António Costa chegou a avisar que com o PS não há cofres cheios. O boomerang atingiu-o em cheio e em curto prazo de tempo.
"“Temos cofres cheios para poder dizer tranquilamente que se alguma coisa acontecer à nossa volta que perturbe o funcionamento do mercado, nós podemos estar tranquilamente durante um período prolongado sem precisar de ir ao mercado, satisfazendo todos os nossos compromissos”, disse a ministra.
Nós nunca fomos pelo caminho da Grécia. Só houve semelhança entre Portugal e Grécia até 2011, diz fonte do governo. É esquisito que as coisas boas que acontecem ao país sejam dores de cabeça para o PS.
Todos perceberam o que a ministra quis dizer com "cofres cheios" e por mais voltas que se dêem ter "cofres cheios" é bem melhor do que ter "cofres vazios".
Nesta discussão há a demagogia de quem diz que é mau ter "cofres cheios" com baixos salários e altos impostos - como se distribuir dinheiro emprestado fosse solução. Já se viu que não é. O relevante é uma nova forma de crescimento assente na produção e na exportação de bens e serviços transaccionáveis .E a página que está a mudar não se concretiza com "cofres vazios". É preciso investir, inovar e criar postos de trabalho.
""Estamos a assistir ao fim de um ciclo e à abertura de um novo ciclo. Mas não estamos à procura do ciclo perdido, mas de uma nova forma de crescimento"
Este é um dos resultados das políticas seguidas. Falta dizer que os nossos cofres estão cheios com dinheiro a taxas muito mais baixas que servirá para pagar dinheiro obtido a taxas muito mais altas. Não se percebe a indignação. Ou é melhor ter os cofres vazios, à beira da bancarrota, e ter que pedir a ajuda externa? Nesta última situação estávamos de bolsos cheios ?
O tempo agora conta e isso explica muita da espuma dos dias. Dos casos que aparecem todas as semanas, como resultado da quebra do segredo de Justiça ou do sigilo fiscal. Os que se indignam, e bem, com a quebra do segredo de Justiça sobre Sócrates também se deviam indignar com a quebra do sigilo fiscal. Mas a pressão é muita, é necessário encontrar um caso para levar à justiça e assim controlar os danos.
A Grécia deixou de viver com o apoio de um programa negociado para viver da boa vontade das instituições europeias. Aliás, a esperança, volta-se agora para Espanha, para o PODEMOS, é desta.
Carvalho da Silva, hoje, volta a reclamar eleições antecipadas insistindo com o Presidente da República. Ele sabe que com a economia a crescer, emprego a aumentar e com os cofres cheios com dinheiro barato, o tempo sopra a favor do governo.
Depois da França e da Grécia vem aí a Espanha dar razão a quem não viu nem vê outra solução que não seja cumprir. Habituem-se !