Saltar para: Posts [1], Pesquisa [2]

BandaLarga

as autoestradas da informação

BandaLarga

as autoestradas da informação

Um OE que odeia a classe média sem desculpa da Troika

Sugar quem trabalha para dar a quem vota . É a classe média que sustem os funcionários públicos e os pensionistas. Colocado de uma forma muito simples, Metade do IRS pago neste país é suportado por quem ganha entre 800 e 2.300 euros líquidos por mês.

O que reduz a pobreza em Portugal é uma classe média que hoje está cada vez mais dividida entre trabalhadores por conta de outrem e empresários que correm riscos e criam emprego.

É esta classe média – metade da receita fiscal deste país – que alimenta a atividade económica, que enche restaurantes, que compra nas lojas, que paga o IVA de tudo o que consome. Aumentar a Função Pública, engordar o Estado à custa desta classe média, é discriminatório e errado e, sobretudo, condena quem não tem a ter menos. Porque mata o consumo e o risco que tomam os pequenos empresários e a sua capacidade de gerar mais e melhor emprego.

A dispensa da Democracia Liberal

António Filipe veio de Angola deslumbrado tal como o seu camarada Bernardino Soares veio da Coreia do Norte. Viram democracia em países governados por ditadores que se eternizam no poder por décadas.

Tal como outros camaradas do PCP viram democracia na Rússia e na China por exemplo.

Mas a verdade é que estes países em que há e haverá acumulação primitiva de capital não conseguiram forjar  as instituições democráticas que geralmente surgem com as burguesias nacionais emergentes ( Daniel Oliveira) . No meio de tanta miséria não era possível forjar. E as novas oligarquias do mundo globalizado dispensam a Democracia liberal .

Bastam umas eleições de vez em quando que garantam a perpetuação no poder dos mesmos de sempre . Não conseguem criar uma nova classe média exigente e ansiosa por liberdade.

Angola tem os maiores índices de consumo de champanhe per capita do mundo mas a maioria da população não tem acesso a uma fonte de água potável. A Venezuela dorme em cima de um mar de petróleo mas a sua população faminta revolta-se na rua.

Nestes países tão amados pela extrema esquerda não faltam bimilionários e miséria .

A causa (da desigualdade) é a captura do omnipotente aparelho do Estado

Joaquim Moreira 29 Out 2014

Gabriel Ribeiro, esta sua crónica cheia de coragem e lucidez, como é seu apanágio – assisti aos programas com Medina Carreira e acompanho os seus escritos aqui mesmo – sugerem-me esta outra, que tem muito a ver com este sua análise social, sobretudo com mitos e mistificações.

Os mesmos do costume que insistem em que foram “roubados” por um Governo liderado por um “mentiroso”, demonstrando ou ignorância ou clara má-fé, “obrigam-me” a transcrever, parte do texto da pág. 198 do livro “PORTUGAL- Esse Desconhecido”, de um autor bem conhecido. Este dois parágrafos, na esperança de que, pelo menos, pensem que nem todos somos ignorantes:

…, Portugal é um dos países mais desiguais da Europa, como veremos adiante. Isto apesar de estar sempre a falar dos pobres e da equidade. A causa é a captura do omnipotente aparelho do Estado por múltiplas forças e poderes instalados. E os piores não são os corruptos, os políticos, os ricos. Esses, apesar de injustos, são poucos e não chegam para desequilibrar a sociedade. O principal bloqueio está na classe média. A situação é fácil de descrever.
Um dos princípios económicos mais influentes, a chamada “Lei Director da Distribuição” – de Aaron Director e apresentada em 1970 pelo Prémio Nobel George Stigler – diz que “as despesas públicas são feitas para o benefício primordial da classe média, e financiadas com impostos suportados em partes consideráveis pelos pobres e pelos ricos”. A lógica baseia-se naturalmente na influência eleitoral: representando de longe a maior parte da sociedade, as classes médias atraem naturalmente as graças dos eleitores. Deste modo, sãs as benesses atribuídas pelos governos à sua principal base eleitoral que, sobretudo em períodos do “fantasma da pimenta”, costumam arruinar o país.

PS: leitor d' Observador

A ancestral miséria dos pobres que já eram pobres

A Troika chegou à classe média. Os pobres continuam pobres como sempre foram. Depois de um estado interventivo, gastador e monstruoso é tempo de mudar. Uma economia de mercado protagonizada por agentes económicos privados, criativos e empreendedores, exige um Estado relativamente pequeno e o menos interventivo possível. Um Estado mais barato, em suma, que não esbulhe, através da punção fiscal de que se alimenta, os recursos financeiros dos indivíduos, das famílias e das empresas. O Fisco sufoca Portugal e os portugueses. Infelizmente, nada de substancial foi feito para resolver este nó górdio da vida nacional. As próximas eleições legislativas estão à porta e os socialistas, ontologicamente gastadores, se encarregarão de dar cabo do melhoramento das nossas contas públicas e de restaurar o papel do Estado como grande investidor e empregador.

 

A elite mama e a classe média paga

Vasco Pulido Valente, Público 20/09/2013


Nada de espantar
 
"Joaquim Pedro Oliveira Martins (que não se parece nada com o neto ou trineto) foi o homem que melhor percebeu o Portugal da segunda metade do século XIX. Os políticos  falam hoje constantemente de "erros do passado", mas sem nunca explicar de que "erros" se trata e sem nunca dizer com alguma clareza o que espera o país. Com outro carácter e coragem, Oliveira Martins escreveu, em 1894, que a "nação" "se encontrava" perante uma pergunta "vital": "Há ou não há recursos bastantes, intelectuais, morais, sobretudo económicos, para subsistir como povo autónomo dentro das estreitas fronteiras portuguesas." Como se chegou aqui em 1894 e como se chegou aqui em 2013? Num artigo breve e claro, Oliveira Martins tenta responder. E a resposta só surpreenderá o pior analfabeto em circulação. 
Em 1851, no começo da maior expansão do capitalismo na Europa, as potências financeiras do tempo (a Inglaterra e a França) voltaram a ver em Portugal uma boa oportunidade "a explorar" e as bolsas, "passando a esponja do esquecimento" sobre as "bancarrotas" anteriores, "abriram os seus cofres". Em 40 anos, o nosso "Tesouro Público (...) conseguiu obter por empréstimo uma soma aproximada de 90 milhões esterlinos efectivos, em bom ouro". O resultado acabou por ser um "cenário", "que dava a Portugal a aparência de um país rico", "coalhado" de caminhos-de-ferro e também de estradas, com dois portos modernos, Lisboa e Leixões. E os governos iam garantindo a paz doméstica com o "comunismo burocrático", que vinha substituir o antigo "comunismo monacal": o Estado contratou "muitos milhares de funcionários, mais ou menos opiparamente prebendados", "a legião nova dos beneficiados de obras públicas" e centenas de concessionários", que rapidamente enriqueceram. 
Infelizmente, não se podia viver "salariando a ociosidade" e "suprindo a escassez do trabalho interno com subsídios oficiais", à custa do dinheiro de fora. Portugal não se aguentaria, se continuasse a depender de "recursos estranhos ou anormais" e não do "fruto" da sua produção e economia. Isto "não era segredo para ninguém mediocremente instruído". E não se deve considerar o fontismo um erro, como não se deve considerar a política da II República um erro ou uma série de erros. Nos dois casos, a "fortuna enganadora" do país serviu a ambição e o interesse da elite que tomou conta do regime e de uma classe média ignorante, cretinizada pelos partidos. E quem se espantar que se espante primeiro de si."