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BandaLarga

as autoestradas da informação

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A CGD pode fazer chegar liquidez à economia a custo zero

A Banca prepara-se para emprestar dinheiro a 3% quando o dinheiro lhe chega a -0,75%. O problema é que quem precisa de liquidez já está endividado. Nem a empresa quer endividar-se mais nem os bancos querem emprestar dinheiro a quem já está (muito) endividado. Que fazer ?

Os USA emitem moeda, mas a UE não pode ( e não quer ) fazer o mesmo. O BCE faz o seu papel comprando dívida e assim mantendo as taxas de juro baixas que é uma forma de aumentar a liquidez. Caímos no círculo negativo do parágrafo anterior.

Mas o governo sendo dono da CGD pode ordenar à instituição que empreste dinheiro a custo zero, rapidamente e sem burocracias. Única forma de salvar as empresas que são de salvar e conter o aumento avassalador do desemprego.

Salvar as empresas e as famílias e assim salvar a economia no seu todo.

O Governo dispõe de mecanismos de regulação económica para criar um quadro institucional capaz de assegurar que a liquidez chega à economia a custo zero. É o que propomos neste texto, dividido em duas partes.

Os bancos tardam em fazer chegar o dinheiro às empresas

A Caixa Geral de Depósitos tem uma enorme oportunidade de mostrar que é essencial no apoio às empresas. Passar por cima da burocracia e acelerar o processo de o dinheiro chegar às empresas é tão importante como o próprio dinheiro. As coisas têm que andar ao ritmo das necessidades das empresas e não ao ritmo dos interesses dos bancos.

Independentemente das ajudas que os bancos receberam do estado a sua função é apoiar a economia . Os bancos financiam-se, em termos médios, a um juro muito acima das taxas negativas do Banco Central Europeu. “E é isso que a banca está a cobrar, entre 1 a 1,5%. Depois, há um o custo das sociedades de garantia mútua. Que pesa sobre o valor que a empresa vai ter de pagar. Não é um custo do banco”.

Mas as empresas é que vão pagar 3%. A CGD não pode baixar este custo e acelerar a chegada do dinheiro às empresas ? Se não pode devemos concluir que a CGD é um banco como outro qualquer e não pode servir de instrumento do Estado no financiamento das empresas ?

Como é que as empresas resistem a estas condições se não facturam e têm que honrar as suas dívidas ? 

Pois, não resistem e a falência das empresas começa sempre pela tesouraria.

Carta aberta aos poucos que naquele tempo mandavam no país

Excelências

Fui convidado para aceitar um empréstimo aos balcões da CGD para comprar acções do BCP e usar essas mesmas acções como garantia que a CGD passasse a controlar a Assembleia Geral de accionistas do BCP.

Foi o que fiz. A prova é que poucos meses depois dois administradores da CGD ocuparam o lugar de Presidente e vice-presidente da Administração do BCP.

É claro que o meu trabalho  terminou aí. O empréstimo não me beneficiou em nada, nem pessoalmente nem às minhas empresas pelo que ficamos quites e disso dei testemunho à nova administração da Caixa entretanto empossada.

Com grande surpresa minha e ao arrepio de toda a negociação fui informado que as acção dadas à CGD como garantia do empréstimo tiveram uma desastrosa queda de valor em bolsa e não cobriam nem um terço do valor em dívida. Isto apesar do BCP ser controlado por aquelas cabeças que desenharam toda a operação.

Então, digo eu, que tenho eu a ver com tudo isto ?

Então eu que me limitei a dar uma ajuda à banca nacional sou agora responsável por as acções terem caído desastrosamente em bolsa? Mas então a operação financeira engendrada por aquelas cabeças e outras que tinham como função não deixar passar operações desastrosas é da responsabilidade de quem não usufruiu de qualquer benefício e se limitou a ajudar? Sem tomar qualquer decisão no modelo negocial até porque não ocupava qualquer função que me desse esse poder ?

Bem, podem dizer que fui instrumento numa operação desastrosa que não conhecia na sua dimensão ( como o BdP e o Ministério das Finanças) mas onde está o crime ? Se não sabia, se não me lembro, se me esqueci( passados 11 anos)?

Do pouco que me lembro e que me foi garantido é que tudo isto devia estar enterrado mas, agora, ao ver aqueles deputados ( as deputadas ainda são piores) é que me dou conta que está é mal enterrado.

E o coveiro também fui eu ?

A mão manipuladora do estado no BCP

Não é aceitável num estado de direito o que se passou no assalto ao BCP e com a interferência da CGD .

Neste dossier nada faz sentido. No Banco de Portugal, mas também na actuação do Governo. Qualquer accionista consciente ficaria preocupado se o presidente e dois administradores de uma empresa saíssem directamente para dirigir a principal concorrente. Sem passarem por um período de nojo, Santos Ferreira e os dois elementos que o acompanham levam naturalmente da CGD para o BCP os segredos, os planos, a estratégia, os negócios, a forma de cativar os clientes mais importantes.O apoio dado pelo Governo a esta transferência mostra a escala de valores com que estamos a lidar: é importante ter gestores amigos no BCP, nem que para isso seja preciso sacrificar o valor do banco do Estado. Isto não é um comportamento normal de um accionista.
Este é um caso em que a mão invisível do mercado teve pouca ou nenhuma importância. Já a mão manipuladora do Estado foi muito visível, condicionando fortemente as decisões que deviam ter sido tomadas pelos accionistas.

Apertem com o Joe que ele conta a história toda

Não  há mais de duas ou três pessoas que tiveram o poder de abrir as portas aos empréstimos a Joe Barardo . E como não foi só na CGD essas pessoas só podem ter sido membros do governo da altura. E como tudo aconteceu num período curto e bem determinado é fácil saber quem são essas pessoas.

Depois é só juntar os governantes e os decisores bancários envolvidos e temos a história toda cantada pelos próprios.

Chegamos então ao conteúdo da audição de JB: o que aconteceu mesmo de diferente face a outras audições? Disse mais do que qualquer outro e se não tivesse sido impedido de falar pelo seu advogado, teríamos ficado a saber muitos "detalhes picantes". Não mentiu ao dizer que não pediu nada à CGD, não mentiu quando com descaramento explicou que tinha blindado o acesso à sua colecção!

A CGD é uma entidade gerida por pessoas. Quem determinou estas operações? Quem aceitou títulos como contrapartida? Quem deixou passar dez anos e a blindagem dos estatutos da Associação detentora da colecção de arte? Afinal, JB provocou um estrondo enorme com a sua audição como se tivesse sido o mandante e o operacional.

Talvez por mera coincidência temporal, iniciou-se o ataque de poder, vergonhoso, de um banco público ao maior banco privado português (BCP). Para esta e para outras operações agora reconhecidas como duvidosas, a CGD precisou de usar umas personagens, tais como JB, Manuel Fino e outros.

Apertem com eles que eles cantam.

Entre os 25 maiores devedores da CGD há três clientes mistério

Fizeram tudo para que os devedores milionários da CGD não fossem conhecidos pela nação. A representante da empresa revisora que fez a auditoria veio agora avisar na Assembleia da República que há três clientes mistério grandes devedores.

Os outros sabemos quem são porque eles estão em todo o lado onde há grandes falcatruas . Conhecemos os devedores e os banqueiros que meteram as mãos na massa . Aliás, eles continuam a andar por aí e ninguém os acusa de nada . Bem pelo contrário tudo fazem para os encobrir e manter activos  partilhando o poder. E quem está no poder em Portugal pode muito quando se trata de pescar em águas turvas .

Entretanto no Montepio/ Mutualista o cenário repete-se com o apoio de conhecidas figuras públicas.

O que faz correr o Bloco de Esquerda contra Carlos Costa

Carlos Costa como ex-administrador da Caixa Geral de Depósitos está a ser investigado no âmbito do processo a correr na Assembleia da República. Há só que esperar pelos resultados.

Mas o BE tem pressa em considerar Carlos Costa culpado uma forma eficaz de retirar credibilidade a um dos principais intervenientes do processo em que está envolvido Ricardo Salgado. Se os outros partidos forem na conversa será um Carlos Costa completamente descredibilizado que se apresentará perante a Justiça.

O BE há muito que nos habituou a um oportunismo folclórico, populista, na ânsia de mostrar trabalho . Infelizmente na maioria dos casos o que apresenta é uma falta de trabalho de casa perigoso. Nalguns casos roça o rídiculo .

O BE foi o primeiro a exigir a cabeça de Carlos Costa a pretexto das novas revelações sobre a Caixa. Muitas vozes se lhe juntaram num aparente desejo de justiça. Mas não é nada disso.
Por mais voltas que se queira dar ao que Carlos Costa fez ou deixou de fazer, um facto é inegável: foi ele o agente direto da queda de Ricardo Salgado que era há muito o verdadeiro dono de Portugal aquém e além da banca. Ao fazê-lo revelou uma coragem que poucos teriam nas mesmas circunstâncias. E, claro, gerou uma animosidade que só tem crescido com os desenvolvimentos conhecidos das investigações criminais em curso.
É neste contexto que devemos inserir a ação do BE.
Para a estratégia de defesa de Salgado é fundamental que Carlos Costa esteja desacreditado e vencido quando chegar a hora do julgamento. Assim, o principal beneficiário deste esforço de imolação precoce do Governador do BdP são Ricardo Salgado e os seus cúmplices. Dolosamente ou não, o BE está-lhes a fazer um tremendo favor.
Mas a infelicidade do BE não se fica por aqui. Está a iniciar-se uma nova Comissão de Inquérito à Caixa. Pelos vistos, o BE quer antecipar as suas conclusões e condenar responsáveis antes de estes serem ouvidos. O costume, portanto, é o BE a ser BE.
Mas os partidos responsáveis têm de ser firmes e não ceder a este populismo manipulado nas sombras. Nomeadamente o PSD. O meu partido tem de se afirmar orgulhoso da sua história recente, saber estar à altura da atitude de Passos Coelho neste caso de regime, desmascarar os conluios escondidos que continuam a subsistir em todo o mundo da política e de que quase ninguém suspeita. E aproveitar bem a CPI para isso.

PC, BE e PS fecharam os olhos aos créditos tóxicos da Caixa pública

O actual governo tudo fez para que não se conhecesse o relatório da auditoria à Caixa . O PCP, o BE e algum PS esconderam até agora a relação dos nomes dos grandes devedores. A razão foi sempre óbvia. A Caixa pública, nossa, não pode chegar aos cidadãos com imagem miserável.

Só uma pequeníssima parte dos créditos milionários concedidos é que obtiveram parecer positivo do conselho de risco do banco, todos os outros foram movidos a palpites, comissões e a influências políticas.

Qualquer banco público tem este enorme problema. Está muito mais sujeito a influências políticas do que um qualquer banco privado, o que é conhecido há muito pelos nossos partidos estatistas. Ser público, a partir de agora, não é argumento para ser "nosso" .  Tem que ser provado.