Por acordo entre os dois maiores partidos o Presidente da Assembleia da República era indicado pelo partido mais votado. Foi assim até Outubro passado. Nessa altura o PS com a ajuda do PCP e do BE impôs Ferro Rodrigues.
Ora sabe-se bem que quem com ferro mata com ferro morre e desta vez quem pagou foi Correia de Campos, ex-ministro da saúde, demitido por Sócrates face às mudanças (boas) que estava a introduzir no SNS mas que não agradavam aos sindicatos e ao PCP.
Apesar do acordo PS e PSD - são necessários 2/3 dos deputados - vários deputados ( de ambos os partidos ou só de um deles?) roeram a corda e não votaram Correia de Campos para Presidente do CES . O que parecia pacifico mostrou-se afinal ser uma guerra surda . BE e PCP não votaram e o PS ficou nas mãos do PSD senão mesmo nas mãos da facção bloquista do partido socialista que não gosta de socialistas moderados como é o indigitado.
Agora vamos ver no que dá a nova ronda depois do PSD ter mostrado que o governo não deve contar com a posição de conforto com que tanto sonha. Hoje apoia-se no BE e no PCP amanhã no PSD e no CDS. Não está fácil.
O CES adverte que a proposta de OE2016 "não apresenta linhas orientadoras sobre a política de crédito e de poupança, seja para as famílias, seja para as empresas, e muito menos sobre o futuro da eventual apropriação da banca portuguesa por entidades estrangeiras, o que poderá agravar as condições de financiamento dos agentes económicos em Portugal".
O CES considera que a evolução do consumo público não está devidamente justificada no OE2016, tendo em conta o objetivo de contenção, nomeadamente, nos consumos intermédios com uma taxa de crescimento de 8,6%.
O CES também já tinha proposto ao governo a flexibilização do déficite. Depois de dois anos muito dificeis começa a ver-se mais claro e a haver consensos. Estes consensos teriam sido possíveis mais cedo? Ou o "partir pedra" é que abriu caminho para chegarmos lá ?
"Propusemos isso no nosso parecer, é uma das nossas propostas. Já o tínhamos feito aquando do Orçamento do Estado (OE) 2013. Entendemos que seria um meio adequado de negociação com a 'troika' facilitar as amortizações [dos juros do empréstimo a Portugal] ", disse Silva Peneda aos jornalistas à margem da conferência 'Consensus e Reforma Institucional', a decorrer na Fundação Calouste Gulbenkian, em Lisboa.