Adoro a Catalunha, pá !
Ontem questionaram o porquê do meu interesse nas eleições catalãs.
Preciso de alvitrar outra explicação para além da óbvia paixão pela política?
#inesarrimadas #ciudadanos

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Ontem questionaram o porquê do meu interesse nas eleições catalãs.
Preciso de alvitrar outra explicação para além da óbvia paixão pela política?
#inesarrimadas #ciudadanos
Agregados os independentistas somam 48,1% e os não independentistas 51,9% . Boas notícias para Madrid.
O partido Republicanos de Esquerda (independentista) segue na frente e o partido do sr. Puigdemond afunda.
Até às eleições muita água correrá debaixo da ponte mas, se no momento mais crítico da declaração de independência, os não independentistas levam avanço só algo de muito significativo a acontecer mudará este panorama.
Assim, a Erquerda Republicana da Catalunha surge em primeiro com 27% das intenções de voto, bem acima do partido Ciudadanos (18,5%), e do partido Socialista da Catalunha (14%) – ambos não independentistas. Só depois do trio da frente surge o PDeCat (com 11%), o partido de Carles Puigdemond, que ainda assim consegue permanecer à frente da Catalunya Sí que es Pot (11%), do PP do primeiro-ministro Mariano Rajoy (9%) e dos radicais da CUP (6,5%).
Outra surpresa é que apesar de todo o processo das últimas semanas o PP do Sr. Rajoy não desapareceu da região.
O PCP já tomou posição. É a favor da independência dos povos e devem ser estes a escolher em liberdade o seu caminho. Todos somos se forem estas as razões mas, o que vimos, é que há muitos povos há muito tempo a lutar pela independência ou até por um território mas o PCP não está ao seu lado.
As "condições objectivas" no típico linguarejar dos comunistas e na sua convicta luta de classes, quer dizer que nuns casos estão a favor noutros casos estão contra.
Na Catalunha estão a favor da independência porque desmembrar a Espanha é o inicio do desmembramento da União Europeia . Dividir para reinar . Velho como o mundo. E essa é a razão que leva os comunistas a estar sempre ao lado dos povos europeus que lutam por mais autonomia ou por mais independência.
A independência do povo catalão seria abrir as comportas do dique e submergir a União Europeia .É esse o objectivo e não o nobre objectivo da liberdade.
Espanha encontrará uma forma - Estado Federal? - em que a sede de mais autonomia será apaziguada - de catalães, de bascos, de galegos...
A força centrípetra de Bruxelas e a integração no espaço Europeu faz revigorar os anseios independentistas de alguma nações. Em Espanha, na Itália, na Bélgica, no Reino Unido, não esquecendo o punhado de nações que estavam integradas na União Soviética pela força dos tanques e que se declararam independentes logo que puderam.
A nação é um conjunto de pessoas que comungam uma mesma língua, a mesma cultura e o mesmo território . Um país é uma nação juridicamente e politicamente organizada.
Então, perguntavam-me os velhos patriotas catalães que vendiam recordações ( em catalão ou em inglês em espanhol não temos) nas ruas de Barcelona : se podemos falar directamente com Bruxelas a que título é que Madrid fala por nós ? É por entregarmos 90% do que produzimos a Madrid e que no todo representa 20% do PIB espanhol ? E depois Madrid recebe os subsídios europeus e distribui-os segundo critérios políticos que nos prejudicam sempre ?
E, sim, Portugal deve-lhes a independência, porque Leão e Castela, atribuindo maior valor estratégico à Catalunha enviou para lá o escol das suas tropas e, para Portugal, enviou o que restava, um exército reduzido e mal equipado. Na Catalunha o exército espanhol ganhou e subjugou a rebelião mas em Portugal perdeu.
Numa das minhas visitas de trabalho a Barcelona fui acompanhado por um madrileno . Pois bem, tive que me meter entre os dois (entre o madrileno e o catalão) para evitar que chegassem a vias de facto. E, no último dia, recebido pelo ministro da saúde da Catalunha ouvi-o dizer pausadamente enquanto me oferecia uns livros : em catalão e em inglês, em espanhol não temos.
Mas o ministro era muito mais novo que os velhos patriotas que encontrava nas ruas.
Para quem está de fora é difícil com honestidade tomar partido. Quanto a mim, convicto europeísta, sinto-me mais seguro com uma Grande Espanha.
Crescem os movimentos de autonomia e de independência. A Escócia pondera ou ponderou sair do Reino Unido, mas não se propõe sair da UE, pelo contrário, deseja permanecer (escrevo quando a votação terminou e o resultado ainda é desconhecido, mas o argumento funciona para os dois lados). A Catalunha quer sair de Espanha, mas não tem qualquer intenção de abandonar a União. O mesmo se pode dizer da Flandres e das outras regiões nacionalistas que em breve serão micro-Estados.
A fragmentação política na Europa está provavelmente no futuro, mas ligada à elevada sensação de segurança dos europeus. Os escoceses não sentem qualquer ameaça externa e acreditam que se podem tornar numa espécie de país escandinavo. Se houvesse uma ameaça, ninguém votaria a favor da separação. Dizer que o problema está na Europa parece ser uma conclusão contrária aos factos. É precisamente o oposto, ninguém quer perder o acesso a um mercado gigantesco e à livre circulação de bens e capitais. Isto também não é uma conspiração de Bruxelas contra o Estado-nação, pelo contrário, as nações europeias podem existir de muitas formas e existem também sob a forma União Europeia, que pertence aos Estados que a compõem.