A Mina do Barroso está a assumir-se como a maior exploração de lítio da Europa. Os ingleses têm investido e preparam-se para continuar numa mina que tem enorme potencial agora que os carros eléctricos movidos a bateria ganham maior protagonismo. Esperemos que não apareça por aí uma comissão espontânea a requerer o fecho da mina por razões turísticas.
A Savannah Resources chegou a Covas do Barroso em maio do ano passado. Em dezembro último, a empresa anunciou os primeiros resultados “excepcionais” obtidos na zona, após as primeiras prospeções. Na altura, os britânicos anunciaram a descoberta de “algumas das melhores interseções de espudomena lítio alguma vez descobertas num depósito europeu”. A mina ocupa uma área de 1,018 quilómetros quadrados.
O investimento das grandes empresas de automóveis em todo o mundo para lançar e construir os novos modelos de viaturas eléctricas é gigantesco. É justamente nesta altura que os sindicatos na AutoEuropa destroem a paz social que sempre existiu na fábrica de Palmela .
A Volkswagen é a fabricante com o maior volume de investimento projectado – 40 mil milhões de dólares até 2030. A Daimler tem planeado um investimento de 11,7 mil milhões de dólares para lançar 10 carros totalmente eléctricos e 40 híbridos.
Fontes das marcas automóveis disseram à agência de notícias que uma fatia considerável deste investimento tem o mercado chinês como destino, pois o Governo deste país impôs quotas para os automóveis eléctricos a partir de 2019.
É, claro, que estas decisões de investimento fogem à esfera de influência dos governos dos países onde se encontram instaladas as fábricas periféricas dos Grupos. As fábricas são escolhidas segundo factores bem definidos e que a AutoEuropa conhece muito bem o que a levou a ganhar a produção do actual modelo em linha de produção. Após vinte anos de qualidade, cumprimento de prazos e competitividade.
O actual braço de ferro da CGTP com a administração da fábrica está a deitar tudo fora pelo esgoto.
Há tomadas de posição do PCP e da CGTP completamente incompreensíveis. Na AutoEuropa é uma delas. Julgavam que após o enorme investimento feito na fábrica de Palmela de 600 milhões o Grupo alemão VW , estaria agarrado ao país . Até porque a AutoEuropa recebeu toda a produção do modelo T-ROC para todo o mundo. Como se verifica pelos sinais que têm vindo a público enganaram-se redondamente.
Para já os horários são os que estavam combinados com a Comissão de Trabalhadores e que estão na base da proposta vencedora e os sindicatos recuaram na apresentação dos avisos de greve.
Calculo que este refrear dos "avanços" tem a ver com a questão dos investimentos que o Grupo alemão está a fazer para lançar a produção da nova geração de carros eléctricos. Para Palmela não há novos investimentos. Uma das reinvindicações dos sindicatos passou a ser o investimento numa nova "linha de montagem" para, segundo eles, facilitar a produção acordada.
Ora esta nova exigência, está em linha com a rídicula proposta de Arménio Carlos de o governo negociar com o governo alemão a estratégia do grupo por forma a que a produção dos carros eléctricos passe por Portugal. O Grupo alemão já veio dizer que não passa .
A linha que está a ser montada é a da morte lenta da AutoEuropa que vai ficar agarrada à estratégia de descontinuidade dos carros a combustão, enquanto os carros eléctricos e toda a tecnologia a desenvolver e o necessário e brutal investimento será canalizado para outras paragens.
O Arménio Carlos já desapareceu das televisões e o governo não pia, embora ande a piar baixinho junto dos alemães.
Se a AutoEuropa for deslocada ou se não obtiver mais nenhuma produção, com os milhares de desempregados e a machadada no PIB e nas exportações correspondentes, estaremos perante um crime económico punível por Lei.
É um crime público, não é necessário alguém queixar-se mas, os trabalhadores desempregados, não devem deixar o assunto morrer solteiro.
Ninguém compreende as motivações da CGTP para manter este braço de ferro com o Grupo alemão. Após a produção do actual modelo a fábrica de Palmela nunca mais ganhará um novo modelo para produzir.
Arménio Carlos sabe isso já veio exigir que o governo "negoceie" com o governo alemão a produção dos carros eléctricos . O estalinista sindicalista já sabe que o Grupo alemão escolheu uma empresa na Alemanha para desenvolver e construir os novos modelos de carros.
"A Volkswagen fez um grande investimento na Autoeuropa e não vai sair de Portugal enquanto não estiver amortizado. Mas a partir desse momento, se não houver juízo, a Autoeuropa está em situação de desvantagem em relação a outras fábricas que ficariam encantadas por receber novas produções. Estou a lembrar-me da República Checa e de Marrocos, que está a ter uma expansão fabulosa e tem recebido investimentos da indústria automóvel europeia", afirmou Mira Amaral, em declarações ao Diário de Notícias."
O representante em Portugal da marca já veio dizer que se o modelo não for produzido nas quantidades fixadas " será produzido noutro país qualquer".
António Costa deu-lhes poder puxando-os para o arco da governação e todos nós estamos a pagar caro . A AutoEuropa representa 1% do PIB num país que cresceu em média nos últimos 15 anos entre 1% e 2% .
Os milhares de trabalhadores da AutoEuropa e das fábricas fornecedoras estão a ser arrastados para uma luta perdida. Eles que comparados com os restantes trabalhadores portugueses são várias vezes previlegiados.
Carros e soluções já há, agora é preciso convencer os consumidores. É que os consumidores não pensam na poluição, ou antes pensar, pensam, mas pensam primeiro no custo. Então para se trocarem os carros a combustão por carros eléctricos é preciso que estes últimos sejam mais baratos.
E há duas maneiras de baixar os custos . A primeira e que parece mais à mão é os governos darem ajudas. Subsídios, baixar impostos, acabar com taxas e taxinhas. A segunda maneira é limitar a velocidade por forma a que os eléctricos andem à força toda e os de combustão não ganhem nada em serem mais rápidos.
Afinal se são mais rápidos mas não podem andar depressa ( quanto mais depressa andam mais combustível consomem logo poluem mais) para quê comprar um carro mais caro ?
A velocidade máxima nas auto-estradas locais está há muito fixada nos 130 km/h. Recentemente, nas zonas mais próximas das grandes cidades, foi decidido reduzir esse valor para 100 km/h, tendo como objectivo a redução das emissões, pois quanto menor é a velocidade, mais baixo é o consumo e, por tabela, as emissões.
Seguindo este raciocínio, o Governo austríaco está a pensar permitir que os carros eléctricos continuem a circular a 130 km/h. Logo, a passar pelos outros a gasolina e a gasóleo, isto porque a maior velocidade dos VE não implica uma maior poluição.
Ora, qual é o condutor que aceita ver os outros passarem à frente ?