Afastou-se da geringonça e pediu a maioria absoluta que o povo em eleições não votou. E quem se lembrar das palavras de Carlos César percebe bem porque o PS tem medo da extrema esquerda. E com razão.
...porque se os socialistas fossem “sempre atrás do BE”, o país voltaria “ao tempo da bancarrota”. Palavras de César numa jornadas parlamentares do PS em Junho do ano passado, em que o presidente do partido, então líder parlamentar, chegou a dizer que "o Bloco não manda na Assembleia da República nem no país". "Se fôssemos sempre atrás do estilo de aventura e de que tudo é fácil, de que tudo é barato e que tudo pode ser feito e que o BE em especial, mas também alguns dos nossos parceiros, alimentam frequentemente, nós tínhamos um país com uma mão à frente, outra atrás de novo e voltávamos ao tempo da bancarrota" .
Ninguém diria melhor embora, na verdade, não estando ainda em bancarrota já estamos com uma mão à frente e outra atrás.
Dizem eles que os amigos e familiares têm o mesmo direito de todos os outros em aceder a um empregozinho no Estado. Acontece é que todos os outros não têm a família à mesa . Mas Carlos César, o grande timoneiro da ética acha, que estando a mesa cheia pelos seus familiares então é porque estão lá todos.
Este homem que depois de 30 anos à frente do governo regional dos Açores deixou as ilhas como a parte mais pobre do país, habituado ao quero posso e mando assentou o seu modus operandi por cá, terminando com o resto da decência.
O problema é que os meios começam a revelar-se cada vez mais degradantes aos olhos da opinião pública.
É o caso dos empregos para os amigos e familiares. O caso que tem estado na actualidade neste momento é dos empregos da família de Carlos César. Claro que os familiares de políticos não estão impedidos de aceder a cargos de nomeação política quando têm qualificações. O problema, neste caso, é o número de familiares envolvidos. E o facto de boa parte dos portugueses, com ligações à administração pública, saber que está generalizada esta prática de empregos para os amigos, familiares e militantes partidários.
Sempre foi assim com o PS. Até PCP e BE se mostram incomodados.
A grande questão que se coloca ao governo face à estagnação da economia é procurar encontrar novos impostos. Não há outra forma de controlar o défice e reverter as medidas de austeridade.
Há cada vez mais notórios e experientes políticos socialistas a avisarem António Costa . O Presidente do PS já veio admitir que muito provavelmente, as previsões do governo falharam . E agora o Presidente da Câmara de Sintra sublinha as palavras de Carlos César.
“O Carlos César tem razão. Foi pena não ter dito isso antes. É bom ter em conta que nós estamos a falar de coisas muito sérias. O Partido Socialista é um partido fundador da democracia e do modelo ocidental. A pior coisa que pode acontecer ao Partido Socialista e com ele ao país, é que se crie uma ideia de radicalização do partido, em que o partido começa a navegar naquelas águas que são águas de radicalismo que não levam a nada. Ou melhor, levam: levam á miséria, levam à miséria”, refere Basílio Horta, fazendo eco das palavras de Rui Santos, líder da Associação dos Autarcas Socialistas.
O governo de Passos Coelho não está disponível para se manter em gestão. O PS+PC+BE devem ser chamados e assumir as suas responsabilidades.
Há já evidentes diferenças entre os partidos e os sindicatos. O que era para ser devolvido em dois anos pelo PS passou a ser devolvido totalmente em 2016 pela mão do BE e a CGTP já fala num aumento de salário mínimo de 600 euros. Os patrões agitam-se com semelhante hipótese chamando-lhe "utopias ".
Recordando que houve 14 deputados do PS que não votaram pela eleição de Carlos César como líder parlamentar do PS, afirma que "se o acordo à esquerda tiver uma amplitude de tal modo perigosa para o país, quero pensar que esses deputados pensem duas vezes antes de votar a queda do governo" afirma Fernando Negrão.
E as medidas que exigem tratamento legal autónomo do orçamento separa socialistas e bloquistas. Pode ser a primeira guerra. Do PCP não se ouve falar na altura própria apresenta a factura e a CGTP vai abrindo caminho.
A culpa é dos abstencionistas que ficam em casa e não votam no PS. E na Grécia a culpa também é do povo que votou no Syriza, um partido extremista, que está a levar o país para fora da Zona Euro. Num caso e noutro a culpa é dos que votam mal.
É altura de voltarmos a dizer que a via que é necessária acentuar e introduzir no nosso país é uma via que exclui uma austeridade excessiva, insensata, que lesa a economia e que comporta um enorme sacrifício social, é uma via entre essa austeridade excessiva e um radicalismo inconsequente, improdutivo, destruidor da unidade europeia e destruidor das economias nacionais como, por exemplo, o que é seguido pelo novo Governo grego".
É preciso, pois, voltar à via que levou Portugal e a Grécia à bancarrota. Basta o povo votar bem, votar PS.
Agora é Carlos César a apertar o pescoço a Seguro embora se trate de um gesto de amor. Foi convidado mas não aceitou ser candidato às europeias. E vai dizendo o que todos já perceberam. Seguro fala muito mas propõe muito pouco e, assim, não convence ninguém. E o que se joga nas europeias é a liderança de Seguro. Mais um a juntar-se a tantos outros.