Marcelo não é perfeito mas é um bom Presidente da República e vai ganhar as eleições presidenciais. Que a direita não perceba isto é estúpido e que deixe que António Costa o roube para o PS é cavalar.
Coisa, aliás, reveladora. É que esse apoio mostra uma admissão de incapacidade do PS em encontrar um candidato minimamente capaz de concorrer contra o atual Presidente da República, que assim se sujeita a apoiar um homem claramente de centro-direita. Mas, claro, há uma fação na direita que manda a inteligência de férias de cada vez que algum socialista fala.
O centro-direita tem um dos seus na Presidência da República, tem poucas hipóteses de ir para o governo no curto prazo e tem as principais instituições ocupadas por socialistas, mas anda metido em conspirações a ver se arranja um candidato para enfraquecer Marcelo Rebelo de Sousa. Se isto não é a coisa mais estúpida que se pode fazer, anda lá muito perto.
Um Presidente enfraquecido e um Governo, até pelas circunstâncias atuais, forte desequilibram completamente o poder político. Isso, sim, abriria as portas aos extremos; isso, sim, deixaria o PS com o centro político todo para si; isso, sim, daria aos socialistas décadas de poder.
Marcelo Rebelo de Sousa deve ser candidato e ganhar as próximas eleições em primeiro lugar porque tem sido um excelente Presidente da República. Mas também convém não se esquecer que a recuperação do centro-direita depende em larga medida dele. Quem na sua zona ideológica não o apoiar está a contribuir para a irrelevância desse espaço no futuro próximo.
Com a retirada de Joana Marques Vidal de Procuradora Geral da República o PS procura afanosamente gente para o lugar . De preferência que pertença à grande família socialista.
Uma sobrinha de Carlos César é uma hipótese . João Galamba também serve e um dos advogados de José Sócrates é ouro sobre azul .
Entre as namoradas do ex- primeiro ministro há de certeza gente capaz de fazer um bom lugar ( tem é que prescindir da subvenção para despesas )
Não parece boa ideia e serve de pouco ganhar no partido e perder no país. Como lembra e bem Rui Rio, Santana Lopes foi o indicado depois de Luis Montenegro e Rui Rangel .
Santana Lopes é a quinta vez que se candidata a presidente do partido e tem no seu curriculo a única vitória por maioria absoluta em legislativas do PS com Sócrates.
Com estes pergaminhos, o candidato deve cotejar a sua aceitação junto da população portuguesa . Só assim servirá o PSD e o país.
Há uns meses esteve indisponível para se candidatar à Câmara de Lisboa, as sondagens disseram-lhe que perdia. Não avançou. Agora está a olhar para dentro do PSD e mudou de opinião. Mas está avisado, ganhar o partido e perder o país não serve de nada.
Não faltarão sondagens que revelarão esse equilíbrio de forças, para já, as duas sondagens conhecidas dão Rui Rio à frente entre os portugueses. Uma com uma pequena vantagem mas outra com uma grande vantagem. Vamos ver o que nos trarão as próximas e com esses resultados os "laranjas" saberão bem ao que vão.
Sexagenário, o que é que leva Santana Lopes a abandonar uma gaiola dourada para se candidatar a presidente do PSD ? Se fosse mais jovem, bem se compreendia, uma boa doze de nervos e aventura fazem milagres. Santana Lopes sabe alguma coisa que nós não sabemos ?
Deixa o lugar de Presidente da Santa Casa e se perder não será nem primeiro ministro nem presidente da República . Dá tudo para ter a chance de se redimir da maldade que lhe fez o Presidente Sampaio ? Como nos lembramos, Sampaio demitiu Santana Lopes quando este era primeiro ministro e gozava de maioria absoluta na Assembleia da República.
Ou será que nas contas de quem o aconselha, os dois anos que faltam para as eleições Europeias e Legislativas vão ser amargos para António Costa ? O crédito às famílias para comprar casa torna a ser um problema, a importação de carros já deu um valente pontapé nas contas externas, o crescimento da economia soçobra, a dívida mantém-se uma das maiores do mundo. E o PS não vai querer mexer na Lei Laboral.
E Santana sabe que nenhum destes problemas pode ser travado com PCP e BE a bombar exigências de mais despesa. Assim, até lá, os apoios à governação desistem e o PS vai ter que governar apoiando-se onde calha o que acabará tudo em eleições antecipadas.
Neste cenário, Santana pode ter 50% de hipóteses que não viu na candidatura à câmara de Lisboa, recusando-a .
Qual é o jogador que não vai a jogo com 50% de hipóteses ?
Entre os países da Zona Euro somos um dos mais sérios candidatos a uma crise dizem os economistas. Em 2016 a economia não cresce mais que 1,2% mas, bem pior, é que a previsão para 2017 e 2018 é igual.
Tal como o FMI na semana passada, os economistas ouvidos pela agência noticiosa financeira ajustaram em alta as suas previsões perante os dados mais recentes do PIB que, no terceiro trimestre, surpreenderam pela positiva, ao evidenciar um crescimento homólogo de 1,6%, após uma progressão de 0,9% nos dois trimestres anteriores.
"Não obstante o forte crescimento económico no terceiro trimestre e a meta do défice de 2016 dever ser provavelmente atingida, Portugal permanece um dos países do euro candidatos a uma crise. Ultimamente, o crescimento tem sido integralmente sustentado pela procura externa e uma recuperação assente na procura interna não está sequer à vista", resume a Bloomberg recorrendo a uma análise do Commerzbank.
Como várias vezes tenho aqui escrito, no PSD, para além de Passos Coelho só há Rui Rio com credibilidade nacional . E é isso que conta. São as sondagens que determinarão quem avançará. Claro que há Maria Luís Albuquerque, Santana Lopes, Luís Montenegro e outros mas que de uma forma ou outra estão ainda vergados a um passado recente . Rui Rio reservou-se e isso vê-se nas sondagens.
Depois, formatar um candidato a nível nacional não é fácil e dá-lo a conhecer ainda menos. Pelo meio temos as autárquicas que também vão deixar rasto em alguns desses nomes. Só Rui Rio se pode apresentar acima desses combates autárquicos .
A execução do orçamento em 2017 vai ser muito difícil e vai desgastar o governo bem como a oposição. Rui Rio também pode evitar esse desgaste e apresentar-se como alguém que tem uma alternativa. Falam por ele os dez anos de Presidente da Câmara do Porto de onde saiu em alta.
Por muito que se goste de Passos Coelho e do seu tremendo esforço como primeiro ministro a verdade é que em política não há gratidão.
Está prestes a meter a viola no saco. Um bébé a chorar ao colo da mãe e o pai de um soldado morto em combate mostraram a verdadeira face do candidato. Já se fala na desistência do candidato.
Figuras nacionais do partido republicano criticam Trump que afunda nas sondagens. Estamos perante um caso em que basta Clinton deixá-lo falar que ele próprio trata do assunto. Uma semana do pior. Haja Deus.
Algumas das críticas mais fortes a Trump, por causa deste incidente, vieram do ex-candidato Republicano e senador John McCain. “Ainda que o nosso partido lhe tenha atribuído a nomeação, isso não significa que [Trump] tenha carta branca para difamar aqueles que estão entre os nossos melhores cidadãos. Não tenho palavras suficientes para vincar quanto eu discordo com a declaração do Sr. Trump”
Que ninguém se engane. Para o BE o verdadeiro presidente é aquele que desobedecer à União Europeia. Segundo Mariana Mortágua essa é a grande diferença entre os candidatos e Marisa Matias.
"Já sobre Sampaio da Nóvoa, sublinhou que o "papel do Presidente da República será o de confrontar e desobedecer às instituições europeias", ao contrário do que tem sublinhado o ex-reitor da Universidade de Lisboa, que se tem batido apenas por uma Europa diferente. Mariana salientou ainda que o próximo Chefe do Estado tem de "fazer valer a Constituição contra os ataques e as chantagens da União Europeia".
A verdade é que os candidatos do PS de primeira escolha foram António Guterres e António Vitorino. Não aceitaram serem candidatos a presidente da república. Só na sua ausência é que avançaram Sampaio da Nóvoa e Maria de Belém.
É difícil perceber que dois políticos com a carreira de Guterres e Vitorino não olhem para a presidência da República como um final feliz. Outras razões haverá.
Percebe-se que Sampaio da Nóvoa apareceu para dar a cobertura necessária à formula de governo de António Costa. Com PCP e BE. E essa intenção foi tão evidente que Maria de Belém apareceu do nada para ser a representante do PS que se opõe à coligação à esquerda .
Só quem não quer perceber é que não vê que há uma bomba relógio dentro do PS que pode implodir o partido a qualquer momento. O PCP mostra-o todos os dias ao país pela boca de Jerónimo Sousa. E agora avança a CGTP com uma greve nacional reivindicando para já a reposição das 35 horas. A pressão sobre o PS será em crescendo. Veja-se o que se passou na Educação em que pela primeira vez em décadas o Nogueira da Frenprof elogia o ministro. Literalmente o beijo de Judas.
Não podem pois, os candidatos da área do PS, olhar para os outros candidatos como subalternos nesta disputa. Se há candidatos de segunda são eles mesmos. Não passam de instrumentos necessários na guerra surda que se trava dentro do PS.
Usar a Presidência da República para resolver os problemas internos do PS é o limite abaixo do qual a política partidária perde o pouco que lhe resta de legitimidade . Já que em termos de dignidade os candidatos não se mostraram nem pouco mais ou menos, apoucados.
Marcelo Rebelo de Sousa até foi corrido por Passos Coelho que lhe chamou "ventoinha". Depois disso é fácil para Marcelo afastar-se do seu partido de sempre. Sampaio da Nóvoa precisa dos votos do PCP - os votos de Edgar Silva - e do BE - os votos de Marisa Martins - e precisa da asa esquerda do PS - esses são os seus votos - porque os votos da asa direita do PS são de Maria de Belém.
Há mesmo quem diga que Maria de Belém tem como objectivo combater António Costa e os acordos que subscreveu à esquerda. Também é por isso que António Costa já decidiu em quem vai votar.
Quanto a independências estamos conversados. Estão todos à espera que haja uma segunda volta com uma esperança de unidade que é muito improvável. É que como se percebe as candidaturas apareceram para se combaterem. E depois vão juntar-se ? A narrativa não é nada linear.
Estão todos contra Marcelo. Será porque o consideram de direita ou porque Marcelo é o mais bem colocado para ganhar ? A verdade é que os dois últimos debates obrigaram Marcelo a meter as mãos na massa, coisa que ele evitou fazer durante 40 anos. Até em discordância com Cavaco Silva, o mal amado presidente, o único político que obteve quatro maiorias absolutas. Cavaco ríspido e longe das pessoas, Marcelo afectuoso e próximo, eis a narrativa que lhe convém.
Parece que há sondagens que indicam que Maria de Belém já só pode descer embora ainda esteja ligeiramente acima de Sampaio da Nóvoa. Será que a primeira volta se faz só à esquerda? E essa não é a melhor maneira de assegurar a Marcelo a vitória sem ser necessária uma segunda volta ?