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BandaLarga

as autoestradas da informação

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Os directores da PJ estão a ser substituídos por boys e girls


 







O ESTADO DA NAÇÃO



Portugal vive um momento politicamente estranhíssimo e perigoso.



O PS sempre teve uma particular tendência para se apropriar, de forma tentacular, do Estado, tomando-o como seu. Todos nos lembramos da famosa frase de Elisa Ferreira, "o dinheiro é do Estado, o dinheiro é do PS".



Todas as democracias evoluídas têm um conjunto de pesos e contrapesos que impedem que um partido se aproprie do Estado. Alguns desses contrapesos são de nomeação política como o de Governador do Banco de Portugal, Procurador Geral da República, ou Presidente do Tribunal de Contas. A quase totalidade desses lugares já foram capturados pelo PS, com a aquiescência do PR e do líder da oposição..



Pois bem, grande parte do problema está aqui. Aquilo que seriam os contrapesos, os "fusíveis de segurança" mais óbvios não estão a funcionar. Temos um PR eleito pela direita, vencendo os candidatos socialistas, que, quando não está ocupado como clown de serviço a tirar selfies, está entretido a prestar prestar vassalagem ao Governo. E temos um líder da oposição cujo o seu desejo, pouco secreto, parece ser membro do PS, partido onde diz que provavelmente estaria se Sá Carneiro não tivesse criado o PSD.



Faz-me confusão que as pessoas não se apercebam da desfuncionalidade gritante disto tudo. Todos os "teatros" sociais em que as pessoas desistem do seu papel correm mal. Tal é válido para quando um pai desiste de ser pai, um professor desiste de o ser, ou um líder da oposição não o é, sendo citado pela extrema-esquerda espanhola do Podemos como a oposição que gostariam de ter por lá.



Este clima de concordãncia, que não é mais do que paz podre. é, ao contrário do que se possa pensar, péssimo para a saúde da democracia e do país. A política tem aversão ao vazio e quando um determinado espaço deixa de ser ocupado, abre-se o caminho a uma ocupação desse espaço por novas forças, que poderão ser potencialmente perigosas especialmente no caso de serem inorgânicas.



Todo o diagnóstico da situação parece-me algo simples, que entra pelos olhos a dentro de quem quer ver. No entanto, nós continuamos contentes, às vezes mesmo inebriados, a ouvir a orquestra tocar, enquanto o Titanic afunda.






Os boys não ardem

Dois meses antes da fase crítica dos fogos as chefias superiores e intermédias das instituições que têm como função planear, organizar e coordenar os meios de combate aos incêndios foram em grande parte substituídas. Por boys sem experiência e sem tempo de cumprir as funções.

Um dos comandantes dos bombeiro deu uma entrevista a Teresa Leal, jornalista da TVI24, onde frontalmente diz que os responsáveis dos erros de organização e descoordenação do fogo de Pedrógão Grande estão bem identificados. 

Apareceram no local a coordenar o comandante dos bombeiros de Setúbal - que não conhece o terreno- e mais tarde o comandante de Faro - que também não conhece o terreno - do que resultou uma descoordenação perfeita. Os boys não ardem mas fazem arder .

Depois da entrevista na TVI24 só quem não quer ver é que não vê. E este processo faz-se vezes sem conta sempre que entra em funções um novo governo . Bem, se calhar não a dois meses da fase crítica.

Basta comparar a entrevista do comandante com a nota do gabinete do primeiro ministro para perceber porque foi Costa de férias. Trata-se de uma acusação que não deixa pedra sobre pedra e que aponta culpados e responsáveis bem ao contrário do governo que nos quer fazer crer que não há culpas de ninguém. E muito menos de governantes.

António Costa vai pagar um preço alto. A confiança das populações nos governantes é o fogo que não pode sequer chamuscar muito menos causar 64 mortos e mais de 200 feridos.