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BandaLarga

as autoestradas da informação

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Nós sabemos o que Chavez fez não sabemos o que Bolsonaro fará

Há muita gente preocupada que Bolsonaro faça no Brasil o que Chavez fez na Venezuela . E com razão. Mas se o fizer espera-se que os democratas, tal como fizeram com Chavez, o critiquem e lhe retirem o apoio.

O PCP e o BE é que estão numa armadilha nada cómoda. Porque se continuarem a apoiar Maduro não poderão deixar de apoiar Bolsonaro. No essencial o sistema de Maduro é o mesmo que Bolsonaro diz que quer impor ao povo brasileiro.

A justiça passará a ser feita nas ruas ? Pois na Venezuela os assassinatos são o pão nosso de cada dia e até há opositores que se "atiram" do alto de um arranha céus. Vão faltar no Brasil os bens essenciais ? Os Venezuelanos famintos vão ter que emigrar para outros países vizinhos . Os direitos humanos e sociais vão ser espezinhados ? Na Venezuela já só se luta diariamente para matar a fome.

Em relação ao Brasil ainda todos temos a oportunidade de ter esperança. Já na Venezuela a esperança é que as regras democráticas voltem a ser respeitadas . É uma abissal diferença, entre a ditadura e a Democracia.

Sem medo de ser de direita

DIREITA. Em Portugal, cada um interpreta o fenómeno Bolsonaro como mais lhe interessa. O grau de conexão com a realidade é o menos. Toda a Esquerda e o Centro, apostaram fortemente pelo PT (um partido de Esquerda tipo BE, que tinha como candidata a vice-Presidente a líder do PCdoB, comunistas). Gente de pergaminhos democratas, defendendo um a Venezuela e outro Cuba. Pois. E para todos eles Bolsonaro era a Extrema-direita, o fascismo. O facto de terem chamado isso a Freitas, a Cavaco, a Passos Coelho, a Merkel, a Trump... não os envergonha. Já o Centro-Direita mostrou a sua subjugação ao pensamento esquerdista. Se o PS diz que o outro é fascista, é porque é.

E então alguns CDS e alguns PSD atrevem-se a dizer que não votariam. Para escândalo de alguns arruaceiros de Esquerda que exigem o pensamento único. E mais uma vez não há Direita. No Brasil a Direita que não quer ser centro, que não quer ser socialista, juntou-se e ganhou. Ao contrário do que se diz no artigo, há um forte peso Liberal na Direita brasileira. Tal como há um forte peso Conservador... mais popular, mais religioso, mais nacionalista. Mas na realidade a solução Liberal-Conservadora só está na Extrema-direita para o socialismo que teme a sua popularidade.

É esta Direita que vai dar um caminho diferente ao Brasil. E é esta Direita, sem medo de ser de Direita, que nos falta em Portugal. Santana Lopes? Ou alguém que surja da Aliança? Ou noutro lado? “Ainda é Cedo”

Chavez também fomentou o ódio e foi (é) apoiado pela esquerda

A esquerda que agora tão ansiosa se sente com a eleição de Bolsonaro continua a apoiar o regime iniciado por Chavez . Os democratas não devem apoiar nem um nem outro.

Deixem-me começar com um exemplo que todos vocês conhecem bem: na Venezuela, Hugo Chávez era um político “outsider” que usava a raiva que crescia na sociedade contra uma elite corrupta para se afirmar como um “antibiótico”. Chávez foi eleito Presidente em 1998, democraticamente. E até morrer em 2013 não foi antibiótico contra a raiva, foi um político que fomentou o ódio para aumentar o seu poder.

Chávez fez da Venezuela a sua ditadura: usou as Forças Armadas, prendeu opositores, tomou controlo dos media, mudou a constituição, cortou as liberdades, empobreceu o país. A Venezuela, hoje, está como está: mostrado como uma democracia pode morrer não só pelas mãos dos generais, mas também pelas mãos dos líderes eleitos.

Talvez o PT comece a olhar para o bem do Brasil

Para começar o PT deve passar a olhar para o bem do país e não para os interesses do partido. Porque o derrotado foi o PT e a vitória de Bolsonaro deve-se à situação miserável em que deixou o país.

Ao fim de quatro mandatos e com o país na situação em que se encontra mal se perceberia que, em democracia, os brasileiros tornassem a dar o voto ao PT . Afinal é para haver alternância que há eleições. Ou o natural seria que o PT se perpetuasse no poder como na Venezuela, Cuba, Angola e tantos outros ?

O que se lastima é que o centro direita e o centro esquerda não sejam a alternativa escolhida mas também pagaram por se terem envolvido com a governação do PT.

Bolsonaro no discurso de vitória já veio comprometer-se com a democracia e a liberdade. O que a esquerda não pode esperar é que uma vez na cadeira presidencial vá governar com políticas de esquerda. Espera-se dele que governe dentro da Lei e cumprindo a Constituição.

Irá privatizar empresas, "desamarrar" a burocracia, facilitar a iniciativa empresarial, baixar o défice das contas públicas, reduzir despesa pública e baixar impostos. Lá como cá .

O Brasil é um enorme país não tem que ser um país pobre e desigual. É esse o desafio de Bolsonaro.

Brasil um país do futuro. Sempre !

Como é que apareceu um candidato com o perfil de Bolsonaro ? Esta é a verdadeira pergunta. Acontecerá o mesmo na Venezuela . A Argentina está falida como sempre. A América do Sul é um imenso desastre 

O que o PT conseguiu foi, mais uma vez, dar razão à frase de Millôr Fernandes: "Brasil, um país do futuro. Sempre." Na economia, limitou-se a redistribuir a riqueza. Uma opção louvável que, sem estímulo à economia privada, sem alternativa à subsídio-dependência (com um peso absurdo no Orçamento do Estado brasileiro), e excessivamente dependente do preço do petróleo (que haveria de cair, como caiu), acabou por levar à recessão e à crise social.

O PT teve uma oportunidade de ouro para mudar o Brasil. Teve legitimidade popular, ampla e reiterada. Teve tempo. Teve a legitimidade histórica de ser o partido dos de baixo, que supostamente defendia a larga maioria dos excluídos contra a esmagadora minoria dos que saqueavam o Brasil. Teve dinheiro, com a alta do preço do petróleo. E teve a boa vontade da comunidade internacional, mais uma vez embevecida com a cultura brasileira e a crónica promessa do Brasil como "o país do futuro". Fez-se a Olimpíada, o Mundial de Futebol, a Monocle e a Wallpaper assentaram arraiais e publicaram edições extasiadas.

O Brasil é um paraíso e nem vale a pena haver eleições

Após quatro mandatos do PT o povo brasileiro mostra estar vivo e sentido ao ameaçar votar contra a situação a que o país chegou. Seria natural que o PT conseguisse o quinto mandato em democracia ?

Existe um coro que faz por ignorar que a alteração do sentido de voto para o inabitual é sempre um sintoma de as sociedades estarem a reagir a pressões e recalcamentos impostos pelos seus poderes tutelares. Estes são sempre exímios em abusar das suas populações, no passado eram sobretudo abusos físicos e hoje são sobretudo abusos psicológicos ou identitários, mesmo que seja difícil defini-los. Nesse domínio, é preciso ser extraordinariamente ignorante para não admitir que o crime quando transita da periferia de um dado sistema social para o seu âmago é uma fonte de dor psicológica coletiva suficiente para forçar as sociedades a reagirem. Bem pior seria se as últimas persistissem abúlicas. Felizmente há gente sentida no Brasil. O padecimento dos africanos é muitíssimo pior e espero que vejam na terapia brasileira como modelo.

Lula e Bolsonaro têm projectos anti-democráticos

Escreve quem sabe : 

Ambos, Lula e Bolsonaro, têm sinistros projetos antidemocráticos. Para isso, cada qual à sua maneira, fazem uma campanha sistemática de desmoralização do Judiciário, da imprensa e, agora, das eleições, cujo primeiro turno ocorrerá hoje. Para os petistas, até há pouco, "eleição sem Lula" era "fraude". Mas, como seu candidato-fantoche, Fernando Haddad tem grandes chances de se eleger, a frase foi provisoriamente arquivada. E Bolsonaro, que já lançou suspeitas sobre as urnas eletrónicas (as mesmas em que ele e seus filhos vivem se elegendo há anos), declarou que não aceitará como legítimo outro resultado que não sua vitória.

Com a volta do PT ao poder, nossa meta será nos tornarmos uma grande Venezuela. Com Bolsonaro, nosso destino é o século XIII.