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BandaLarga

as autoestradas da informação

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A nova geração do PS é indistinguível da do Bloco

No tempo do bloco central os problemas eram fundamentais. Implementar a democracia, aderir à Europa . Agora estamos no recreio, um bocado mais à esquerda um bocado mais à direita.

O Bloco de Esquerda é uma coisa diferente. Os dirigentes do Bloco de Esquerda e os dirigentes mais novos do PS são da mesma geração, têm a mesma educação, o mesmo percurso social, vestem-se da mesma maneira, gostam das mesmas coisas, comem as mesmas porcarias, acreditam nas mesmas parvoíces. Vai ser muito difícil ao Partido Socialista suportar esse peso, na medida em que o PS tem hoje um grande peso numa asa, não digo na asa esquerda, porque não acho que a asa seja de esquerda. Mas digamos que a ala esquerda do PS é também a ala mais nova, aquela que nasceu com os computadores, para quem ir à televisão é uma coisa natural, a que está à vontade na modernidade. Porque as coisas são diferentes do tempo do Fefé [Ferro Rodrigues], do meu tempo. A nova geração do PS é indistinguível da geração do Bloco, há ali uma grande continuidade, que é material, inclusive, e portanto política. E pode haver uma situação em que o PS de hoje seja posto perante este problema: em que medida é que rejeitando o Bloco, para este não vir a ter na organização e na política o peso que as circunstâncias o chamam a ter, deve fazer uma política isolacionista, caso em que se arrisca a uma cisão na sua ala esquerda, ou aceitar uma colaboração do Bloco, que, a prazo, se pode tornar uma amálgama.

A partir de agora já não é o maior partido que governa

Basta ter 116 deputados no Parlamento . Um dos resultados da ruptura de António Costa com a prática habitual é que o Bloco Central ( PS+PSD ) pode governar para sempre ou quase o que seria muito mau para a Democracia.

Temos assim dois blocos, um à esquerda outro à direita. À esquerda o PCP já sofreu um rude golpe por ter saído do seu casulo. Autarcas e sindicalistas não gostam e o partido já deu muitos sinais de que não está disposto a continuar a perder influência nas autarquias e na rua . E não pode deixar a posição contrária à União Europeia o que em tempos positivos mais deixa o partido a falar sozinho.

Já o BE está mortinho para ter ministros, vai vender a inocência para estar no governo .Após esta experiência governamental ao BE vai-lhe acontecer o que aconteceu aos partidos irmãos em toda a Europa . Em que é que se distingue do PS ? Estar contra a União Europeia e a Zona Europeia dá votos ? Os mais de 80% da população que apoiam a integração na Europa não gosta dessa posição.

Já  à direita a ligação de CDS com o PSD é natural pois não há grandes diferenças que ponham em dúvida um entendimento. A Geringonça dependia muito da liderança  de Passos Coelho como líder da oposição e isso agora já não acontece .

O filme pode virar já em 2019 e como muitas vezes o feitiço pode virar-se contra o feiticeiro . Mas é claro que o às de trunfo é que a economia da Zona Euro continue ou não a portar-se positivamente

O PS ao não conseguir fazer as reformas que se impõem não depende de si próprio .

O Bloco Central foi o responsável pelo desenvolvimento do país

PS e PSD foram os maiores responsáveis do maior período de desenvolvimento económico, social e político do país. E quando se pergunta aos portugueses todos o querem . Quanto aos partidos nenhum o quer. Estamos na antecâmara das grandes reformas e os partidos estão todos, com excepção do PCP e BE, à beira da piscina, à espera do primeiro que diga que a água está fria .

Ora, o Bloco Central foi o maior responsável pelo maior período de desenvolvimento económico, social e político da nossa história recente e fez de Portugal um país infinitamente melhor. Foram acordos explícitos ou tácitos entre o PSD e o PS que resultaram na universalidade da educação pública, no Serviço Nacional de Saúde, na Segurança Social, no reforço dos poderes das autarquias e na definição do seu papel, na solidez da condução dos negócios estrangeiros, na adesão europeia, na nossa presença na Nato, nas revisões constitucionais e em tudo o que, de facto, fez que este país mudasse. Curiosamente, quem mais defende algumas destas conquistas são os partidos que mais detestam o Bloco Central: o BE e o PCP.

Se algo a experiência da geringonça nos mostra é que é impossível mudar estruturalmente o que quer que seja com os dois partidos à esquerda do PS. Nem, em bom rigor, se esperava outra coisa. Um partido europeísta, respeitador da iniciativa privada, tem campos de acordo muito limitados com quem não acredita no projeto europeu e desconfia da iniciativa privada. E nem sequer é preciso ir a tanto, vejam-se as posições do PS e do BE e do PCP sobre a Segurança Social para perceber a impossibilidade de um acordo entre estes três num campo em que é fundamental reformar.

Governar ao centro sem uma coligação PSD/PS

A grande degradação da imagem do governo devido ao inferno dos incêndios, do trágico-cómico roubo em Tancos, do envolvimento de Vieira da Silva e mulher no caso Raríssimas, na perigosa deriva que se desenvolve na AutoEuropa, na degradação dos serviços públicos e outros acontecimentos infelizes afastaram definitivamente o PS de uma maioria absoluta que deseja . E o caso Sócrates trará novos desenvolvimentos e até novos nomes de seus camaradas de partido e de governo .

Nesta última fase da geringonça temos o PCP a afastar-se das políticas pró-europeias do PS e o BE a tentar ganhar votantes ao PS para impedir a maioria absoluta .Tudo isto será muito mais visível em 2018/9 e mostrará que à esquerda a solução está esgotada.

 No domínio das potenciais alianças, o PSD também tem vantagens naturais nas próximas legislativas. A governação PS é apoiada por dois partidos à esquerda, que competem todos entre si, e cuja a aliança não é a mais natural. Nos dois próximos anos, à medida que se aproximem as eleições, vão acentuar-se as diferenças. "À direita, PSD e CDS têm, se quiserem, uma coligação natural e partem sem competidores no espaço político que ocupam. O PSD de Santana ou de Rio pode ensaiar o discurso ao centro que quiser, que não terá nada a perder", remata Costa Pinto.

E o novo secretário-geral do PSD é a chave para a polémica Lei do financiamento, do pagamento do IVA e da limitação dos apoios partidários que tem toda a gente contra.

António Costa abre a porta ao bloco central

Hoje na Assembleia da República António Costa fechou a porta ao CDS de Cristas acusando a presidente do partido de direita de proferir insultos e desqualificar os adversários . Quem quer entendimentos tem primeiro que respeitar os adversários disse Costa a Cristas.

Já com o chefe da bancada do PSD a conversa foi bem mais cordata.

Ora PCP e BE já se pronunciaram pela não renovação dos acordos de apoio parlamentar ao governo do PS restando pois, obter uma maioria absoluta nas próximas eleições legislativas ou entender-se com o PSD .

É, claro, que tudo dependerá do resultado das eleições mas após riscar Cristas do mapa será muito dificil ao PS fazer que o CDS deixe passar a humilhação. 

Com as dificuldades na governação a acentuarem-se, e em 2018 e 2019 não será melhor, bem pelo contrário, o PS vê o caminho a estreitar-se.

Cada vez é mais importante a eleição interna no PSD do seu presidente. Um Rui Rio próximo de António Costa ( pessoal e ideologicamente) ou Santana Lopes ? Um PSD mais centro esquerda ou mais centro direita ? Com Costa ou com Cristas ?

E, Costa, continuará a engolir por muito mais tempo não só as exigências do PCP mas também os insultos do BE ( "palavra dada não é palavra honrada" e "república das bananas" ? ")

Ou engole-se tudo sem problemas digestivos ? Sem azia ? Lá estômago têm eles capazes disso ...

Governar a partir de agora

Até agora só foi preciso alguma habilidade, baralhar e dar de novo para que tudo fique na mesma. A partir de agora é preciso tomar opções governativas de fundo e as diferenças ideológicas dos três partidos vão criar problemas. Como já se vê . O PS nunca seguirá o PCP e o BE no que diz respeito à União Europeia e ao Euro . E o PCP e o BE vão apoiar o que consideram políticas de direita ?

E se houver dois ou três safanões externos que estão aí ao virar da esquina, eleições antecipadas serão muito prováveis. E Marcelo sem mexer uma palha alcança o objectivo que considera o ideal. O bloco central volta à governação.

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António Costa envia primeiro sinal ao PSD

Pisca à esquerda mas encosta à direita. Costa reconhece e aplaude o trabalho do "Centrão".(Bloco Central)

“Se pensarmos como foi o Bloco Central, e todas aquelas medidas [implementadas pelo FMI], nada teria sido possível sem, obviamente, um grande ministro das Finanças [Hernâni Lopes], mas sobretudo sem a capacidade de liderança e de mobilização do coletivo nacional que Mário Soares teve na altura”, disse Costa, referindo-se à coligação PS-PSD que governou Portugal entre 1983 e 1985.

Há decisões no quadro da União Europeia e do Euro que só podem ser concretizadas com a participação de ambos os partidos. É essa a maioria que interessa ao país. Essa é a maioria estratégica. Maiorias improváveis à esquerda com um PS europeísta e uma esquerda anti-União Europeia, só atrapalham. Não resolvem nenhum problema nacional.

Como muito bem diz Jerónimo de Sousa é preciso que o PS deixe de ser o partido que é .

As barrigas de aluguer respondem ao apelo do Presidente

Não foram precisos seis meses nem nada parecido, PS,PSD e CDS já estão a responder ao apelo do presidente. As barrigas de aluguer ainda não foram aprovadas mas o acordo está à vista. É assim, quando não há respostas para os verdadeiros problemas do país desencanta-se um assunto fracturante. Já vimos isto há pouco tempo com as questões fracturantes relativas ao casamento gay e à adopção de crianças. Tudo assuntos tornados prioritários perante o vazio de respostas aos verdadeiros problemas. E a esquerda caviar rebola-se de gozo.