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BandaLarga

as autoestradas da informação

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O dever de frequência do ensino público não existe

Helena Matos no Blasfémias : Que as escolas públicas não são de borla. Antes pelo contrário. O Estado português impõe a escolaridade obrigatória. Mas o dever de frequência do ensino público não existe. O dinheiro dos contribuintes com que o Estado financia cada aluno deve ser entregue à escola que a respectiva família escolher. Seja ela pública ou privada. Algumas fecharão? Certamente. tanto mais que apesar de em Portugal existir quem o admita, a demografia influencia as nossas vidas.

Quem diz que "os meus impostos não são para pagar escolas privadas" esquece-se que qualquer um de nós também pode dizer " os meus impostos não são para pagar más escolas estatais". As escolas estatais não são gratuitas contrariamente ao que nos querem fazer crer. Para as famílias não há "escolas estatais nem privadas" há "escolas boas ou más". Só quem olha para o problema na óptica ideológica ou partidária é que se esquece dos alunos e não tem rebuço em os obrigar a frequentar más escolas.

Se a sociedade civil não resistir ao "estado social totalitário" continuaremos a divergir dos outros países europeus onde há liberdade de escolha. Seja na Educação, na Saúde e na Segurança Social , como já foi na energia, nos lubrificantes*, nas telecomunicações...

* combustíveis


O Estado não é tudo nem de todos

No Blasfémias, o JCD tem um texto de grande nível. Quem não sabe fazer contas é o Rui Tavares. O seu maior erro é pensar que não há mais nada para além do estado.

...E depois atente-se nesta expressão: “Portugal perdeu…”. Não, Portugal não perdeu. A ideia que um país perde com a economia paralela é profundamente errada. Portugal, definido como o conjunto dos portugueses, não perde nada com a economia paralela. Um dos actores da economia portuguesa, o estado, perdeu.

A economia não existe porque temos um Estado para alimentar. As pessoas exercem actividades porque têm que se vestir, alimentar, viver e adquirir tudo aquilo que cada cidadão considera essencial para si próprio, famílias e todos aqueles com quem pretende ser altruísta e ainda para suportar todas as ambições de investimento,  poupança ou esbanjamento que passem pela sua cabeça e que estejam ao seu alcance.

Se 20% da economia não é tributada, os cidadãos no seu conjunto não perderam. Uns receberam mais, outros menos, mas no agregado ganharam, porque conseguiram obter mais bens e serviços consumindo os mesmos recursos. No limite, usando o pressuposto absurdo de considerar que não há nenhum desperdício no estado, Portugal ficaria na mesma.

Confundir a economia de um país com as suas finanças públicas é um erro crasso que está imbuído em muitos raciocínios, tanto à direita como à esquerda – mas principalmente à esquerda para quem o estado é tudo.