Na ânsia de tudo controlar o Estado “Através das bases de dados de contabilidade de empresas, empresários em nome individual e, em princípio, também dos bancos e das seguradoras, o Estado vai ter toda, toda, toda a informação financeira de todos nós. E até muito das nossas relações económicas e sociais”, diz à Renascença Vítor Vicente, presidente da Associação Nacional de Contabilistas. “Se o Estado ficar com estas bases de dados todas, passará a ter acesso a toda a movimentação bancária de todas as pessoas e todos os movimentos neste país.”
De mansinho o Estado gerido pela geringonça vai deitando-se na cama connosco mesmo sem ser convidado.
Claro que a segurança vai impor cada vez mais medidas que de alguma forma limitam a liberdade dos cidadãos. Também vamos ter ( já aí estão os primeiros sinais) um Estado cada vez mais invasivo. Mas numa sociedade democrática é possível controlar esse poder assustador.
Porque haverá sempre uma voz livre e corajosa que se manifesta, um Estado de Direito que impõe a superioridade da Lei e que é igual para todos . Haverá sempre a liberdade de expressão, a comunicação social livre e uma sociedade civil que resistirá.
“No que diz respeito à implementação da tecnologia de IA, não se pode negar que a China já está a ir muito além do que os Estados Unidos”, mostra uma pesquisa feita pela empresa chinesa Tencent.
Em termos comparativos, a China já superou os Estados Unidos, conhecidos como um dos países mais vigiados do mundo. Nos Estados Unidos existem em todo o país 50 milhões de câmaras administradas pelo Estado.
Mas tal como Trump que nunca terá o poder de Putin ou do presidente chinês, também o Big Brother cairá nas malhas dos pesos e contrapesos da política e da Justiça democráticas.
Mas não podemos baixar a guarda .
Conta-se que o Imperador Carlos V pôs-se à conversa com um moleiro a quem terá dito : Se eu quiser fico-te com os teus três moinhos. A que o moleiro respondeu : Em Berlim estão os juízes.
Não obrigado. Milhões de câmaras vigiam o comportamento dos cidadãos na China. O Big Brother está a tornar-se uma realidade . Um pesadelo. Espera-se que os mesmos de sempre daqui para a frente venham vender-nos uma narrativa conveniente. Distinguir os bons dos maus cidadãos.
Estive na China há uns anos e o que vi não deixa dúvidas a ninguém. Impera o medo . Nos hotéis, nas fábricas, nos museus era evidente a sombria presença dos esbirros do sistema.
Foi na altura em que um escritor chinês ganhou o prémio Nobel da Paz . De cá diziam-me para eu relatar o que via e ouvia acerca do que se passava com o cidadão que estava numa prisão. Mas a verdade era que as notícias chegavam do Ocidente porque na China era proibido pronunciar o nome do laureado . Tentei falar sobre o assunto mas era olhado com medo e imediatamente afastado.
Actualmente, a China possui 176 milhões de câmaras de vigilância administradas pelo Estado em todo o país, mas o Estado não está satisfeito. É preciso mais, para que nada fuja do controlo estatal. Nos próximos três anos está prevista a instalação de mais 450 milhões de câmaras para que possam fornecer informações em tempo real.
É isto que os comunistas nos querem impor. Em vez de uma sociedade aberta e com direitos uma sociedade fechada, controlada pelo Estado que por sua vez seja controlada pelo partido.
Na China o Partido Comunista tem 80 milhões de militantes que controlam um país com mil e trezentos milhões de pessoas.
Argumento de quem me acompanhava: A China possui 7% da terra arável e 21% da população mundial. A prioridade é matar a fome, matar a fome, matar a fome.
Não é a prioridade do Ocidente é bom que os simpatizantes de tal sistema o admitam por muito que lhes custe.
Tem mais de 50 000 euros na conta bancária ? Então já sabe o estado vai saber toda a sua vida. Quanto ganha ( embora esta já saiba) quanto e onde gasta? Em que gasta ?
Mas se não fosse este extremismo que substituiu o neoliberalismo tudo isto seria fácil sem que a privacidade das pessoas fosse devassada. Afinal já há muito por onde se faça.
Tem um nível de vida não condizente com o que ganha ? Um juiz dá autorização à investigação e só nessa fase o estado pode aceder à sua conta bancária.
O que torna isto ainda mais suspeito e um verdadeiro atentado à democracia e ao estado de direito ( inconstitucional) é que esta gente que odeia o cidadão, nunca se mostrou interessada em investigar os indicadores exteriores de riqueza. Hoje sabemos que a sua meta era invadir quando e como quiser a nossa vida.
Lembram-se da "lista VIP" quando se descobriu que havia funcionários públicos que se entretinham a violar a privacidade fiscal de alguns cidadãos ? E lembram-se como um senhor ralha nos veio contar uma história sobre a inocência dos voyeurs fiscais ? É disso que se trata. O Big Brother que toma conta de todos nós, a partir de um qualquer comité central.
Um atentado à democracia, à liberdade e ao estado de Direito pela mão de António Costa. Ainda há quem se surpreenda ?