A Companhia das Lezírias não será privatizada porque dá lucro, diz a ministra. Fraca razão face a tantas e importantes funções que a Companhia Real cumpre.
Desde logo aquelas terras são as mais ricas do ponto de vista da agricultura. E para produtos para a exportação têm um aeroporto pertíssimo. E são a barreira natural ao betão para norte de Lisboa.
Nas mãos de privados aquelas terras serão rapidamente convertidas em campos de golfe ( há terra e água em abundância) e em hotéis. Não se esqueça o caso "sobreiros" ( foram arrasados milhares de sobreiros para construir um campo de golfe).
Alguns dos gestores que por lá passaram tudo fizeram para manter a companhia a cumprir o seu objectivo essencial. Produzir, vinho, fruta, tomate, milho...
Para tal assinaram contratos de concessão de terra a dezenas de famílias de agricultores a vinte e a trinta anos, por forma a impedir que a agricultura seja substituída por betão e campos de golfe.
Está aqui bem demonstrado. Afinal não seria possível manter a política do betão por mais tempo. Ninguém duvida disso. Não seria possível construir mais autoestradas, rotundas e habitações. Porque não, como bem mostram umas sem carros e outras sem pessoas. Terminar com a política do betão traria sempre empobrecimento. É o que aqui se demonstra : " Em 2007 o PIB português atingiu o seu máximo histórico: 164.660 milhões de euros (preços constantes de 2006). Em 2013 quedou-se pelos 153.609 milhões. Ou seja, menos 6,7%. É esse o balanço acumulado da crise e da austeridade.
Façamos agora um pequeno exercício, recorrendo ao último relatório do INE sobre o produto de 2013: retiremos o investimento em construção civil e obras públicas. Os números passam a ser 142.454 milhões (em 2007) e 141.828 (em 2013). Isto representa uma contracção de apenas 0,4%. Ou seja, quase nada. Isto significa que sem compressão do sector da construção quase não teria havido recuo do PIB. Acontece que a compressão deste sector era inevitável.
Medina Carreira e Vitor Bento dizem o mesmo aqui neste vídeo.
Monsanto vai, pouco a pouco, sendo ocupado por betão, à sombra das mais variadas razões. É só "um bocadinho" de cada vez, como argumento para se ocupar parte daquela mata. Desta vez é um templo Budista no lugar onde outrora existiu um restaurante, agora às moscas. Boa altura para deitar tudo abaixo e plantar árvores.
A localização, em pleno Monsanto, é considerada ideal, afirmou Paulo Borges, indicando que "um dos valores importantes da tradição budista é o contacto com a Natureza". Os budistas pretendem realizar naquele local actividades ao ar livre, como "meditação a caminhar na floresta", uma forma também de "dinamizar esta zona da cidade, que está um pouco esquecida".