No quadro da Zona Euro os investidores encontram garantias indispensáveis para tomarem decisões de investimento em bens e produtos transaccionáveis - investimento privado - e nas empresas exportadoras que investem em inovação e desenvolvimento.
Fora deste contexto regressaremos ao investimento público em infraestruturas não transaccionáveis o que a acontecer será um erro irremediável. Como se verificou nos últimos vinte anos.
Por outro lado, a transformação estrutural necessária ao aumento do produto potencial requer que os recursos financeiros sejam afetados aos setores e às empresas mais dinâmicos. Numa economia com baixas taxas de crescimento do produto potencial e com uma dinâmica demográfica negativa, o crescimento das empresas terá necessariamente de assentar nos mercados externos.
Verificar quais são as empresas zombie que vivem do crédito bancário e, destas, quais são as viáveis, fechando as outras , irá permitir encaminhar o pouco dinheiro disponível para as empresas e os sectores mais dinâmicos.
António Costa anda a deixar mensagens como quem não quer a coisa. É bem claro que o IVA vai ser aumentado se for necessário e onde for necessário. Conforme o buraco. O resto vai buscar mais uma vez aos impostos sobre os combustíveis ou coisa parecida pois não há muito por onde escolher.
O que parece certo é que serão os mesmos de sempre a pagar mais seja ou não em bens essenciais. E face à queda das exportações vai afiando o discurso de que há mercados externos em dificuldades. E que o desemprego está muito elevado . O discurso é já todo virado para imputar aos mercados externos as dificuldades. E nós a pensarmos que tudo se resolveria com a transferência de dinheiro dos impostos indirectos de todos para aumentar (poucochinho) os salários dos funcionários públicos e as pensões.
Ir buscar dinheiro à Segurança Social e alargar o buraco quando o desemprego é elevado e os subsídios também são elevados ( como não pode deixar de ser) mostra bem que já estamos a ver o fundo do tacho . Essenciais ou não vêm aí mais impostos.
O Dr. Valadares Tavares sabe de administração pública como poucos, por isso é muito importante que o governo, que não conhece de todo a administração pública, leve em conta esta sua proposta : "reduzir a despesa nas aquisições de bens e serviços dos institutos públicos, das regiões, das empresas públicas em 10% o que irá gerar uma poupança superior à necessária, potenciando a contratação electrónica e compensando os aumentos inacreditáveis que ocorreram em 2011 e 2012 "
Esta despesa pública não tem sido controlada senão, como compreender que a despesa com aquisições de bens e serviços dos institutos públicos tivesse aumentado mais de 10% em 2012, no ano de todos os cortes de salários e pensões? Ou compreender o aumento de mais de 50% desta rubrica na Administração Regional da Madeira?
Esta soma contratualizada com terceiros de bens e serviços corresponde a 17% do PIB pelo que gerar aí uma poupança de 10% equivale a quase 2% do PIB.