O BE andou durante os anos da crise a anunciar que a dívida que pedimos por empréstimo não é para pagar. Não seria honesto, agora que Portugal volta aos mercados, dizer já se querem ou não pagar a dívida ?
Até tivemos livros escritos por Louçã e Mortágua a proporem formas de reestruturar a dívida que passava por hair-cuts e perdões. E o actual ministro das Infra-estruturas (Pedro Nuno Santos) também dizia que a dívida não era para pagar, era para gerir.
Ao fim destes quatro anos a dívida não desceu rigorosamente nada e agora vamos ter que voltar aos mercados que tanto odiamos
O BE quer que a crise seja enfrentada com o recurso a investimento público. Isto quando há milhares de empresas em dificuldades. O dinheiro deve ser orientado como é óbvio para ajudar as empresas a manter o emprego, a melhorar a rentabilidade e a inovar. Mas claro, para o BE o que interessa mesmo é o estado gastar mais dinheiro em obras para alimentar " quimeras ".
Investimento público seria um disparate total.
O secretário-geral da OCDE falou já na necessidade de um Plano Marshall [plano implementado na Europa após a Segunda Guerra Mundial]. Há muitas possibilidades, obviamente. O mais importante é conseguir que as pessoas voltem as seus trabalhos e que as empresas não entrem em insolvência por causa da crise atual. Esse tem de ser o foco principal dos governos nos próximos tempos: planos contra o desemprego, planos para que as empresas não entrem em insolvência e consigam recuperar do choque brutal que estão a sentir neste momento.
A Catarina Martins lá vai dizendo que montar um plano de investimento público demora o seu tempo. Pois, o tempo em que as falências das empresas são inevitáveis sem ajuda célere, o tempo em que as pessoas perdem o emprego, o tempo em que o rendimento das pessoas baixa drasticamente.Mas ainda assim uma resposta mais forte diz a Catarina.
Mais ou menos como o burro do espanhol. Quando se habituou a não comer, morreu.
Na saúde o BE tem para apresentar como proposta para melhorar o serviço às populações impedir as PPP. Ora há muito que se sabem algumas coisas bem mais importantes :
- Um estado pobre não consegue ter um SNS rico.
- As listas de espera de cirurgias e consultas não se resolvem com mais dinheiro que aliás o Estado não tem
- A prova disto mesmo é que os privados cresceram imenso e estão para abrir mais umas centenas de camas.
- A optimização do modelo no SNS é a chave para resolver os problemas do SNS que já se fazem sentir há muito tempo ( há 30 anos a capacidade instalada dos blocos operatórios utilizada era de 40% e hoje anda pelos mesmos 40%) . E o que se passará com o uso da capacidade instalada das restantes instalações e equipamentos ? Vários estudos e opiniões apontam para uma falta de coordenação e cooperação enormes.
- Os profissionais procuram os privados porque ali encontram melhores condições de trabalho e são melhor remunerados. Era de esperar outra coisa ?
- Deixar utentes em listas de espera a sofrer e alguns a morrer para impedir que o serviço seja efectuado pelos hospitais privados é poucochinho e não abona a sensibilidade dos bloquistas em relação aos mais pobres ( são esses que estão em listas de espera).
- As PPP em gestão mais não são do que a gestão num quadro mais flexível do que a gestão pública que implica concursos públicos para comprar o quer que seja ou para admitir mais pessoal. Dá lucro ? Pois dá, é isso mesmo que se pretende.
Mas, claro, o mal é o lucro, o bom serviço prestado. Os utentes vão morrendo ou vivendo sem tratamento. É poucochinho.
Catarina Martins diz que nunca o BE aceitará ir para o governo se o PS continuar a defender o seu programa de governo. Ao contrário da Mariana que no congresso do partido gritava "estamos preparados, camaradas ".
É uma forma como outra qualquer de se pôr à janela da cozinha. Quem quer casar com com a carochinha ?
Felizmente que não há noivo à vista e o PS ainda menos. Pois se pode continuar em mancebia ganhava o quê o noivo PS com o casamento ? O BE não vai para o governo mas vai continuar a apoiar o PS não lhe resta outra solução.
"Numa entrevista à Notícias Magazine (do Jornal de Notícias), a líder do BE, Catarina Martins, afirmou enfaticamente que «nunca faremos parte de um governo por acordo com uma política que não é a nossa» [mencionando explicitamente propostas políticas tão demagógicas, e financeiramente tão ruinosas, como a renacionalização dos CTT, a reestruturação unilateral da dívida pública e a extinção das PPP em geral]."
Há reformas de que o país precisa e que o próximo governo terá que fazer que o BE nunca apoiará.
Demarcar-se dos socialistas, dizer que sozinhos são um perigo porque viram à direta, e enaltecer os feitos conseguidos pelo BE em regime de influência ao PS. “Se com 10% conseguimos isto, imaginem com mais“, chegou a dizer Joana Mortágua. É esse o mote do BE para o ano eleitoral que aí vem: pedir mais votos, mais força, porque o voto útil acabou e cada partido conta. Já se percebeu que a porta para uma nova “geringonça” está aberta, mas desta vez o Bloco será mais exigente, e não vai querer ficar em segundo plano.
É verdade que falta um ano para as eleições legislativas, mas a campanha já está definitivamente no ar. Registamos aqui os muitos momentos em que, no primeiro dia de convenção, os bloquistas atacaram o PS para salvarem a sua pele nas urnas.
Fica claro que, daqui para a frente, e para efeitos de caça ao voto, o PS é mesmo o novo adversário do BE. Ou melhor, a sombra de uma eventual maioria absoluta do PS é o diabo a evitar em 2019.
Os salários milionários dos gestores públicos são uma afronta. Os da privada também (alguns) mas com esses podemos nós bem salvo quando o estado permite elevadas rendas que todos pagamos.
Entre o vencimento do Presidente da República e os 30 000 Euros por mês do presidente da Caixa há valores intermédios que até podiam e deviam estar ligados aos resultados da empresa. Mas não, o governo, bem à sua maneira, decidiu por si não dizendo água vai aos seus parceiros nem levando a decisão ao Parlamento. Entretanto já arranjou um bode expiatório, o BCE, que supervisiona a Caixa e, como tal, remete a responsabilidade da decisão para o Banco Central Europeu.
Catarina, por uma vez tem razão e não podemos deixar de notar o sepulcral silêncio sobre o assunto do PCP. Como é um banco público para os comunistas nada mais interessa e é de dar largas ao que tanto os indigna noutros lugares.
Á laia de explicação dizem-nos que o salário do presidente da Caixa é a meridiana ( não confundir com a média) dos vencimentos praticados na banca, o que quer dizer que há tantos vencimentos inferiores como superiores o que nos dá uma pista sobre o que ganham os banqueiros que levaram a banca à bancarrota e, que, agora, pedem dinheiro aos contribuintes depois de levarem à miséria muita gente que confiou neles.
E, pronto, o BE tem razão e como já afirmo há muito tempo a mim interessam-me as opiniões sensatas e a bem do país e muito menos as ideologias.
É um referendo contra as sanções que são o melhor pretexto, mas se versará o Tratado Orçamental ou a saída do Euro ou da União Europeia é coisa que ainda não está garantida. Porque a razão é bem diferente e essa o BE não confessa. Quer apertar com o PS e obrigar o PCP a definir-se.
Para o PCP a questão de fundo é sempre a mesma. O sistema capitalista, por isso terá sempre um pretexto para não apertar com o PS.
Mas o BE pela voz de Catarina Martins já disse que quer chegar ao 1º lugar das esquerdas até agora ocupado pelo PS. Qualquer referendo serve. Quer seguir o caminho do Syriza e do Podemos. Podia ser uma aventura com o seu quê de ingenuidade mas não, é aventureirismo do mais perigoso.
Catarina Martins como actriz que é não suporta o apagar das luzes, teve que sair do congresso como a estrela da companhia e não resistiu a mais uma promessa que não cumprirá. Quase desejo que Bruxelas imponha umas sanção suave ao país para ver Catarina a avançar com um referendo. Até porque avançar com um referendo não está nas suas competências e quem o pode viabilizar já o repudiou. Unanimemente.
Agora que passaram as férias da Páscoa não há um bocadinho para protestarem contra as pesadas condenações dos nossos amigos angolanos ? É que se não sabem, até foram condenados por um crime que só apareceu nas alegações finais do julgamento. O que é que se passa convosco, raparigas ?
Têm falta de t-shirts ? As que envergavam na foto acima não aguentaram cinco meses de poder ? Têm medo de desagradar a quem, valha-me Deus ? Então o que era verdade em 2015 ( uma vergonha o silêncio do então governo) é agora mentira? Os rapazes são mesmo um perigoso grupo de revolucionários que atentaram contra o governo revolucionário de José Eduardo dos Santos? Catarina, Mariana, que se passa convosco?
Já com a Grécia e o Syriza estranhei a vossa atitude. Tanto carinho naquela fase de assalto ao poder mas, depois, veio o silêncio à medida que as reuniões em Bruxelas calavam aquele que a Isabel Moreira apelida de "é sexy, porra!". Nem o champanhe com a mulher na varanda ao entardecer o salvaram da demissão .
Começo a ficar desiludido. Embora nunca tenha dito que gostava de Vossas Excelências ...
A Catarina Martins não diz nada de novo. Sobre a escola pública e a escola privada apresenta os argumentos habituais.Basicamente quer impedir as famílias de exercerem o direito de escolha. Sabe que as famílias procuram as boas escolas para nada lhes interessando se são públicas ou privadas.
Quem tem os filhos nas escolas privadas paga a escola pública com os seus impostos e paga com propinas a escola privada. E não me venham dizer que são só os filhos dos ricos que as frequentam. A ser assim estamos num país onde há muita gente rica. Há é famílias que em vez de comprar um carro novo preferem pagar a frequência das suas crianças em boas escolas.
Catarina Martins questionou “porque é que há-de o Estado pagar a escola pública e depois pagar em benefício fiscal o colégio privado”. Ora o Estado não paga nada, porque o dinheiro não é do Estado é dos contribuintes e, estes, têm o direito de exigir ao estado que tenha boas escolas e que as famílias possam escolher entre boas escolas. Sejam públicas ou privadas.
Quem ainda não percebeu a verdadeira natureza do BE é melhor deixar de olhar para as meninas engraçadas e passar a ouvi-las.
O Syriza e o Podemos estão a invadir o eleitorado de esquerda e de centro esquerda liderados por políticos com carisma e com ideias formatadas e credíveis, embora em ruptura com o sistema. Teria acontecido o mesmo em Portugal se Louçã, Rosas, Miguel Portas, Ana Drago ainda liderassem o BE?
O que aconteceu com o BE foi que, com a renúncia daqueles líderes, o partido entrou em desagregação, chefiado por políticos imberbes e sem credibilidade. Catarina Martins sabe discursar, fazer a pontuação, realçar a mensagem mas, o problema, é que não tem nada para dizer. Parece uma menina no recreio da escola. Diverte-se mas à solução não trás nada.
O líder da bancada, mais consistente, não é capaz de passar da visão a preto e branco que tem sobre o mundo. Ouvido uma vez ouvido para sempre.
Na segunda fila da bancada Mariana Mortágua é demasiado nova embora mostre uma preparação muito acima dos papagaios seus camaradas. Com mais dez anos podia ser a líder ideal para substituir Louçã. Está no lugar certo no tempo errado.