O lítio que existe por cá tem a pureza necessária para o fabrico de baterias e para a indústria da cerâmica. Esperemos que não apareçam por aí umas petições contra a exploração do lítio .
A Europa está a avançar com as gigafábricas de produção das baterias para os carros eléctricos assim fazendo concorrência à americana Tesla. A Alemanha já deu o tiro de partida .
De acordo com um comunicado divulgado pela empresa nesta segunda-feira, 29 de Maio, os testes mostram que pode ser possível produzir carbonato de lítio - um dos elementos usados na produção das baterias eléctricas com aplicação em automóveis - com um grau de pureza de 99,97% a partir da petalite extraída naquela prospecção em Trás-os-Montes.
Este facto "reduz o risco de desenvolvimento" do projecto daquela empresa em Portugal, que pretende tornar-se num fornecedor sustentável de lítio da Europa.
"Com a confirmação de que pode ser produzido carbonato de lítio a partir da petalite de Sepeda, tal como esperado, este é outro passo importante para o objectivo estratégico de nos tornarmos num fornecedor sustentável de produtos de lítio para o florescente mercado europeu," afirma o CEO da Dakota, David Frances, no comunicado.
Agora esperemos que o estado dê corda aos sapatos, facilitando .
A tecnologia de armazenamento de energia em bateria é a questão chave não só para tornar os carros eléctricos mais baratos do que os carros movidos a combustível mas, também, para armazenar energia nos períodos em que não é possível descarregar a energia verde na rede de distribuição . Com estes dois sectores a moverem-se na mesma direcção a solução do problema não tardará.
O maior custo de um carro eléctrico é a bateria, responsável por quase metade do preço de um carro eléctrico de tamanho médio. Tirando isso, é muito mais barato produzir e manter carros eléctricos do que veículo de combustão interna. (É por isso que a Renault, a fabricante francesa de veículos, vende o seu popular Zoe sem bateria). Mas segundo o mesmo estudo, os preços vão cair cerca de 77% entre 2016 e 2030.
"Há duas curvas. Uma é a da redução dos custos de tecnologia de veículos eléctricos, por causa das novas descobertas e do maior volume de produção que fará com que os custos destes veículos desçam. A outra é a do aumento dos custos associados com veículos de tradicionais a gasolina, devido, principalmente, às regulações mais apertadas no que respeita às emissões de gases poluentes."
E adivinhem onde a tecnologia está na dianteira. Isso. Nos USA e na Europa.
Já há uma empresa americana a colocar milhares de postos de carregamento de baterias na Europa. Enquanto não se reduz o tempo de carregamento o automobilista pode simplesmente trocar a bateria descarregada por uma carregada. Agora inicia-se a competição e como sempre aconteceu os progressos e inovações vão aparecer de imediato.
Ter as cidades livres de carros movidos a gasolina está à distância de uma bateria com maior potência e da vontade dos governos não produtores de petróleo. A Europa tem imenso a ganhar com esta inovação. Cortar grande parte da importação de combustíveis e livrar-se da poluição ( também sonora) nos grandes centros é um objectivo estratégico . Por enquanto o preço inicial de compra é também uma barreira por ser alto embora seja rapidamente recuperado pelo preço do combustível. É uma questão de vontade política. Sem produção de petróleo a Europa deverá incentivar ( fiscalmente) a reconversão da frota automóvel.