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BandaLarga

as autoestradas da informação

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À machadada

Não, a machadada que aqui trago não foi na Alemanha. Refiro-me à machadada que deram no Novo Banco . O governo já anunciou que se não for vendido o banco vai ser liquidado. Mas é claro que vamos ter uma boa notícia tal como tivemos no BANIF. Há um banco que vai fazer o serviço patriótico de ficar com ele.

Agora é só deixar correr o marfim que o ex-BES vai perder valor por cada dia que passa. É essa a ideia. O governo não dá uma machadada no banco porque sim. Que diabo não somos tão burros assim. Ainda para mais com o PCP e o BE a quererem nacionalizar o banco. Não há razões válidas para abrir uma guerra na geringonça. Ficam todos a dizer o que é preciso para salvar a face enquanto se entrega o banco ao salvador.

No que refere ao Novo Banco, o Executivo informou na segunda-feira a Comissão Europeia que "não considera a possibilidade" de realizar uma nova ajuda estatal ao Novo Banco, acrescentando que, se o banco não for vendido até agosto de 2017, entra num processo ordeiro de liquidação.

Está percebido.

Alguém falou em negócios ?

O estado vendeu o Banif por 150 milhões numa operação cujos contornos são no mínimo pouco claros. Sabe-se agora que foi cuidadosamente escondida uma parte do negócio. O Santander compra 1 766 milhões de dívida pública numa aparente contrapartida a um negócio que para o banco espanhol é a sorte grande. Tudo feito entre o estado e o Santander sem concorrência. Os negócios a que estamos habituados quando o PS está no governo.

"o Banco de Portugal não tem conhecimento da existência de qualquer acordo entre o Estado português e o Banco Santander Totta, S.A. com vista à aquisição de dívida pública portuguesa", escreve o gabinete de Carlos Costa em resposta enviada ao grupo parlamentar do CDS, divulgada esta manhã pela “Visão”.

Em causa estará uma verba de 1.766 milhões de dívida emitida pelo IGCP, montante igual ao valor que o Estado injectou directamente no Banif no momento da venda de parte dos activos e passivos ao Santander por 150 milhões de euros.

A operação foi reconhecida pelo Santander, que a 25 de Fevereiro explicou que a compra de dívida ao Estado português foi uma ideia do Governo de António Costa.

Mas não se passa nada

No Novo Banco e no Banif o tamanho conta ?

No Novo Banco salvam-se os contribuintes, pagam os investidores. Problema ? Os investidores não gostam e a imagem do país no exterior sai mal na fotografia.

No Banif pagam os contribuintes. Não está mal para quem diz ( o governo) que quer aumentar o rendimentos dos cidadãos. Dá-lhes com uma mão - salários e pensões - e tira-lhes com a outra. Pagam o buraco no Banif. 

O Banco de Portugal decidiu, na terça-feira, que o Novo Banco (NB) vai ser capitalizado com quase dois mil milhões de euros provenientes de títulos de dívida, suportados por grandes obrigacionistas, nomeadamente investidores qualificados como bancos ou fundos de investimento.

Por causa do Banif o país já não sai do Procedimento dos défices excessivos. O país agradece primeiro grande objectivo de Centeno.

O BANIF também foi saqueado

Ninguém sabe de nada, ninguém viu nada, ninguém assinou nada. Onde é que já ouvimos isto ? Daqui a uns anos um qualquer governo faz uma lei " à la minute" para que os capitais no estrangeiro regressem a Portugal a troco de um impostozinho. Grande parte dos três mil milhões em falta que os contribuintes vão pagar regressam nessa altura.

Há muito investimento que nunca saiu do papel, muito imobiliário deixado ao abandono, muito crédito concedido aos amigos . Como no BNP, no BES, no BPP, na CGD, no BCP e menos nos que conseguiram fugir ao naufrágio. Mas a técnica é a mesma em todos.

"E, um dia desses, um qualquer governo há de aprovar um regime extraordinário de exceção para que empresários, administradores, intermediários, e outros, cá coloquem o dinheiro que literalmente saquearam com uns projetos imobiliários que ou não saíram do papel ou nunca lá estiveram. Há muito disso no Banif. Alguém os aprovou. Alguém os financiou. Alguém os assinou. E alguém os devia ter vigiado.

E dizem que o Pai Natal não existe. Existe, pois, mas só para alguns."

Não se macem só ficarão mais preocupados e indignados e não resolvem nada.

 

 

Não há buraco nas contas do BANIF

Em entrevista à SICN, Jorge Tomé CEO do BANIF reafirma que não há nenhum buraco nas contas do banco e que o resultado da venda promovida pelo governo é desastroso.

Para Jorge Tomé, o valor do Banif é superior aos 150 milhões de euros. “A partir do momento em que separamos os ativos não bancários e vendemos o banco limpo, considerando os múltiplos do mercado, o valor do Banif seria de cerca de 400 milhões de euros”.
Sobre a notícia da TVI, que apontava para o fecho do banco, Jorge Tomé respondeu: “Não sei se foi intencional, mas foi tendenciosa e penalizou o valor do banco, que perdeu cerca de mil milhões de euros, de segunda para sexta”. -
 
Jorge Tomé pede uma auditoria ao Banco de Portugal :  “Acho que se devia fazer uma auditoria ao Banco de Portugal, ao processo de venda e ao processo de resolução”, afirmou Jorge Tomé, antigo presidente do Banif. Em entrevista ao Negócios da Semana na SIC Notícias, o ex-presidente do Banco Internacional do Funchal fez duras criticas à atuação do supervisor bancário.
 
Como é que apareceu uma conta de 3 600 milhões para os contribuintes pagarem ? Eis uma pergunta que tem que ter uma resposta.

Quem beneficiou com a morte do BANIF em 2015 ?

Sabemos de onde vem o dinheiro mas não sabemos para onde vai. " Uma resolução feita no próximo ano, no âmbito da união bancária, toda a banca europeia poderia ser chamada a cobrir os prejuízos do BANIF. Mas, claro, todo o processo seria liderado pelo BCE, ou seja, e teríamos aquilo que Horta Osório, presidente do colosso britânico Lloyds Banking Group, gostaria que tivéssemos: um “apuramento claríssimo das responsabilidades”. Para evitar esta transparência, seremos nós a suportar todo o custo, quando estávamos a 15 dias de poder usufruir da solidariedade europeia."

"Resumindo. Quem beneficiou com a morte do BANIF em 2015? Beneficiaram os detentores de depósitos superiores a 100.000€ e os detentores de dívida sénior, que ficaram salvaguardados. Beneficiou o bloco central de interesses, porque conseguiu evitar que o BCE viesse ao BANIF fazer uma auditoria profunda aos seus negócios. Quem perdeu? Os portugueses."

Ao fim de três semanas já não é se cai é quando

PCP vota contra orçamento rectificativo. BE impõe condições. Em comum querem o Banco Novo na esfera pública. PSD e CDS vão votar a favor como não pode deixar de ser. É cedo para derrubar o governo. E o governo, já não é a primeira vez, depende mais da oposição do que dos seus apoiantes. No mínimo bizarro. Quanto tempo dura ?

O PCP justifica a sua posição porque o caso BANIF não faz parte do acordo de apoio ao governo e "O BE impõe duas condições para aprovar o orçamento retificativo do governo. Uma é ser criada uma nova lei de intervenção no sistema financeiro, com a constituição de uma nova autoridade nacional e a retirada de poderes ao Banco de Portugal. A segunda condição é que o Novo Banco fique na esfera pública, com o Estado a assumir a direção do Fundo de Resolução e o fim da proteção aos chamados credores séniores."

E o Governo está metido numa alhada bem organizada por António Costa. Resta-lhe ir acumulando queixas até ao momento certo que as sondagens indicarem para se demitir e exigir eleições antecipadas.

Ao fim de três semanas a governar já não é se cai é quando...

No BES salvaram-se os contribuintes

Muito, muito estranho. No BES, Passos Coelho, negou-se a meter o dinheiro do estado . Pagam os accionistas e os depositantes. No Banif, PS+PCP+BE, metem o dinheiro do estado e safam os accionistas e depositantes. Pagam os contribuintes.

O amigo do grande capital, Passos Coelho, salva os contribuintes. Os grandes amigos dos contribuintes  salvam os accionistas de um banco e os seus depositantes . 

É estranho, não ? Ou nem por isso ?

BANIFestamente...

Todos andaram à espera que o tempo resolvesse o problema . Como não resolveu vamos pagar todos. Os contribuintes.

Era preciso uma saída limpa do resgate. Era preciso sair dos défices excessivos. Neste contexto o Banif era um empecilho. Era um banco que cumpria com todos os rácios mas vivia com um pecado mortal : Tinha um problema de sustentabilidade do seu negócio depois de anos de má gestão e apostas erradas. Uma carteira de promoção ao imobiliário que mais parece um buraco sem fundo. E um gigante problema accionista .

Por esta razão todos achavam que o problema não lhes pertencia . A experiência do BPN não foi suficiente . Afinal o dinheiro público chega sempre e lava tudo. Manifestamente...

Contribuintes têm outra factura para pagar diz António Costa

Esta é relativa ao Banif . Depositantes têm garantias mas os contribuintes pagam. Não sei se está certo. Compreendo que a ideia do Primeiro Ministro nesta altura do campeonato seja impedir uma corrida dos depositantes ao Banco o que poderia ter consequências sistémicas. O mesmo argumento que levou à nacionalização do BPN com as consequências que se conhecem. 

Os montantes envolvidos no BES são muito maiores mas os caminhos não são muito diferentes como se vê.

O BNIF está a ser prejudicado por ao mesmo tempo estar a correr o processo de venda do BES. O governo dá prioridade ao BES. Tomé confirmou que já tinha tentado alienar aquela participação maioritária no início do ano, mas tal não foi possível e o culpado, diz, é o Novo Banco. "Na altura, o Governo, como também tinha o processo do Novo Banco em curso, muito provavelmente não quis misturar os processos e, portanto, o que nos disse foi o seguinte: se aparecerem propostas não solicitadas, olhamos, mas, abrir um concurso de forma estrutura não nos parece melhor solução nesta altura", declarou à SIC.

Agora a corrida termina no final do ano.