A burocracia do estado e a barafunda fiscal só prejudicam. É altura de deixar a economia respirar. As exportações continuam a crescer, alcançamos a independência alimentar . O Banco de Fomento é uma estrutura paralela à CGD. Não há confiança no banco público ? Saiam da frente.
Rui Rio foi convidado a presidir ao novo Banco de Fomento mas declinou o convite. Era uma forma limpinha para o retirar da circulação. Um lugar de prestígio, bem remunerado, com poder. Mas Rui Rio sabe que pode aspirar a bem mais alto. As europeias, legislativas e presidenciais estão aí à porta e há muita água para passar debaixo das pontes.
É bem de ver que o ex-autarca está bem colocado , como mostram as sondagens vindas a público. De qualquer forma a negativa mostra bem como estamos perante um homem cerebral e frio, capaz de equacionar os problemas e não embarcar em cantos de sereia.
Conhecem por aí mais alguém que resistisse a um convite destes?
A ideia de juntar várias instituições parece ser boa. Um banco virado para as PMEs injectando liquidez na economia e se possível a taxas mais baixas. Controlar os subsídios europeus. Entrar no capital das empresas e sair delas quando já não for necessário.
Tudo o que a CGD poderia fazer mas não faz. A Caixa vai passar a ser um banco comercial como os outros ou vai ser privatizada? Banco comercial como os outros já é na prática. A poda já começou com a venda da área da saúde, os Hospitais Privados de Portugal. Está perto a venda da área dos seguros.
Com a chegada do novo Banco de Fomento há mais um argumento para privatizar a Caixa. Há quem diga que tem tudo para correr mal. O que não deixa de ser outro argumento para privatizar a CGD.
O governo assinou hoje um acordo com o banco alemão KfW para a constituição e implementação de um banco estatal de fomento para apoiar as Pequenas e Médias Empresas. Objectivo que devia ser da CGD mas não é.
O Banco de Fomento português, que se designará por Instituição Financeira de Desenvolvimento (IFD), contará com o apoio do banco estatal alemão, KfW. Esse apoio passa pelo "aconselhamento ao desenvolvimento da instituição" e também poderá incluir o financiamento de PME portuguesas.
"O KfW está ainda disposto, junto do Governo alemão, a abordar as possibilidades de financiar as PME portuguesas através desta instituição financeira especializada", refere o comunicado das Finanças.
A CGD, ou quem por lá anda a fazer de administrador, tudo tem feito para dar razão aos que a querem privatizar. Tem sido utilizada em negócios "finos", no controlo da maioria accionista em grandes empresas, assim abandonando o seu "core" que devia ser o financiamento da economia e, muito especialmente, as PMEs.
Lembram-se do Banco de Fomento ? A própria Merkel veio cá dizer que apoiava e adiantava dinheiro. O Primeiro ministro está de acordo, bem como o ministro das finanças e o Governador do Banco de Portugal. Então porque não avança?
Porque os bancos querem continuar a serem eles a distribuir o dinheiro. Porque os canais da administração que atribuem os subsídios e os apoios financeiros não querem perder esse poder . E os procedimentos estão estabelecidos bem como os beneficiários.
Criar o Banco de Fomento seria mexer nesses poderes e nesses interesses poderosos. E não interessa nada que o dinheiro não chegue às PME que suportam 80% dos postos de trabalho. Quem manda, manda!
O Banco público alemão que foi instrumento financeiro para a reconstrução da Alemanha no após guerra vai ajudar as Pequenas e Médias Empresas portuguesas. Com abertura de linhas de crédito e ou participação directa ou indirecta nas empresas.
O Ministro Alemão das Finanças reforça assim a promessa que Merkel fez quando nos visitou . "Wolfgang Schäuble defendeu a necessidade de os dois países reforçarem a colaboração, para dinamizar a economia e combater o desemprego, que em Portugal atinge 17,7% da população activa, mas que, reforçou Schäuble, não é apenas um problema português. É de toda a Europa, disse, a dias de Berlim apresentar, com o Governo francês, uma proposta centrada no combate ao desemprego jovem.
O Banco de Fomento em preparação vai concorrer com os outros bancos ou é complementar? Ou abre a porta à privatização da CGD já que esta poderia executar as funções que lhe vão ser cometidas ?
"O governante adiantou que esta entidade irá usar os fundos europeus disponíveis e que o seu modelo de funcionamento está a ser estudado em conjunto entre os ministérios das Finanças e da Economia, assim como com outras instituições "relevantes" de modo a garantir que "este conceito é operacionalizado da forma mais eficaz possível".
A CGD diz que os bancos comerciais podem ser os canais de distribuição do financiamento captado pelo novo Banco de Fomento. Este conceito foi importado da Alemanha. Talvez desta forma o dinheiro chegue mais rápida e eficazmente às empresas.