O dinheiro tarda a chegar às empresas mas já está a chegar aos bancos. Dinheiro barato do BCE para responder à pandemia. E com isto, com dinheiro barato, ganham milhões emprestando-o às empresas sôfregas de liquidez.
Os bancos anteveem uma utilização da liquidez sobretudo para os dois fins referidos, mas também como alternativa ao crédito interbancário [em que os bancos se financiam junto de outros bancos] ou a outras operações de cedência de liquidez“, diz o inquérito realizado pelo Banco de Portugal. E também “para a aquisição de obrigações soberanas nacionais”, permitindo-lhes, com o BCE a comprar dívida pública no mercado — tem uma “bazuca” de 750 mil milhões de euros –, obter algum retorno.
Os bancos dizem ainda esperar que “a sua participação nestas operações contribua para melhorar a respetiva situação financeira, nomeadamente através da melhoria da capacidade para cumprir os requisitos regulamentares e prudenciais e da rendibilidade e posição de liquidez global do banco”, mas também “para o aumento do volume de crédito concedido a empresas e a particulares“.
A banca deve muito aos portugueses. Ninguém compreenderia se a banca tivesse mais do que lucro zero em 2020 e 2021.
É preciso que a banca ajude todos aqueles que nos últimos anos foram chamados a contribuir para a salvar .
"A banca sabe perfeitamente que se as empresas morrerem, a banca morre com elas. Vamos acreditar que vamos ter uma banca atuante", acrescentou. Rio terminou a ideia reiterando que aquilo que compete aos bancos é "pagar aos portugueses aquilo que tanto lhes deve", recordando assim os apoios públicos de que o setor foi alvo em anos recentes.
Recorde-se que, na sexta-feira passada, o Banco Central Europeu recomendou a todos os bancos que supervisiona, bem como às instituição financeiras mais pequenas, que não distribuam, nem anunciem, dividendos pelo menos até 1 de outubro como forma de assegurar a máxima liquidez possível à economia.
A banca é um sector vital agora e para o período de recuperação económica..
O Estado vai buscar dinheiro a taxas zero ou menos que isso e a banca empresta às empresas a 3%. Grande ajuda. Com o PS é sempre assim quando a ideia é ajudar as PME.
Como pode o Ministério da Economia advogar que as empresas contratem financiamentos para fazer face à crise com taxas iguais às que eram praticadas antes da crise? A ideia é ajudar as empresas e não oferecer à banca um novo e lucrativo negócio.
Acresce que o acesso às vitais linhas de crédito (com taxas quase usurárias, atenta a circunstância) exige, cumulativamente, que as empresas demonstrem rácios de solvabilidade (aferidos pela análise dos capitais próprios); que apresentem as contas de 2019 fechadas (coisa que quase nenhuma empresa terá ainda, uma vez que na prática corrente as empresas fecham contas a partir do fim de Março); e que as empresas declarem ter sofrido uma quebra de pelo menos 20% nas receitas, nos últimos 60 dias, comparados com o período homólogo do ano passado, confirmada por contabilista certificado — período que deveria ser, no máximo, de 30 dias.
É uma boa pergunta. Portugal deve investigar quem está na origem do elevado endividamento do Estado e bancos.Temos de ir aos incentivos. Quem ganhou com isto? No meu país eu sei quem puxou os cordelinhos, porque o fizeram e o que fizeram, e Portugal precisa de fazer o mesmo. De analisar porque alguém teve esse incentivo, no Governo e nos bancos, para pedirem tanto emprestado e como se pode solucionar esse problema no futuro".
Portugal beneficiou muito de estar no euro nesta altura, porque para além do apoio dos seus parceiros da união monetária, terá de resolver os seus problemas estruturais ao invés de recorrer, como muitas vezes no passado, à desvalorização da moeda.
"Talvez para Portugal estar no euro nesta altura seja uma bênção, porque apesar de não conseguir sair do problema de forma tão fácil como antes, através da depreciação [da moeda], vocês têm de lidar com os problemas estruturais que têm", disse.
O que Costa e Centeno não têm feito nem de perto nem de longe.
Os factores que levaram à falência de bancos e famílias estão aí novamente. Mas o Banco de Portugal anda a dormir e o governo faz de conta que não vê. E não verá até às eleições.Depois não digam que ninguém avisou.
Melhor exemplo: acaba de ser lançado no mercado um produto que traz de volta o financiamento a 100% da compra de casa, com a agravante de já não arrastar apenas indiretamente os fiadores. Não, a sugestão é mesmo hipotecar também a casa dos pais, ou de outros familiares próximos. Plantar a semente da multiplicação da dor futura.
Pior, voltou o crédito à habitação mais obras, no mesmo regime de dupla hipoteca. O que quer dizer que os 100% podem vir a ser excedidos por via de habilidades várias.
A visão de curto prazo que levou o país à quase bancarrota voltou. E as consequências serâo as mesmas.
Tudo teria sido bem pior se Passos Coelho não tivesse tido a coragem de dizer não ao então "dono disto tudo" Ricardo Salgado. Vitor Bento, o primeiro CEO do Novo Banco calcula em 10 mil milhões de euros o dinheiro que os contribuintes vão suportar com os prejuízos do ex-BES.
Bem diferente, é o sim que António Costa está a oferecer ao Montepio numa cena canalha bem ao estilo do que nos trouxe até à bancarrota. É legal, mas não deixa de ser uma vergonha .
Durante anos o Montepio manteve práticas que levaram à situação presente pela mão de um amigo socialista. O Montepio é uma bomba relógio que um dia destes rebentará nos bolsos dos contribuintes com a cumplicidade, por inacção, dos poderes públicos.
Se fosses necessária, esta é a prova visível de que os problemas da banca estão longe de estar resolvidos. O risco na banca é elevado. E isto não é mentira. É a verdade.
Depois António Costa vai arranjar um culpado como sempre faz nos dramas que deixa crescer bem debaixo do seu nariz de Pinóquio.
As famílias como não tem onde colocar a poupança ( os juros são negativos) compram carro e habitação com crédito bancário . Mas os juros vão subir (não é "se" é "quando" ) e as famílias dificilmente vão ser capazes de aguentar financeiramente o contrato com o banco.
Nada que não tenha acontecido nestes anos de crise, só cai quem quer . Mas a culpa é especialmente de quem anda a deitar foguetes e a apanhar as canas dando uma imagem errada da situação do país. Tudo é a vitória do século escondendo que a economia está a arrefecer e que vamos voltar a divergir da Europa.
PS : erros de teclado
Logo que nova crise chegue ( não é "se" é "quando" ) Portugal tal como em 2008 vai ser apanhado com as calças na mão, os bancos com crédito mal parado e as famílias a perderem a casa e o automóvel.
A ladainha vem a seguir, a culpa é dos bancos que, certamente, vão ser salvos com o dinheiro dos contribuintes.
A crise a nós vai-nos atingir com estrondo, aos países que se preparam nos tempos de vacas gordas, toca de raspão.
Na terça-feira, a Unidade Técnica de Apoio Orçamental (UTAO) concluiu que a revisão das condições do empréstimo do Tesouro ao Fundo de Resolução bancário piorou as condições para o Estado, traduzindo-se num valor actualizado líquido negativo de cerca de 630 milhões de euros, valor que o líder do PSD considerou ser "conservador", dizendo que poderá ser o dobro.
Tivemos vários génios políticos ao longo do tempo que mandaram passar o cheque até não haver dinheiro para pagar nada. Alguns estão hoje no Governo, na hora difícil ninguém os viu.
No projecto de resolução hoje entregue no parlamento, os sociais-democratas pedem ao Governo que renegoceie os empréstimos relativos ao Novo Banco e ao Banif acordados em 10 de Fevereiro "em termos e condições que - na conjugação do prazo do empréstimo, escalonamento dos reembolsos de capital e taxa de juro - assegurem que o valor actualizado dos pagamentos de capital e juros dos empréstimos que o Estado recebe seja pelo menos igual ao valor emprestado pelo Estado.
Nem mais um euro para a banca gritavam o PCP e o BE. Não foi há muito tempo.