Na semana que passou ficou claro que a geringonça está mesmo morta: Bloco, PCP e PEV recusaram-se a acudir ao PS e ao governo, tendo aliás nos casos do TC e do aeroporto do Montijo contribuído para tornar a posição dos socialistas ainda mais complicada.
Mas, além disso, às negas da esquerda somaram-se as do PSD. Os sociais-democratas juntaram-se às ameaças do PCP e do Bloco de chumbar a intenção governamental de mudar o decreto que permitiria a transformação da Base Aérea 6, no Montijo, num aeroporto internacional.
As medidas compensatórias ( por exemplo, as receitas da construção de habitação que com o aeroporto não são viáveis) vai obrigar o governo a abrir os cordões à bolsa para converter as autarquias comunistas.
Mas bem podem tirar o cavalinho da chuva. A deputada de Castelo Branco que tem o marido ( presidente da câmara) envolvido em negócios com familiares já veio agradecer a António Costa a recondução do mandato como deputada.
Cada cavadela, cada minhoca. E, claro, a imprensa só cava quando há um problema qualquer. Imaginem os milhares de casos deste tipo que não estão associados a problemas mediáticos e por isso não foram escrutinados. A teia de interesses que torna as compras públicas mais caras com menor qualidade, num roubo organizado aos contribuintes e aos utentes dos serviços públicos. Quanto se poderia poupar se as compras públicas fossem efectivamente concorrenciais em vez de serem entregues a familiares de dirigentes do PS? Quantas mais empresas se atrairiam para Portugal com a respectiva redução de impostos? Quão maiores seriam os salários de todos?
Este é o partido que se prepara para ter uma maioria absoluta e que, mesmo não tendo, não lhe faltam parceiros de coligação (do PSD ao PCP) disponíveis para os deixar continuar a gerir esta teia de interesses.
Quem gasta assim sabe que nada lhe acontece e que alguém irá pagar. E a desculpa é boa. Gastou-se para fazer obra a bem da população. Mas não há orçamentos municipais autorizados pelos órgãos competentes? Haver, há, mas ninguém controla nada. A nível do estado também é assim. Gasta-se até alguém do exterior vir cá dizer que a festa acabou. E a seguir os contribuintes pagam. Mas o Tribunal de Contas e a Secretaria de Estado do Orçamento não controlam? Controlar, controlam mas não serve para nada.
Parece que as coisas estão a mudar. Quem não cumpre pode perder o mandato.
Dizer que a Lei permite que um autarca após três mandatos possa fazer mais três atravessando a ponte e assim sucessivamente, é uma patetice. A Lei é mesmo para renovar o pessoal político e não deixar que as cadeiras aqueçam demasiado com todos os problemas que isso levanta.
Rangel um dos pais da Lei diz que o espírito é esse mesmo limitar os mandatos a três.
Juízes estão obrigados a decidir se candidatos são elegíveis. Paulo Rangel alerta para risco das candidaturas serem anuladas. Veja o vídeo.
O PSD desgastado pela governação vai ser derrotado nas autárquicas? É possível. O governo de Guterres até se demitiu após copiosa derrota. Mas não são favas contadas. Como mostram as sondagens nacionais os ganhos do PS não metem medo a ninguém. Muita água ainda vai passar por baixo das pontes.
É muito provável, mas a história aconselha prudência nos prognósticos. Em 2001, foi um desastre autárquico que fez o segundo Governo de António Guterres cair; mas nas últimas eleições camarárias, em 2009, o PS, que tinha sido "castigado" nas legislativas realizadas uma semana antes, onde perdeu a maioria absoluta, conseguiu recuperar várias câmaras ao PSD – 22, no total.
Com um teste piloto em Cascais a gestão das escolas do primário e secundário vão passar para o nível autárquico. Governo estuda transferir Educação para as câmaras - Cascais será município-piloto a testar modelo que transfere para o nível autárquico competências da gestão das escolas até ao 12º ano, incluindo do pessoal docente e não docente. Retirar a gestão centralizada das escolas do ministério e de caminho dos sindicatos é um enorme passo no sentido certo. Para o ministério ficarão as tarefas de regulação e de controlo. Claro que o alucinado Nogueira não quer, lá se vão as quotas dos professores que alimentam o sindicato e o folclore de todos os anos à volta da colocação dos professores e as manifestações a descer a avenida. O FNE ( outro sindicato) está preocupado que a gestão dos professores passe a ser feita nos municipios. A razão é mesma. Lá se vão as quotas!
Com um teste piloto em Cascais a gestão das escolas do primário e secundário vão passar para o nível autárquico. Governo estuda transferir Educação para as câmaras - Cascais será município-piloto a testar modelo que transfere para o nível autárquico competências da gestão das escolas até ao 12º ano, incluindo do pessoal docente e não docente. Retirar a gestão centralizada das escolas do ministério e de caminho dos sindicatos é um enorme passo no sentido certo. Para o ministério ficarão as tarefas de regulação e de controlo. Claro que o alucinado Nogueira não quer, lá se vão as quotas dos professores que alimentam o sindicato e o folclore de todos os anos à volta da colocação dos professores e as manifestações a descer a avenida. O FNE ( outro sindicato) está preocupado que a gestão dos professores passe a ser feita nos municipios. A razão é mesma. Lá se vão as quotas!