A ideia lançada sobre o englobamento das rendas no cálculo do IRS não só significa um aumento dos impostos, o que pareceria impossível, como é uma machadada final no actual regime de arrendamento.
Não se entende o fundamento de uma medida desta natureza, quando os níveis de poupança atingiram recordes negativos e se reclama a necessidade de habitações para arrendamento.
Isto é fatal para a confiança necessária nas decisões dos investidores.
A situação vai piorar em consequência destas medidas, e vamos voltar ao que aconteceu nos anos 70 e 80, em que os contratos de arrendamento quase desapareceram”, sustenta Luís Menezes Leitão, presidente da Associação Lisbonense de Proprietários, prevendo para 2019 uma redução de 20% na oferta de imóveis para arrendamento com as restrições impostas, à semelhança da queda já verificada no ano passado. “Vai haver mais aumentos nas rendas e a crise na habitação vai agravar-se.”
O diploma que o PS apresentou na Assembleia da República sobre o alojamento local mostra bem como funciona a ganância dos interesses instalados e que andam sempre de braço dado com o estado.
Quem tem dinheiro para comprar um prédio inteiro pode alugar como quiser pois o condomínio pertence-lhes mas, se for um cidadão que tem apenas um apartamento aí fica dependente da assembleia de condóminos . É claro que tudo é feito sob a sagrada igualdade social tão cara aos socialistas.
“Vai acabar com o negócio para os privados, mas vai dar grandes negócios às grandes empresas e grandes imobiliárias, porque esses podem comprar o prédio inteiro”, afirmou a economista e ex-líder do PSD que se manifestou “inteiramente perplexa” com o projeto de alteração legislativa.
Mas ai de quem discorde. Reaccionários e de direita dirão os amigos dos pobrezinhos.
O alojamento local tem quatro meses de mercado em pleno. A maioria das casas começa a ter clientes em abril/maio e termina lá para setembro/outubro. E dá chatices para burro.
Há que pagar a comissão à plataforma, a água, a electricidade, o gaz e com um bocado de azar substituir um ou dois móveis. E lavar, e preparar a próxima entrada.
Obriga a uma permanência por perto para ocorrer a uma torneira que não deixa de correr, a uma fuga de gaz, para já não falar que frequentemente é preciso ir apanhar os clientes ao aeroporto.
A chatice é tal que conheço jovens que compraram casas para arrendamento local e estão a passar para o sossego do arrendamento pelo menos por um ano renovável.
Se contarmos doze meses o lucro é semelhante como muito menos trabalho. Mas a senhora arquitecta acha que as pessoas não têm olhos na cara. Ela que não precisa de arrendar nada para viver é que tem "olho"...
A actual lei do arrendamento mexeu na procura de tal forma que, apesar de nunca ter havido tantas obras de reabilitação de prédios em Lisboa e Porto, a oferta não chega. Foi o que bastou para surgirem as habituais contestações a tudo o que funciona bem.
O importante é isto: nos últimos anos, começou-se a criar um mercado de arrendamento. Esse mercado é ainda incipiente, não funciona para todos, e está a ser perturbado, em áreas limitadas, por uma procura inesperada. Mas concedam-lhe uma oportunidade para amadurecer e equilibrar-se. Há problemas? Não façam mais leis, criem apoios. Se for verdade que a Câmara Municipal de Lisboa tem “1600 casas de habitação social fechadas”, muitas delas “emparedadas”, podem começar por aí. Porque um novo congelamento, seja qual for a sua forma e alcance, só pode ter os mesmos efeitos funestos dos anteriores.
É que não é boa ideia ter senhorios pobres com inquilinos ricos.
É "um aumento de 133% do imposto sobre o rendimento dos particulares e 775% para as empresas", acusa a associação que representa o alojamento local (ALEP), considerando a proposta do governo inaceitável. "Devido a esta confusão, um dos setores mais promissores e de maior crescimento do turismo, onde Portugal é pioneiro, tem o seu desenvolvimento ameaçado, colocando em questão o próprio desenvolvimento do turismo e da economia portugueses. Isto é de uma enorme gravidade", denunciou Eduardo Miranda, presidente da ALEP, estimando que se o governo tivesse avançado para um coeficiente de 0,75, como chegou a ser noticiado ainda numa fase preliminar do Orçamento, "teria, pura e simplesmente, provocado a extinção do setor e a fuga em massa dos seus operadores para a economia paralela". O alojamento local conta com 34 mil registos em Portugal, contra 900 mil contratos de arrendamento permanente.
Segundo o governo a carga fiscal não aumentou nem aumenta mas os impostos aumentam todos os dias. Agora prepara-se para arrebentar com um negócio fluorescente que dá trabalho a muita gente.
O meu filho e o seu grupo de amigos ( arquitectos que compram e reabilitam prédios antigos) estão possessos. Investiram e agora o governo tira-lhes o tapete. Votavam todos no PS e no BE. E há milhares de famílias que viram nesta prestação de serviços uma boa oportunidade de ganhar a sua vida já que não encontram trabalho.
Pois é, o PS e o BE na última sondagem já baixaram dois pontos percentuais( só num mês) é melhor prepararem-se para a fuga de intenções de votos. E é em Lisboa, Porto e nas grandes cidades onde as eleições se ganham e se perdem.
Para além do regime fiscal bem mais favorável, o arrendamento local gera receitas mais elevadas do que o tradicional, o que levou muitos proprietários a apostar nesta oferta. Com isso, desviaram-se prédios do arredamento habitacional para a nova oferta, muito procurada por turistas estrangeiros,( e estudantes ) mas também se têm recuperado muitos prédios devolutos e degradados nos centros de Lisboa e Porto.
Temos que ir buscá-lo onde ele está, diz a Mariana mas, no caso, ainda não está.
O estado no seu melhor. O turismo mexe ? Taxa-se. O arrendamento local, cresce ? Regula-se. E com esta sede um dia destes estamos a subsidiar para que os turistas, voltem.
Um sector de serviços a ganhar corpo, a dar trabalho a milhares de pessoas, a recuperar imóveis nos centros históricos, taxa-se passando de 5% para 28%. É a melhor forma de os informais se manterem longe do fisco. E, como, a actividade é sazonal a receita não chega para as despesas.
O alojamento local é “uma atividade de prestação de serviços”, que inclui custos associados aos serviços de limpeza, comissões de sites, check-in e check-out, luz, água, gás e internet, e que o arrendamento tradicional é “um rendimento passivo de um bem imóvel”, cujos custos são o IMI, o condomínio e reparações (que o alojamento local também suporta), a associação alertou que a subida do imposto iria”penalizar toda uma atividade que traz rendimento a milhares de famílias por um problema antigo restrito a algumas poucas freguesias”.
Como se percebe o Estado já está a matar a galinha dos ovos de ouro. A taxar e a regular.
Por cá há um principio nunca esquecido. Tudo o que tem vida é para matar. A Baixa de Lisboa estava morta, deserta e agora está a vibrar de turismo ? Pisa. É que os turistas estão a dar vida ao que outrora estava morto e portanto há que os afastar.
Desde logo acabando com o arrendamento temporário, mais barato, e que tem levado à reabilitação do edificado em ruína ao mesmo tempo que ajuda muita gente com um rendimento extra.
E aquela loja, centenária, às moscas há anos, foi transformada num aprazível restaurante com uma esplêndida esplanada só possível numa cidade com o sol e a luz de Lisboa ? Estão a descaracterizar a cidade. A tirar os passeios aos peões.
E os jovens turistas à noite a divertirem-se nas ruas dos mais afamados bairros fazem barulho? Pisa. Outrora, só a lua acompanhava o silêncio e a decadência. Very typical . Os edifícios meio destruídos onde reinavam o álcool a droga e a prostituição desapareceram.
E o pequeno comércio revigorado, a leitaria bem lisboeta e o mini mercado lá da rua voltam a ter esperança? Pode lá ser. E os táxis indignados cheios de turistas porque passaram a ter concorrência ? Pisa.
Os bem pensantes estão contra, a cidade que era só sua, de gente prendada, que usufruía de bons restaurantes entre duas indignações, vê-se agora compelida a partilhar o que por ordem divina era só seu.
Pode lá ser tanta gente jovem, bonita, diferente, vinda de longe encher a nossa cidade de vida ? Pisa.