“Portugal faz parte do sistema multilateral das Nações Unidas, que criou e continua a desenvolver programas de controlo da disseminação de armas para mercados ilícitos”. De seguida, lembrou que a ONU reconhece que a má gestão de paióis nacionais alimenta diretamente o crime organizado e o terrorismo através do comércio ilícito de armas e munições. Finalmente, informou-nos que, na semana passada, “a União Europeia adoptou um programa de controlo de armas, com a finalidade de impedir que o tráfico alimente o terrorismo no seio da Europa”.
A ligação disto com Tancos e com o caos nos paióis portugueses é óbvia. À medida que vamos sabendo pormenores, cada vez temos mais razões para estar assustados. Como já é público, o nosso exército nem um inventário decente tem das suas armas e munições. Mas à pergunta sobre se Portugal deveria “solicitar supervisão externa e imparcial, durante o decorrer das investigações, de forma a evitar que a sua posição fique ainda mais comprometida, podendo ser visto como um país facilitador de movimentos terroristas”, o primeiro-ministro simplesmente se recusou a levar a questão a sério, dando uma das respostas mais curtas da sessão. Explicou que, logo no dia a seguir à notícia do furto, ficou posta de lado a hipótese deste ter servido tais propósitos.
António Costa está em pânico com o caso de Tancos e nós não acreditamos que se roubam armas para ir à caça à perdiz .
Há muita gente há muito tempo a decretar arrumado o assalto a Tancos. E percebe-se porquê . Roubar armas de guerra de um paiol militar é um acto gravíssimo que diz muito da cultura de segurança que falta ao país.
Como é que as armas saíram do quartel e foram escondidas sem que ninguém visse sendo certo que pesam pelo menos uma tonelada. Saíram por cumplicidade de elementos internos ao quartel . E a sua movimentação fora do quartel exigiu uma estrutura logística não negligenciável.
A prisão de um alto dirigente da Polícia Judiciária Militar é uma afronta aos militares ( veja-se o Expresso da Meia Noite de hoje e a posição do general convidado). O presidente do Observatório Nacional da Segurança afirmou que este caso está a ser discutido por todas as instituições de segurança do mundo.
É um assunto que arrasa a credibilidade das Forças Armadas e das Instituições de Segurança da Democracia portuguesa.
E como é que Rui Rio dois dias antes das notícias já sabia " mais ou menos" o que ia acontecer ? E o Presidente da República também esperava mais ou menos o mesmo ?
E não há responsabilidades políticas ? Quando Jorge Coelho se demitiu no seguimento da queda da ponte de Entre-os-Rios também era obrigado a servir de pilar ? E o ministro da Defesa como diz António Costa só será responsável se estiver de plantão ?
"O mais provável é que nem sequer tenha existido furto" dizia o ministro da Defesa. Hoje foram detidos vários elementos de elevada patente na PJ militar e na GNR. Que dizer disto ?
O governo tentou a todo o custo desvalorizar o furto porque sabia que só podia ter acontecido com cumplicidade internas e que a explicação cabal do assunto é uma machadada profunda na credibilidade das instituições militares. E a não explicação seria uma machadada ainda maior pela profunda insegurança que criaria entre a opinião pública
Para onde foram as armas ? Em que mãos caíram ? É assim que o terrorismo se arma ?
Se calhar nem roubo terá havido dizia o ministro das Forças Armadas. Isto foi uma narrativa inventada pela oposição. Não passa de uma falha no inventário. Um telefonema anónimo estragou mais uma narrativa.
Mas as armas apareceram hoje, só pode ser um milagre a juntar-se aos muitos com que o governo nos presenteia todos os dias. Não foi em Fátima mas foi na Chamusca onde também há azinheiras.
Este caso das armas de Tancos mostra, não fora as vítimas dos incêndios, ainda com mais crueza que este país não tem governação.
Atado de pés e mãos pelas exigências partidárias do PCP e do BE o governo, limita-se a fazer exercícios orçamentais para agradar aos seus apoios . Também quer agradar a Bruxelas com o mínimo possível nem que seja com cativações que deterioram o funcionamento dos serviços públicos.
E, agora, quem no governo e nos seus apoiantes quis ridicularizar o roubo de armas de guerra em Tancos não se demite ? O Estado falha novamente nas suas obrigações mais primárias . Não há dinheiro para reparar a rede do quartel nem para substituir as câmaras de vigilância.
O que restava ( poucochinho) sumiu-se para o aumento dos salários das clientelas.
Primeiro tinha sido gravíssimo de tal forma que foram, sumariamente, embora provisoriamente, demitidos uns quantos comandantes militares.
Passados dias o roubo era o resultado das cativações de verbas pelas finanças que não deixaram a tempo, arranjar o buraco na vedação e substituir as câmaras de vigilância.
Logo que o governo viu que este caminho levava à responsabilização, arrepiou caminho, e as armas afinal nem eram armas, eram sucata, não tinham nenhum poder destrutivo.
Passados dois dias as demissões dos comandantes foram revertidas ( especialidade da casa).
Sabemos agora pela voz do ministro que se calhar não houve roubo nenhum as armas desapareceram por sua vontade . Livre e espontânea.
E, assim, em vez de um escândalo e de uma vergonha temos armas com pernas. Onde fica a reputação do Exército aí o governo não diz.
Está encontrado um culpado e o governo não tem nada a ver com o assunto. Como habitualmente.
O Chefe do Estado Maior das Forças Armadas foi ao Parlamento dizer que as armas roubadas estavam activas e que são um perigo. O roubo é um assunto grave. Lá se vai a narrativa do governo.
E o Sistema Nacional de Informações não alertou para qualquer hipótese de um quartel ser assaltado.
O roubo é um assunto gravíssimo, as armas vão cair nas mãos do crime organizado ou no terrorismo e, sim, matam gente, nada têm de sucata. Mas esta narrativa de o governo querer enganar o povo não é menos grave.
Em qualquer país decente o governo e as autoridades militares teriam muito que explicar, mas por cá, com Costa no governo, está tudo explicado e tudo encerrado.
Agora o Estado português dedica-se a fornecer armas de guerra ao terrorismo ou à máfia, senão mesmo aos dois. Porque as armas pesadas que foram roubadas não se deslocam sozinhas há logo a ideia que houve ajuda de quem conhecia as rotinas e a vigilância .
É gravíssimo o que aconteceu em Tancos que coloca em perigo não só o nosso país mas também os países europeus. A confiança foi-se e em casos com esta gravidade não volta mais. Se o boom do turismo por cá se deve em parte à desconfiança noutros destinos turísticos, resta-nos rezar para que nada aconteça entre nós. Se acontecer o motor da economia que está a puxar pelo crescimento gripa.
Por esse mundo fora depois das labaredas e das mortes trágicas a notícia de um roubo de armas de guerra, pode dar inicio a uma reacção que pode ser também ela trágica. Bem anda o primeiro ministro a focar-se na popularidade, tem boas razões para estar preocupado.
Também devido ao calor e a circunstâncias inusitadas roubaram granadas, munições e armas de guerra do paiol da Base de Tancos. O governo não fala no assunto por respeito aos mortos em Pedrógão Grande.
O descontrolo e o laxismo começam a dar frutos, será que o presidente Marcelo já foi averiguar o que se passou? Não tarda dizem que as granadas eram de pólvora seca, só quando rebentarem nos assaltos é que se descobre a verdade. O que é feito do inquérito ao roubo de armas? Qual foi a conclusão? É este o país real em que vivemos. De confiança .
Mais um inquérito porque o assunto é grave. Não roubaram pistolas mas sim granadas ofensivas Se bem me lembro aquelas que têm um grande raio de acção e matam muita gente. A polícia civil e militar já estão em campo.
Só nos faltava mais esta, agora os ataques terroristas serão atribuídos às granadas portuguesas . Os países amigos têm mesmo razões para terem confiança neste país que arde à terça e deixa roubar armas de guerra à quarta.
Um estado de gelatina. Não guarda as suas populações e é uma ameaça para as populações vizinhas. É possível ser mais incompetente ?
Os dois agentes da GNR nem tiveram tempo de disparar as suas armas. Um morreu e o outro está em estado muito grave em consequência de tiros à queima roupa. Na cabeça.
Muito se fala nas frequentes mortes de cidadãos americanos por agentes da polícia. Lá dispara-se primeiro e pergunta-se depois. É o resultado da venda livre de armas. Os agentes policiais sabem que é muito provável que o suspeito esteja armado e, por isso, as acções policiais de urgência são executadas no fio da navalha. Mata quem dispara primeiro.
Por cá há aquelas circunstancias que levam os agentes à prisão, como o caso do agente que disparou sobre um carro em fuga e matou uma criança que o pai levou para a cena do assalto.
Morrer ou ir para a prisão é esta a escolha ?
Os assassinatos desta madrugada deviam ser objecto de uma profunda análise. De um e outro lado estão seres humanos mas a Lei só está de um lado e não pode dar mais garantias aos suspeitos do que às autoridades. Os agentes policiais não podem morrer porque a Lei os obriga a disparar depois.
O que se sabe é que a venda de armamento foi retomada após a sua morte. Venda que ele , enquanto ministro da Defesa, tinha proibido. Sentia-se ameaçado, andava armado .
Adelino Amaro da Costa andava armado com arma de calibre de guerra depois de ter manifestado a sua preocupação pela venda de armas ao Irão”, disse o dirigente do CDS/PP que compareceu na Assembleia da República na sua condição de presidente da VIII comissão parlamentar. O eurodeputado precisou que foi o antigo chefe de gabinete de Amaro da Costa que lhe fez a revelação. Na sua presença perante a comissão de inquérito, Melo fez o ponto da situação em que ficaram os trabalhos da comissão que presidiu. E, acima de tudo, apresentou uma cronologia dos acontecimentos que indicia a relação da sabotagem do avião com a oposição do ministro da Defesa do Executivo da Aliança Democrática à venda de armas portuguesas. Assim, em Abril de 1980, Amaro da Costa não autorizou a venda de armas à Guatemala, na altura em Guerra Civil, à ditadura Argentina, e, em Agosto daquele ano, à Indonésia, então potência ocupante de Timor-Leste. Em 2 de Dezembro de 1980, solicitou informação à Direcção-Geral de Armamento sobre a exportação de armas para o Irão.
E, morreu, muito convenientemente, num desastre de uma avioneta nunca explicado.