Depois das tentativas frustradas de se impor como interlocutor previligiado da administração da fábrica e da histórica greve, a CGTP sabe que o resultado pode ser que a fábrica de Palmela nunca mais ganhe a produção de um novo modelo de viatura.
E como não sabe mais, agarra-se à solução habitual. O governo deve pressionar junto do Grupo VW em Berlim o envolvimento da AutoEuropa nos carros do futuro. Os eléctricos.
É que para produzir carros eléctricos vai ser necessário investir em novos equipamentos que Palmela não tem . E, como o Grupo investiu cerca de 700 milhões de euros na AutoEuropa para produzir o T - ROC actualmente em produção, o perigo é que esse investimento se mantenha para continuar a produzir os modelos antigos a gasóleo e a gasolina.
O medo é que a descontinuação dos modelos antigos seja feita à medida que se descontinua a AutoEuropa. Afinal que poder tem o governo e os sindicatos sobre os investimentos que serão feitos para inovar os modelos de carros, transformando-os em eléctricos ? Nenhum, percebeu agora o nosso homem que na semana passada dizia arrogantemente que não, a AutoEuropa não deslocalizaria os equipamentos existentes na fábrica de Palmela.
Acertou, o Grupo não precisa de deslocalizar nada basta não trazer os novos equipamentos para cá.
"No momento em que a Volkswagen já chegou a um acordo com o Governo alemão relativamente à substituição de uma parte da produção dos carros com motor a combustão por viaturas com motor eléctrico, assim como às condições de condicionamento da circulação dos primeiros e apoios à comercialização dos segundos, é altura de o Governo português assegurar as condições necessárias junto da multinacional para que a Autoeuropa seja parte integrante desta nova fase da estratégia produtiva da Volkswagen", opina Arménio Carlos."
E, é claro, que os balcões que vão fechar são aqueles dos lugares despovoados , sem viv' alma , abre os olhos ó camarada. Os mesmos lugares onde fecharam os balcões dos CTT ( que faziam serviço público) e fecharam os centros de saúde, as maternidades, os tribunais e as escolas, ó Arménio. Que te indignaram e te levaram para a rua em manifestações populares e espontâneas...
O governo não teria uma CGTP acomodada e menos reivindicativa. Os trabalhadores ( dele, do Arménio) estariam alerta, atentos para o cumprimento das promessas. E os professores ( dele, do Nogueira) estariam na rua a exigir.
António Costa deu a um as empresas públicas de transportes e a outro retirou a avaliação nas escolas. Ainda tentaram acabar com a concertação social e passar a discussão para a Assembleia da Republica agora que têm lá uma maioria amiga mas mandaram-nos calar.
Desapareceram em combate. Nem greves, nem manifestações. Até na TAP o silêncio é de ouro. O respeitinho é muito bonito. Agarrem-me que eu vou-me a eles...
Confrontar Bruxelas, não ceder, reestruturar a dívida e mandar às urtigas o défice. E, paralelamente, um grande levantamento da população contra as medidas europeias.
O que falha ? 80% da população é a favor da nossa participação no Euro e na UE. Mas levante-se na mesma. A população levanta-se quando o Arménio quiser. E o país fica como ? Só e mal acompanhado como todos os exemplos dos países que se voltaram para si mesmo. Portugal de Salazar, Espanha de Franco, Rússia de Lenine, Cuba de Castro, Coreia do Norte ( com aquele gajo que atira os adversários aos cães), China de Mao, Roménia de Ceausesco etc... e, como deseja o PCP e o BE, Portugal do Arménio, do Jerónimo e da Catarina, a grande...
Para a CGTP-IN é possível e incontornável a renegociação da dívida e o confronto com as regras do Tratado Orçamental e do Pacto de Estabilidade, instrumentos que hipotecam o desenvolvimento nacional e põem em causa a soberania do país”, diz a resolução.
Arménio Carlos considerou que “a dívida é impagável” e “vai continuar a limitar o desenvolvimento do país”.
E os credores têm culpa ? E os Portugueses têm que voltar a viver em ditadura, orgulhosamente sós?
A CIP foi a Belém e saiu de lá a dizer que " a CGTP está a tentar esvaziar a concertação social". A CGTP quer que seja na Assembleia da República que as matérias laborais passem a ser tratadas porque agora têm uma maioria. Muda-se conforme o interesse conjuntural das corporações.
No caso do salário mínimo, por exemplo, os que vão pagar e que têm que assegurar que as empresas continuam a laborar e a pagar salários seriam arredados da discussão. Paga e não bufes, aí está a politica do estalinista.
“Pressentimos uma tentativa de deslocalização do que é tratado na Concertação Social para o Parlamento”. As palavras de António Saraiva eram dirigidas a todos os partidos de esquerda que assinaram uma posição conjunta, mas também falou sobre os sindicatos. “A CGTP está a tentar esvaziar a Concertação Social”, acusou, acrescentando que “quer ganhar no Parlamento o que em sede de concertação social não conseguiu até agora”.
Está no ADN dos comunistas inverter as regras, mudar as leis, mandar pagar a outros o que eles próprios decidem . No fim organizam manifestações indignadas porque há desemprego .
Até o Arménio Carlos está a dar a volta. Já fala em dividendos numa TAP estatal. Mas ninguém lhe explicou que para haver dividendos é preciso haver lucro ? E que o lucro é a exploração dos trabalhadores como afirmam os seus camaradas?
Diz o Arménio Carlos : os utentes já pagaram o bilhete, não têm outra solução para chegar aos empregos, apanham chuva e frio, chegam atrasados aos empregos ( alguns recebem menos pelo atraso), cansados...
"Iremos dizer-lhes que as políticas impostas pela ‘troika’ e pelo Governo estão a violar os direitos humanos, porque o não acesso a cuidados de saúde, à protecção social e a uma alimentação digna representa um crime contra a humanidade", disse aos jornalistas.
Só quem pensa como eles é que faz de conta que são democratas e que se revêem na democracia. Arménio Carlos não reconhece a Assembleia da República como representante legítimo do povo Português. E que está consagrada na Constituição. A mesma Constituição que diz defender quando se trata de assuntos que lhe interessam. ""Independentemente das remodelações ou das eventuais moções de confiança, o Governo não tem a credibilidade e o apoio da maioria dos portugueses. Fazemos um desafio: se está assim tão empenhado em apresentar a moção de confiança, em vez de o fazer na Assembleia da República, que o faça perante o país, com a marcação de eleições antecipadas, para ver se os portugueses lhes dão uma moção de confiança ou de censura", disse em declarações à Lusa.
Arménio Carlos é de uma previsibilidade atroz. Ouvi-lo uma única vez é ouvi-lo para sempre. É ouvir os comunistas de há quarenta anos, sem desvios, sem correcções, sem crítica. A grande ambição é mudar o pensamento do povo, ele não muda uma vírgula. E, no que diz respeito à multidão que enche a Alameda, ano após ano, todos os anos é maior. Não se sabe onde cabe tanta gente mas é sempre maior. Eu estive lá, há quarenta anos que estou lá, mas não sei dizer se é maior ou menor. Mas ele sabe.
As palavras de ordem são as mesmas ( com excepção do período em que o camarada "muralha de aço" governou o país) e, os carros alegóricos e tarjetas repetem os slogans de sempre.
Mas quem não foi não perdeu nada, já está marcada nova manifestação ( desta vez grandiosa) para 25 de Maio.
Arménio Carlos encolheu a CGTP ao espaço do PCP, afastou-se da concertação social, formatou o descontentamento popular e tornou-se uma válvula de escape à pressão social. Tudo sem uma palavra de agradecimento do governo. Levando as manifestações de rua à vulgarização, tantas são elas ( há cada vez menos gente a responder à chamada) e o seu discurso cada vez mais comunista (até nos conhecidos slogans e ritmo) Arménio, obriga a que os cidadãos escolham. De um lado o PCP e os seus 10% de simpatizantes (mais os 8% do BE) do outro lado todos os outros.
Carvalho da Silva era um adversário bem mais perigoso, em vez de fechar a área onde plantava, abria-a, com um discurso muito mais abrangente e em que muitos não comunistas se reviam.
Com as greves permanentes e as manifestações cada vez mais frequentes, a CGTP mantém na linha o descontentamento popular. Já se sabe há muito que os sindicatos são uma das formas mais eficientes de formatar os trabalhadores. A CGTP tendo-se tornado, agora sem vergonha, o braço armado do PCP, dá razão à grande maioria de trabalhadores que nunca se sindicalizaram.