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BandaLarga

as autoestradas da informação

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Qual é a verdade ? Desmistificação de ARISTIDES DE SOUSA MENDES

 

 

In” …entrevista de vida concedida em 2009 por José Hermano Saraiva e conduzida pelo seu sobrinho e director do SOL José António Saraiva

 

Nas suas Memórias provocou um grande escândalo ao dizer que Aristides de Sousa Mendes não foi o herói que fizeram dele, e até levantou dúvidas sobre as intenções daquilo que se considera o seu grande papel na salvação de vidas. Em que é que se baseou para fazer esse outro retrato de Aristides de Sousa Mendes?

Quando advogado, eu almoçava todos os dias num restaurante numa rua da Baixa, onde se comia muito bem, e travei ali relações com um homem que tinha sido subinspector da PIDE e que fora demitido. Tornara-se solicitador – um solicitador não encartado – e ajudava muitos advogados. Esse homem contou-me que tinha sido demitido por causa do processo do Aristides. Ele e outro inspector fizeram um cambalacho com uns passaportes falsos que venderam muito caro. Mais tarde, o eng. Leite Pinto, antigo ministro da Educação, contou-me que, quando era administrador dos caminhos-de-ferro da Beira Alta, Salazar lhe pediu para fazer uma operação-mistério, de grande porte, que era transportar da fronteira de Irun para Vilar Formoso milhares de republicanos espanhóis e judeus que lá estavam acumulados e que o Franco, se os apanhasse, matava. E que, se lá ficassem, eram mortos pelos apoiantes do Hitler. Então, os comboios do volfrâmio, que iam para lá selados, eram despejados em Irun e recarregados com os refugiados, que eram despejados em Vilar Formoso. Daí eram levados para várias terras – uma delas, as Caldas da Rainha, onde toda a gente sabe que estiveram um mês. Ao fim de um mês tinham de ir à sua vida. De facto, qual era a possibilidade de um cônsul, um simples cônsul, mobilizar meios para transportar 40 mil pessoas através de um país hostil? Como é que isso era possível? Só era possível para uma organização estadual, como é evidente. Mais: não há nenhum documento do Aristides que diga isso, não há nenhum. E ele nem sequer foi demitido, porque era monárquico, era irmão do César de Sousa Mendes, que tinha sido ministro juntamente com o Dr. Salazar, ministro dos Estrangeiros. Tinha uma carreira obscura, já com vários processos disciplinares. Naquela altura estava em Bordéus, que era um consulado sem grande importância, tinha uma família numerosa e dificuldades económicas. Fizeram umas centenas de passaportes, que venderam, até que a PIDE deu por isso. Acontece que um dos beneficiários dos passaportes, um judeu, soube que tinham sido salvas 40 mil pessoas e concluiu que o haviam sido pela mesma porta dele, pelo cônsul de Bordéus, e veio dizê-lo. E isso foi aceite imediatamente, sem a mínima investigação…

PS: enviado por um leitor identificado

 

O VIRIATO DE SALAZAR. ARISTIDES DE SOUSA E MENDES

Devo confessar que a minha supressa foi grande. Sou cidadão português, mas, como muitos dos meus compatriotas, o nome de Sousa e Mendes era-me desconhecido. Tinha ouvido falar dele, apenas do nome, não conhecia a sua galhardia nem a sua fortaleza. Conheci outros casos, como o de Óscar Schlinder, graças ao filme de Steven Spielberg. Mas de Sousa e Mendes, sabia que se preparava um filme com a sua vida pelos realizadores Francisco Manso e João Correa.

 

Parece-me que a vida está dividida em várias fatias, entre elas o ouvir e a outra, o ver. Era o dia da Implantação da República, vi Amadeus de Milos Forman e dedilhando o televisor, vejo o anúncio do filme do Cônsul de Bordéus, Aristide de Sousa e Mendes. Fiquei eletrizado, não pelo filme-os há melhores-, mas pela vida deste herói português puco conhecido entre a população.

 

Todos sabemos que em 1940, as tropas nazis de Hitler entram na França, como em outros países da Europa do Norte. O elo dos nazis, era apoderar-se do continente e fundar a raça pura, denominada por ele e seguidores, Ariana. Essa raça especial que não estava contaminada com nenhuma outra que se pretender fundadora a humanidade, como eram os Arianos, conforme Hitler. Para limpar a humanidade, o nazi chefe entrou a todos os sítios da Europa e África e exterminar o mundo, especialmente os judeus. Bem sabemos que Hitler era um neto da raça semíticas e sentia ódio por eles.

 

Em 1940 ocupou a França, que ficou dividida em duas partes: a ocupada do norte e a sob vigilância nazi do sul o República de Vichy. Na do sul, estava Bordeauxou Bordéus. A área foi ocupada por todos os que fugiam da ocupação nazi no norte. Havia um Cônsul que representava o governo português. O seu nome era Aristides de Sousa Mendes. Era geograficamente perto da fronteira com Portugal e Espanha e tinha o poder de conceder vistos para que as pessoas entrarem em Portugal. A Bordéus chegaram europeus de todo o mundo especialmente da Polónia. A sinagoga dos franceses foi praticamente ocupada pelos judeus que fugiam da perseguição dos arianos. O Rabino da Sinagoga não sabia o que fazer com milhares de fiéis que procuravam asilo a sinagoga. O Rabino tee a boa ideia de pedir ajuda a seu amigo o Cônsul de Portugal e começaram a despachar pessoas para este país, com o visto de Aristides de Sousa Mendes. Portugal era governado por um ditador que acumulou nas suas funções os cargos de Presidente do Conselho de Ministros, guardando para si o de Relações exteriores, emitiu uma ordem nº 14 que proibia a entrada de judeus em Portugal. Aristide de Sousa disse com essa calma e sabedoria que o caracterizavam: prefiro não obedecer um homem que ofender a o Altíssimo e emitiu vistos a mais de 30.000 refugiados, judeus ou não, para os salvar da perseguição da Gestapo, que roubava e matava cidadãos de origem hebraica, o sequestrava intelectuais e artistas para os tesouros do terceiro Reich (estado em português) do Hitler. Ali eram explorados pelos nazis para a coroa de louro do não imperador austríaco, Adolfo Hitler. Do seu próprio pecúlio comprou passaportes portuguese, os carimbou, os assinou e acompanhou à fronteira a todos os fugidos do nazismo. Entre eles, Pablo Picasso, Oto de Habsburgo, neto do último imperador austro-húngaro e os populares que apenas tinham a sua força de trabalho para sobreviver.

 

O Cônsul emitiu 30.000 passaportes quando Salazar fechou a fronteira e teve que os levar não por Vilar Formoso, mas por Hendaia para passar para Portugal desde Espanha, com a colaboração da Guarda Civil espanhola que acabava de perder una cruenta guerra civil quando o ditador Franco se apoderou do poder, acabou com a República Espanhola e matou milhares de pessoas, exilando outras. A Guarda Civil da Espanha entendia de estas felonias e ajudou a Sousa Mendes a enviar até o último dos refugiados caminho a salvação da vida. Ele próprio os acompanhava com o Sacerdote hebraico e não deixava a fronteira até ver que os protegidos do consulado estavam salvos.

 

Aristides de Sousa Mendes do Amaral e AbranchesGCCOL (Carregal do Sal, Cabanas de Viriato, 19 de Julho de 1885Lisboa, 3 de Abril de 1954) foi um diplomataportuguês. Cônsul de Portugal em Bordéus no ano da invasão da França pela AlemanhaNazi na Segunda Guerra Mundial, Sousa Mendes desafiou ordens expressas do seu ministro dos Negócios Estrangeiros, António de Oliveira Salazar (cargo ocupado em acumulação com a chefia do Governo), e concedeu 30 mil vistos de entrada em Portugal a refugiados de todas as nacionalidades que desejavam fugir da França em 1940. Fonte de este troço: http://pt.wikipedia.org/wiki/Aristides_de_Sousa_Mendes .Aristides de Sousa Mendes salvou dezenas de milhares de pessoas do Holocausto. Chamado de "o Schlinderportuguês", Sousa Mendes também teve a sua lista e salvou a vida de milhares de pessoas, das quais cerca de 10 mil judeus Tinha adquirido a formação de advogado em Coimbra, entrou no serviço diplomata que o levara e muitos países com a sua mulher Angelina Ribeiro de Abranches, com quem teve catorze filhos, que permaneciam em Lisboa por causa de ser tão numerosa. A sua mulher faleceu um na ano depois de ter voltado o Cônsul já sem trabalho, a Portugal

 

O ditador Salazar não lhe perdoou a sua desobediência, retirou dele o cargo de cônsul, diminuiu o seu ordenado para a importância de um terço, o que obrigou seus filhos emigrar porque não tinham futuro em Portugal, a sua mulher faleceu nova e os seus filhos ficaram órfãos e sem recursos, porque o pai os não podia sustentar. Foi-lhe proibida exercer a carreira de advogado e ate a licença de condução foi-lhe retirada. Acabada a guerra, em 1945 do ditador o andou chamar para congratular um Cônsul que tinha salvado mais de des mil judeus do holocausto. Como todo ditador, tinha duas caras: a pública de comemoração e a privada de punidor: não apenas não foi restituído ao cargo, bem como foi afastado de administração pública e morreu só e abandonado em 1954, acompanhado por a mesma sobrinha que tinha trabalhado com ele no assunto dos vistos em Bordéus, que eram emitidos até na rua porque os postulantes era tantos, que os prédios consulares não tinham espaço para eles.

 

Faleceu pobre, com o apoio da ordem franciscana quem lhe empestou um hábito para vestir na sua peregrinação para a vida eterna.

 

Em 1966, o Memorial de Yad Vashem (Memorial do Holocausto situado em Jerusalém) em Israel, presta-lhe homenagem atribuindo-lhe o título de "Justo entre as nações". Já em 1961, haviam sido plantadas vinte árvores em sua memória nos terrenos do Museu Yad Vashem.

 

Em 1986, a 15 de Novembro, o presidente da República Portuguesa Mário Soares reabilita Aristides de Sousa Mendes condecorando-o a título póstumo com o grau de Oficial da Ordem da Liberdade e a sua família recebe as desculpas públicas, dezasseis anos após a morte de Salazar.6

 

Em 1994, o presidente português Mário Soares desvela um busto em homenagem a Aristides de Sousa Mendes, bem como uma placa comemorativa na Rua 14 quai Louis-XVIII, o endereço do consulado de Portugal em Bordéus em 1940.

 

Em 1995, a 23 de Março, é agraciado a título póstumo pelo presidente da República Portuguesa Mário Soares com a Grã-Cruz da Ordem Militar de Cristo.

 

Em 1995, a Associação Sindical dos Diplomatas Portugueses (ASDP) cria um prémio anual com o seu nome.

 

Porque o Viriato de Salazar? Porque como Viriato, Presidente da tribo Lusa, o rei dizem outros, em 119 antes da nossa ere derrotou junto com os celtiberos, as falanges romanas para se ver livre da peste de Roma, assim também Aristides guardou no seu bolso a Ordem 14 de Salazar, o desmentiu perante às nações, um homem só, derrotou as fantasias do ditador de ter salvado judeus. O ditador, bem ao contrário, proibiu a sua entrada a solo luso como Viriato aos romanos.

 

O reconhecimento e enaltecimento do Cônsul salvador persiste ainda e Portugal, que não sabia da história do nosso herói.

 

O resto da história pode ser lida em http://pt.wikipedia.org/wiki/Aristides_de_Sousa_Mendes#Reconhecimento

 

Recomendo ver esse filme, que estreia a 8 de Novembro deste ano.

 

Após ter vivido também campo de concentração quando fui ao Chile de Allende e de um prolongado exílio de 45 anos, entendo bem o que o Cônsul fez, esse carimbar passaportes na rua e em salvar pessoas. Se Schlinder teve duas árvores na Avenida dos Justos, o nosso Aristides tem tido 20. E os que virão, agora que, devido a Mário Soares sua história é reconhecida e Portugal.

 

Um homem usto que nada sabe da sua reabilitação, mas o seu ovo começa a saber. De um salvador como homem de justiça, um português da justiça.

 

Raul Iturra,

 

7 de Outubro de 2013

 

lautaro@netcabo.pt