É mesmo muito grave que António Costa tenha pressionado a TVI a despedir a jornalista Ana Leal.
A TVI está a mudar de mãos vai ser comprada pela Cofina proprietária de jornais e revistas. Uma das consequências da concentração é a redução de pessoal. Sim, vão ser despedidos jornalistas. Ana Leal vai na leva, já sabe, e está a antecipar-se? Pode ser mas que os socialistas são useiros no controlo da comunicação social também é verdade.
No meio disto chega-nos a Ana Gomes a lançar gasolina para a fogueira. Os camaradas não gostam um do outro. "Costa nunca permitirá a minha candidatura a Presidente da República" disse Ana Gomes quando a carta foi batida em cima da mesa.
António Costa pouco à vontade não fala sobre presidenciais. Os problemas apertam e o primeiro ministro não quer "estar de mal com Marcelo por amor ao PC e BE" ou de mal com PCP e BE por amor a Marcelo" .
Dois meses antes da fase crítica dos fogos as chefias superiores e intermédias das instituições que têm como função planear, organizar e coordenar os meios de combate aos incêndios foram em grande parte substituídas. Por boys sem experiência e sem tempo de cumprir as funções.
Um dos comandantes dos bombeiro deu uma entrevista a Teresa Leal, jornalista da TVI24, onde frontalmente diz que os responsáveis dos erros de organização e descoordenação do fogo de Pedrógão Grande estão bem identificados.
Apareceram no local a coordenar o comandante dos bombeiros de Setúbal - que não conhece o terreno- e mais tarde o comandante de Faro - que também não conhece o terreno - do que resultou uma descoordenação perfeita. Os boys não ardem mas fazem arder .
Depois da entrevista na TVI24 só quem não quer ver é que não vê. E este processo faz-se vezes sem conta sempre que entra em funções um novo governo . Bem, se calhar não a dois meses da fase crítica.
Basta comparar a entrevista do comandante com a nota do gabinete do primeiro ministro para perceber porque foi Costa de férias. Trata-se de uma acusação que não deixa pedra sobre pedra e que aponta culpados e responsáveis bem ao contrário do governo que nos quer fazer crer que não há culpas de ninguém. E muito menos de governantes.
António Costa vai pagar um preço alto. A confiança das populações nos governantes é o fogo que não pode sequer chamuscar muito menos causar 64 mortos e mais de 200 feridos.
No ProfBlog . E, a seguir, um comentário naquele blogue ao programa parcial da jornalista Ana Leal : "
A Demagogia, ausência da verdade e hipocrisia no sistema de ensino.
Ontem à noite assisti a mais uma daquelas reportagens hipócritas, sensacionalista, tendenciosa e de uma pobreza Franciscana no que ao conhecimento, investigação e análise cultural, cientifica e correta diz respeito. Da autoria de uma jornalista da velha guarda que faz do arremesso, sensacionalismo e ofensa, profissão de fé para a afirmação e sobrevivência no difícil meio profissional a reportagem assentava que nem uma luva no primeiro capítulo da contra reforma a uma das poucas ideias onde a proposta de reforma do estado de Paulo Portas tem pernas para andar. Aqui há perto de um ano, a mesma jornalista numa reportagem sobre o mesmo tema ofendeu, alarmou e acusou um grupo privado de ensino de uma série de irregularidades cujo apuramento da verdade nem um ratinho fez parir. Após a reportagem de ontem uma série de comentários nas redes sociais apresentavam indignação pelo panorama que supostamente, como dizia a mesma, permitia o esbanjar de dinheiros públicos, privatizava a escola pública e só permitiria o acesso aos privilegiados. Claro que a maioria eram professores da escola de propriedade do estado. Assusta-me a facilidade com que os que têm acesso aos órgãos de informação tratam os ouvintes e telespectadores. Armados em educadores da classe operária, condição da qual nunca se libertaram, opinam sobre o que os portugueses pensam, tentam condicionar e conduzir o pensamento como se fosse seu e único, tratando como estúpidos e ignorantes os ouvintes. Nem sequer se lembram que se dirigem, como eles próprios dizem, à geração mais bem formada de sempre da população portuguesa. Vamos aos factos, para não me perder e deixando para mais tarde uma análise profunda ao assunto. Perguntas que a reportagem não respondeu: 1- Porque é que é desperdício dos nossos impostos quando a escola paga é privada e não é desperdício de dinheiros públicos quando a escola que tende a ficar às moscas é de propriedade estatal? 2- Porque é que a escola privada com contrato de associação, por isso grátis tal como a pública, é prioritariamente escolhida pelos pais, tendo assim mais “clientes”? 3- Será que os pais, como dão a entender os tais educadores, não querem o melhor para os seus filhos e perante as imensas virtudes de uma escola pública vão escolher a privada ali ao lado cheia de defeitos. 4- Porque é que, estando a oferta em excesso, se deverá encerrar a privada que a maioria dos pais escolhe e manter a pública? 5- Porque é que não se responde porque é o desemprego dos professores do privado a encerrar é aceitável e o desemprego dos professores da escola pública é um crime? Será pela competência? Já provaram isso? Será porque a seleção dos professores no público é mais exigente que no privado? 6- Finalmente respondam por favor a esta simples pergunta: em média os ditos impostos que criam a tal despesa pública são mais racionalmente gastos numa situação ou noutra? Isto é quanto custa o ensino anual por aluno na escola pública e na privada com contrato de associação? Mas por favor metam lá tudo neste cálculo incluindo evidentemente as instalações, a manutenção das mesmas e despesas de organização. Não são só os professores. Continuarei a abordagem. Mas por favor preparem já uma reportagem que respondam a estas simples perguntas.