Qual é a alternativa ? Jerónimo, mais moderado diz que o dinheiro da UE fica aquém. João Correia diz que o povo tem agora que optar face ás exigências da UE e Louçã diz que, bom, já não são 15 são 13...
Se este enorme montante de dinheiro que nos cabe não é suficiente, levanta reticências, que seria de nós sem ele ? Não poderiam, os adversários da UE explicar-nos como seria ?
O que nós teríamos pela frente seria muito pior que a anterior crise e a austeridade seria bem mais dura. Aliás, aqui e ali, já há quem aflore a possibilidade de os nossos rendimentos a muito curto prazo terem já tido melhores dias.
Mas seria bom que os jornalistas colocassem esta questão simples.
Bem sabemos que a alternativa da extrema esquerda seria qualquer coisa como rumarmos à "mãe serra da Estrela" e dali prepararmos a resistência
Governar é priorizar alternativas . Devolver mais depressa os salários à administração pública à custa da qualidade dos serviços do Estado é uma alternativa que alguém queira a não ser os próprios ? E agora os professores (é preciso analisar bem como se fazem as progressões de carreira dos professores e dos funcionários o que nos trás enormes surpresas) querem o mesmo.
Tudo à custa dos mortos nos incêndios e nos hospitais ( legionella e listas de espera ) e da alimentação das crianças nas escolas públicas. Era então esta a alternativa ?
Depois de termos assistido ao colapso do Estado como supervisionador e regulador, com o que se passou na banca, com a promiscuidade entre negócios públicos e privados, – para dizer o mínimo sobre aquilo que andamos a saber com a Operação Marquês –, e alguns contratos de concessão, com especial relevo para o sector eléctrico, estamos agora a testemunhar a falência do Estado nas suas funções nucleares. Dos favores e da corrupção passamos para a fase da destruição do Estado por falta de dinheiro. E tudo isto são escolhas nossas.
Crescemos 3% num breve período sem que o governo tenha feito alguma coisa para isso. Com a mesma política que conduziu Portugal aos últimos lugares dos rankings de competitividade e crescimento.
O investimento público continua ridiculamente baixo. E as políticas a favor das empresas cabem todas numa só mão. Centeno está mais interessado em distribuir a folga orçamental criada pelo crescimento e pela baixa dos juros, por quem vive à custa do Estado do que aplicar uma estratégia que garanta um crescimento sustentado da economia.
A única forma de medirmos a riqueza criada pela administração pública é pelos salários. Assim, se aumentarmos a despesa com esta rubrica podemos influenciar positivamente o PIB. Não estamos mais ricos mas o PIB sobe .
As previsões para 2018 e 2019 mostram-nos que vamos voltar a divergir da média europeia e que só cinco países vão ficar atrás de nós.
Afinal havia alternativa : a mediocridade económica
Um trio de economistas ligados ao PS não estão entusiasmados com a política seguida pelo governo. E o que propõem é mais despesa, redução do défice mais lenta e, com isso, mais crescimento da economia com maior arrecadação de receitas.
Basicamente deixar de cumprir o Tratado Orçamental o que, reconhecem, só com autorização da Europa.
É, claro, que o comportamento da economia não é suficientemente bom e o actual ambiente económico pode não repetir-se. E a dívida assim não desce e os juros ainda assim são o dobro dos de Espanha.
O conteúdo deste estudo é mais um elemento para o debate a que actualmente se assiste na construção do orçamento. De um lado, o Governo está a ser pressionado por Bruxelas e pelas agências de rating a aproveitar as folgas orçamentais para reduzir ainda mais rápido o défice, por outro lado, à sua esquerda no parlamento, defende-se uma trajectória orçamental muito mais suave.
Esqueceram a alternativa à austeridade, a renegociação da dívida e a submissão ao Tratado Orçamental.
Ao selar a capitulação incondicional daquele que há apenas dois anos era o herói europeu do movimento anti-austeridade, a entrevista a Tsipras confirma outra coisa: a falência da tese da "alternativa" à austeridade e às regras europeias num país do euro sem acesso a financiamento normal. Esta é uma lição importante para Portugal, onde essa "alternativa" foi promovida com vigor no espaço público durante os anos da troika por gente de todas as proveniências, sobretudo políticos e analistas à esquerda: a dura e a do PS.
Quem pensa que as viúvas do Syriza fizeram algum tipo de exame ao que andaram a defender está muito enganado. Há algumas viúvas tristes, na esquerda dura anti-euro, que acusam Tsipras de falta de coragem para romper com a moeda única, não explicando como isso se faria contra a vontade dos gregos. A maior parte, contudo, são viúvas-alegres. Hoje estão no poder ou próximas do poder. Tsipras, que outrora louvaram, não lhes merece comentário público. Apesar de aceitarem o engavetamento da reestruturação da dívida e a superação de metas de défice acordadas com Bruxelas, em público continuam a defender a posição falida de que austeridade passada era sobretudo uma opção.
Resposta ao comentário do leitor ANTÓNIO FILIPE, que muito agradeço :
"Já quase toda a gente chegou à conclusão que, afinal, havia alternativa."
A única "já quase toda a gente" que se pode vêr é aquela, cerca de 80% dos sondados, que dá a sua confiança ao actual Presidente da República. O que o PR tem vindo a dizer é que o que foi feito ao longo de todos estes anos, incluindo os do governo anterior, foi necessário e que o que está a ser feito pelo governo actual se inscreve numa linha de continuidade. Portanto, a maior parte das pessoas tem consciência de que não havia qualquer "alternativa" à política que foi seguida e que no essencial continua a ser seguida. É verdade que há uma maioria das pessoas que hoje considera que o PS deve continuar a governar.
Mas esta maioria não é sequer esmagadora, é muito ligeira (quase metade dos sondados ou é contra o governo da geringonça ou não tem uma posição definida) e não é sequer homogénea, sendo constituida por diferentes minorias partidárias, muito distintas e que só estão basicamente de acordo em impedir a direita de governar.
Em França é a grande lição. Aos partidos que têm estado no centro da situação é um moderado que o povo escolhe como alternativa.
Macron mostrou que o anti-establishment não tem de estar sequestrado por extremismos nem por subprodutos corrosivos como Corbyn, Farage, Trump, Le Pen, o rabo de cavalo do Podemos ou Catarina Martins.
A linha socialista chalada de Hamon – a mesma de Costa, Pedro Nuno Santos, Galamba, Porfírio Silva e três quartos do atual PS – estampou-se gloriosamente. E, com ela, a narrativa de que o eleitorado só castiga por estes dias o socialismo moderado .
Mesmo com uma monstruosa dívida e comboios de subsídios europeus em vez de convergir com a média europeia, divergimos. Bem podem , políticos e elites civis, procurarem alternativas ao trabalho de casa, puro e duro, de fazer crescer a economia que a situação no essencial não muda.
Esta “doença” já dura há 16 anos, pelo que é impressionante como é que ainda não foi assumida pelas nossas elites e também pelos portugueses em geral. Por seu turno, esta falta de consciência das elites tem dois grupos de consequências extremamente graves. Por um lado, porque permite a apresentação de propostas políticas supostamente “alternativas” e, por isso mesmo, saudáveis no debate político, quando não passam de pura fraude. Tentar reverter normas que vigoraram durante um período em que Portugal fracassou completamente, quer pela ausência de resultados, quer pela insustentabilidade, que se distingue pela explosão do endividamento externo, que passou de 8% em 1995 para mais de 100% do PIB, a partir de 2009, é absurdo.
É o que este governo, com medo de perder o apoio de dois partidos anti- economia social de mercado e anti-europa, volta a fazer.
As propostas recebidas para a compra do Novo Banco são vexatórias e tem em vista esquarteja;lo . Não satisfeitos ainda exigem garantias do governo para cobrir eventuais prejuízos. Aqui esta uma situação em que quanto mais nos vergamos mais mostramos o cu.
A nacionalização serve só razoes ideológicas de quem quer dominar a banca e já não lhe chega controlar a CAIXA. Daqui a uns anos o contribuinte paga. Mas há uma terceira hipótese de que ninguém fala. A liquidação. Sem pressas, venda;se o imobiliário que e muito superior ao passivo e durante uns anos vá ;se eliminando as imparidades. Uma hipótese digna para alem de tudo o mais.
O banco perde valor e não há banco nenhum que o queira . Os interessados não são banqueiros e não tem nenhuma experiência no sector. Querer ganhar muito dinheiro a conta da incompetência de políticos e banqueiros corruptos. Não, obrigado.
PS> como e bom de ver tenho um problema no teclado .
Claro que a alternativa é por a economia a crescer. Crescendo mais podemos ter melhores salários e pensões e melhores serviços públicos . Sem crescimento o que temos é tirar com uma mão o que se dá com a outra. Embora não pareça mas continuamos todos sem dinheiro com a excepção de alguns que estão sempre fora do alcance do estado.
A Geringonça acredita que um pensionista com mais 5€ no bolso não se importará em esperar mais 10 minutos pelo metro ou mais 6 meses por uma operação. A Geringonça acredita que a troco de mais 20€ por mês os professores não se importarão de ficar mais uns minutos nas escolas a arrumar o lixo. A Geringonça acredita que os maquinistas lhes agradecerão nas urnas o dinheiro extra, mesmo que este acabe por voltar ao estado quando estes abastecem os seus automóveis ou pagam o IMI das suas casas. A Geringonça acredita, e provavelmente bem, que os comentadores televisivos com reformas milionárias agradecerão as centenas de euros a mais no final do mês com comentários positivos à sua actuação.
A seu tempo veremos se estas crenças se revelarão correctas. Mas o que é certo hoje é que a alternativa está à vista de todos e não é o crescimento: é a compra de votos a preparar 2018.