Não está fácil conseguir maiorias para apoiar os vários candidatos aos lugares de chefia na UE. A maioria que sempre funcionou de socialistas e PPE já não faz maioria. Há que juntar outras forças.
A questão é que o essencial não é a separação entre esquerda/direita mas a separação entre grupos pró UE e grupos anti UE. E isso muda tudo no que diz respeito a alianças.
Cada vez mais as eleições nacionais têm que ser condicionadas com o que vão resultar em termos europeus. A extrema direita e a extrema esquerda vão ter que escolher sob pena de caminharem para a perda de influência a nível europeu. Essa não é uma questão da Democracia é uma questão dos eleitores.
Em todo o caso, Timmermans não fecha a porta a acordos com o PPE. A única coligação que exclui é com a extrema-direita. E aqui está em sintonia com Weber, que deixou a mesma garantia este domingo. “Não há hipótese de qualquer cooperação com os extremistas da esquerda e da direita”, disse em Bruxelas.
PS : Timmermans é apoiado por Costa e Macron. Weber é apoiado por Merkel
Já são conhecidas há muito por essa Europa fora. Com o atraso habitual estão a chegar agora cá.
A ideia-chave é a criação de um modelo social que defenda diretamente as pessoas em vez de proteger corporações.
O dinheiro dos impostos deve ser investido diretamente nas pessoas, não se perde em estruturas e corporações. O Estado não tem de ter hospitais e escolas, até porque sabemos o caos dispendioso dessa realidade; o Estado tem, isso sim, de auxiliar diretamente as pessoas através de seguros (na saúde) e cheques-ensino (na educação). O soberano deve ser uma garantia forte e ágil, não um prestador gordo e ineficaz.
As Parcerias- Públicas -Privadas são um bom exemplo .
O Aliança de Pedro Santana Lopes só tem dois meses de vida, período de tempo insuficiente para lhe dar visibilidade mas, assim mesmo, arranca com 4% das intenções de voto.
O PCP anda por cá há muito tempo e anda pelos 7%, o BE pese embora o apoio de grande parte da comunicação social também não vai acima dos mesmos 7% e o mesmo se diga do CDS . E a experiência tem-nos mostrado que não irão muito mais além.
Quanto ao PSD que já ganhou muitas vezes e perdeu outras tantas pode sempre recuperar e não parece que desça muito mais. Mas também não irá crescer muito mais.
Estas considerações mostram bem que os 4% da Aliança são notáveis atendendo ao potencial de crescimento com o aumento de visibilidade que os próximos meses trará. E se Santana Lopes agarrar três ou quatro grandes questões políticas que o actual governo, por manifesta falta de apoio do PCP e do BE, não conseguiu colocar em cima da mesa pode ser um caso sério.
A saber : 1) aliviar a carga fiscal sobre as empresas por forma a que possam pagar melhor aos trabalhadores 2) diminuir a carga fiscal sobre o consumo por forma a que os trabalhadores possam ter maior poder de compra 3) incentivar o investimento privado 4) repor o investimento público .
O que vem aí é uma redução do crescimento da economia o que se combate com as propostas acima expostas e não com mais despesa pública . Guterres com o pântano e Sócrates com a quase bancarrota mostraram bem que assim é.
Se não for este o caminho o SNS vai contra a parede e os doentes vão continuar a esperar mil dias para serem tratados.
Santana Lopes tem experiência de governação suficiente para saber como se faz.
Os desafios internos e externos com que Portugal e os portugueses se vão defrontar são demasiado exigentes e complexos para que o país fique dependente da agenda política de um partido como o Bloco de Esquerda. O PS debateu e fez o balanço dos resultados eleitorais durante as últimas semanas e percebeu que o país precisa de centrar as suas preocupações nos próximos anos em matérias que têm pouco a ver com uma agenda política extremista, estatizante e não reformista.
"É politicamente correto dizer-se que não pode haver prospeção de petróleo na costa portuguesa. Mas porquê? Prejudicar o turismo? Riscos de derrames nas costas? Em Portugal fazemos tudo para sermos mais pobres do que os outros. Os que já são ricos ainda fazem mais prospeção de petróleo. Faz-me confusão os preconceitos e ir atrás dessas correntes de opinião."
A direita democrática Portuguesa tem de gritar bem alto o seu compromisso com o Estado de Direito, com a defesa dos direitos fundamentais, com a defesa da soberania e da identidade cultural do País, com a segurança dos seus cidadãos e com a garantia da economia de mercado e da livre iniciativa privada.
Ao Estado estará reservado o papel (fundamental) de assegurar que todos estes valores não sejam postos em causa por quem quer que seja.
Por isso, cabe à sociedade civil (ainda deficitária em Portugal) desenvolver o País, criando a riqueza necessária para fazer de Portugal uma sociedade feliz, porque sociedades pobres são e serão sempre sociedades tristes e enfadonhas.
Não é o Estado que gera riqueza e emprego, mas sim as empresas privadas enquanto expressão de uma economia de mercado ancorada numa sociedade civil livre.
E sem uma sociedade civil livre não há verdadeira democracia.
Pedro Santana Lopes desafia Governo, partidos e Presidente a encararem de vez as reformas eternamente adiadas. "O Estado não tem dinheiro para tudo. Não vale a pena virem dizer que queremos acabar com o SNS ou com a Segurança Social pública. Eu quero manter o SNS e a Segurança Social pública mas defendo a liberdade de escolha e sou contra o gratuito para todos", afirmou.
Chama-se a isto, segundo o líder da Aliança, "lutar para melhorar muitos aspetos do Estado de Direito"
A verdade é que a ALIANÇA já encontrou um discurso mobilizador chamando à responsabilidade o popular Presidente da República que tira muitas fotos mas não pressiona o governo. E assim é fácil mas serve para pouca coisa.
Ao fim dos dois anos da actual governação o que já podemos ver é que não é possível a despesa e a receita continuarem a crescer a este ritmo. O crescimento da economia por enquanto vai disfarçando.
Vital Moreira avisa que a “solução governativa é orçamentalmente dispendiosa e a receita fiscal e a despesa pública não vão continuar a crescer indefinidamente a este ritmo”. Por outro lado, escreve o constitucionalista no blogue Causa Nossa, chegará “o dia em que se torna intolerável a contradição entre a retórica esquerdista e as opções políticas do governo que eles sustentam”.
“Chegará o momento em que o próprio PS chegue à conclusão que a aliança com a extrema-esquerda é demasiado cara, quer em termos financeiros, quer em termos políticos, pelo cancelamento que implica de alguns pontos centrais do programa eleitoral do PS”, afirma o ex-deputado socialista.
O governo começou com uma previsão para a economia de 2,4% acabou em 1,4% . Que moral tem o governo para atacar quem também errou ?
Explorando uma deslocada referência de Teodora Cardoso a um possível "milagre" no défice orçamental do ano passado, um deputado do PCP, mais papista do que o papa na defesa do Governo, veio considerar ser um milagre que Teodora Cardoso ainda tenha emprego e salário. É uma advertência coerente, pois na futura "democracia popular" que o PCP defende não haveria obviamente entidades independentes de escrutínio orçamental e quem ousasse discordar da pauta do poder teria como destino imediato a porta da rua. De facto, há alianças que comprometem...
E quando a execução orçamental, deixa cair os princípios do documento dos doze sábios,( em que se baseou o programa do governo) apostando no consumo interno e se agarra desesperadamente às exportações e às cativações que degradam o serviço público, dá que pensar ouvir o BE e o PCP exigirem a saída de quem falhou bastante menos .