O Estado vai buscar dinheiro a taxas zero ou menos que isso e a banca empresta às empresas a 3%. Grande ajuda. Com o PS é sempre assim quando a ideia é ajudar as PME.
Como pode o Ministério da Economia advogar que as empresas contratem financiamentos para fazer face à crise com taxas iguais às que eram praticadas antes da crise? A ideia é ajudar as empresas e não oferecer à banca um novo e lucrativo negócio.
Acresce que o acesso às vitais linhas de crédito (com taxas quase usurárias, atenta a circunstância) exige, cumulativamente, que as empresas demonstrem rácios de solvabilidade (aferidos pela análise dos capitais próprios); que apresentem as contas de 2019 fechadas (coisa que quase nenhuma empresa terá ainda, uma vez que na prática corrente as empresas fecham contas a partir do fim de Março); e que as empresas declarem ter sofrido uma quebra de pelo menos 20% nas receitas, nos últimos 60 dias, comparados com o período homólogo do ano passado, confirmada por contabilista certificado — período que deveria ser, no máximo, de 30 dias.
Tudo confidencial e na paz dos anjos até ao dia que a câmara ou o estado se vê sem dinheiro ou apertado pelo Tribunal de Contas. Cortadas as benesses aparecem as vinganças envoltas em discursos bonitos sobre a defesa do ambiente.
Vítor Rodrigues ( presidente da câmara de Gaia ) considera que a referida "vingança" se deve ao facto de o Movimento SOS Estuário do Douro estar descontente com o "corte do financiamento confidencial à Quercus (...) de 15 mil euros por ano, assinado no mesmo ano em que desmataram por completo a Quinta Marques Gomes. E o descontentamento pelo fim dos ajustes diretos a uma empresa de árvores e jardins que ganhou dezenas de milhares de euros de ajustes diretos da Câmara e das Águas de Gaia nos anos anteriores".
Recorde-se que a promotora do Marés Vivas, PEV Entertainment, vai levar a associação ambientalista a tribunal, acusando-a de "terrorismo" por ter tentado convencer os artistas confirmados a não atuar no festival.
Pedida a demissão e ganho o concurso por ajuste directo qual seria o poiso seguinte ? Não demorou muito a saber. Concorrer à presidência do INEM .
É assim a Administração Pública, transforma as pessoas em "dirigentes-turbo", sempre num virote, ora agora estou aqui, logo mais ali, mas sempre com um sentido apurado de servir. Até há quem tenha mais que uma função devidamente remuneradas pelo mesmo patrão, o estado. É até muito frequente, o estado disponibilizar carro , motorista e gabinete, com secretárias e a logística necessária para que os turbo dirigentes possam estar em mais que um posto de trabalho ao mesmo tempo.
É a nomenklatura que domina a administração pública, que orienta as "notícias" para a comunicação social ( as que convem ) que resiste à mudança e aos cortes das mordomias que os trabalhadores no privado não têm.
Constitui-se uma empresa com cinco mil euros ( o mínimo permitido por lei) e no mês seguinte ganha-se por ajuste directo um concurso público. O montante é ligeiramente abaixo do valor que permite ajustes directos ( 75 000 euros).
Os sócios não são do governo mas andam nos corredores o que costuma dar "contactos directos" que, por sua vez, dão "ajustes directos". Pedir a demissão depois da "coisa" resultar fica sempre bem, mas vamos ver qual será o novo posto de trabalho quando terminarem os pagamentos . O último que pediu a demissão foi para uma espécie de paraíso. Outros Ajustes directos Em 2013, a ARS LVT fez um ajuste directo de mais de 62 mil euros à sociedade de advogados Vieira Costa Gomes para "implementação das recomendações" de uma auditoria. E a central de compras do Serviço Nacional de Saúde fez ajustes directos de mais de 126 mil euros para compra de serviços de consultoria na ARS LVT. Além desse montante, a central de compras gastou ainda 240 mil euros em auditorias para o mesmo organismo.