Diz o relatório do Regulador. Há milhões de litros de água perdidos por falta de manutenção na distribuição. E os piores de todos são as empresas camarárias.
Os privados estavam presentes na gestão dos sistemas de oito dos 10 municípios com menores perdas de água em 2019, realça um destes operadores, a Indaqua.
Na tese da Indaqua, "Se o país, no seu conjunto, tivesse o mesmo nível de desempenho dos operadores privados, não teriam sido perdidos, só em 2019, 90 milhões de metros cúbicos de água". E se o país tivesse o mesmo nível de desempenho dos municípios concessionados à Indaqua (Fafe, Matosinhos, Santa Maria da Feira, Oliveira de Azeméis, Santo Tirso, Trofa, Vila do Conde) não teriam sido perdidos, no mesmo ano, 119 milhões de metros cúbicos. "Em 2020, o valor sobe para os 122 milhões de metros cúbicos, o suficiente para abastecer o país por quase de 3 meses"
O regulador, dividindo as entidades gestoras em três grupos, reconhece um melhor desempenho daquelas que envolvem privados em relação àquelas que são comandadas pelos municípios. As entidades gestoras de sistemas de titularidade municipal que têm a participação de privados no capital social - não necessariamente maioritária - mostram, no sistema em baixa, uma percentagem de 21,8% de água não faturada, que compara com os 36,8% correspondentes às entidades que gerem sistemas de titularidade municipal em regime de gestão direta.
Hoje fui ali para os lados de Tomar comer lampreia o que faço todos os anos pelo menos uma vez. A visita a barragem é obrigatória . E o que se vê de imediato pelas marcações que a água deixa é que há menos 3 metros de água este ano.
Quando há um problema verdadeiramente importante - e a água é um problema importantíssimo - há que tomar medidas . As primeiras medidas são as que podemos tomar com o menor dispêndio de recursos. E, no caso da água, isso faz-se poupando, não só nas perdas de água tratada na distribuição ( 30%) mas também nos gastos diários de cada um de nós.
A água ( a falta dela) preocupa-me, por isso comecei a poupar no banho diário. Encho uma banheira com a água usada no banho e utilizo essa água ao longo do dia na casa de banho. Poupo dez litros de água por dia. Se formos cinco milhões de pessoas a tomar o banho diário poupamos cinquenta milhões de litros/dia. É muita água.
Hoje recebi a factura da EPAL referente ao último mês. Habitualmente pago cerca de 50 Euros/ mês. Pois não é que a factura baixou quase para metade ? 30 euros.
E não me falem em barragens ( também necessárias) e em grandes despesas. Expliquem às pessoas que se não pouparmos sem dor vamos poupar mais tarde ou mais cedo dolorosamente. Pelo preço cada vez maior.
A empresa pública Águas de Portugal é um conglomerado de dezenas de empresas que conseguiu juntar milhões de prejuízos. Que todos os contribuintes vão ter que pagar como habitualmente. Uma das formas de aliviar a factura aos cidadãos é vender as empresas pertencentes ao Grupo que não sejam estratégicas. Nesse conceito estão as empresas de tratamento de resíduos sólidos. Com as receitas assim obtidas os privados pagariam esses milhões de prejuízos e protegia-se a actividade de captação e tratamento da água ( em alta). A distribuição da água ( em baixa) poderia então ser discutida caso a caso.Pessoalmente não me incomoda nada que o estado mantenha o monopólio ou uma posição maioritária na água. Mas uma coisa é certa. Se na actividade da água não houver uma conta de exploração positiva serão sempre os contribuintes a pagar.
Todos os dias com o café que bebo é-me oferecido um copo de água. Que eu não peço e que não bebo. Nos países ricos o copo de água custa cinquenta cêntimos em qualquer esplanada. Trata-se, não de fazer negócio com a água mas sim, de a poupar.
O grupo Águas de Portugal foi crescendo até se tornar ingovernável. Dezenas de empresas, milhões de dívida e de prejuízos. Há cerca de 500 empresas em todo o país. "Uma coisa é resolver o problema da AdP e outra é dinamizar o sector de modo a permitir uma saudável concorrência entre operadores, públicos e privados, permitindo, desta forma, a eliminação das ineficiências que o distorcem e que comprometem a sua sustentabilidade” .
Para o presidente da AdC, “resolver os problemas do sector não pode significar uma continuidade das estratégias e opções” que levaram até à actual situação do sector da água em Portugal.
“Resolver os problemas de sustentabilidade da AdP não pode passar por mutualizar prejuízos e défices acumulados, arrastando municípios e seus cidadãos para um problema que não criaram, nem ajudaram a alimentar”, advogou Marcelo Nuno.
Não sei se falamos do mesmo. E eles também não : "O grupo AdP acumulou duas torres gémeas” que “crescem a um ritmo de 100 milhões de euros ao ano”: as dívidas dos municípios, superiores a 500 milhões de euros por ano, e um défice tarifário também superior a 500 milhões de euros, disse Afonso Lobato de Faria aos deputados.
O estado criou um "monstro" de dívidas e de prejuízos. Sem concorrência o resultado é este.