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BandaLarga

as autoestradas da informação

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A propaganda tem limites : ainda é cedo e é poucochinho

Ainda é cedo e é poucochinho na opinião das agências de rating e de vários economistas pese embora a pressão do governo.

...uma descida do rating que permitisse aliviar os juros da dívida e trazer o investimento de alguns grandes fundos, há ainda obstáculos a ultrapassar, como a enorme dívida pública e privada, a fragilidade da banca, carregada de crédito malparado, e o ainda fraco crescimento económico. A discussão reabre já no dia 16, com a análise da Fitch.

E a Moody's : "O rating pode subir se a consolidação orçamental e a redução da dívida acelerarem significativamente por comparação com as expectativas. Um crescimento económico muito mais forte seria também benéfico".

E a Standard & Poor´s : "É preciso perceber se esta recuperação é sustentável. Como o efeito base é muito baixo, qualquer pequena recuperação resulta num crescimento percentual muito elevado."

Paulo Soares de Pinho alerta também para os níveis "muito baixo do investimento" porque vê aqui mais um entrave a um crescimento robusto. "É preciso investimento produtivo, não investimento público, que nos traga mais encargos no futuro."

"Portugal ainda não demonstrou capacidade de crescer a médio prazo, e sem provas dadas de um crescimento sustentável e com capacidade para travar a dívida todas as cautelas são justificadas", afirmou o economista Paulo Soares de Pinho, professor na Universidade Nova de Lisboa. "Tenho sérias dúvidas de que os perigos tenham passado."

As agências de rating estão a ser injustas mantendo-nos no "lixo" ?

Francisco Veloso diz que as agências também sabem fazer contas. Se as agências vissem reformas estruturais, uma redução do défice sustentável, e a dívida descer alguns pontos , de certeza que o seu outlooking seria melhorado. Mas ao contrário do que o governo nos diz nada disso é visível.

"Mas basta falar com qualquer pessoa que esteja no mercado financeiro, eles também fazem as contas e sabem como é que se chegou a este tipo de resultado e portanto sabem que há factores estruturais que não estão a ser solucionados com o nível de afinco que talvez fosse necessário para mudar o 'outlook' destes investidores internacionais". 

A confirmação do défice histórico de 2,1% não teve qualquer efeito nos mercados

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Ao que chegamos

A manutenção de Portugal ao nível de "lixo" é uma boa notícia ? A ser uma boa notícia é porque estamos bem pior do que parece. Atualmente, "mantermo-nos estáveis já é visto como boas notícias e isso já vai sendo recorrente", o facto de se "achar que [quando] não acontece nada pior é uma boa notícia", o que "é pena". 

Segundo a vice-presidente do PSD, que falava aos jornalistas à margem de um jantar da JSD em Évora, "até há um ano atrás" Portugal estava "na perspetiva de subir novamente para o nível de investimento, numa outra agência, que não apenas a agência canadiana DBRS".

"Quando saímos do Governo, deixámos o país prestes a passar para um grau de investimento em pelo menos mais uma agência e, portanto, tudo aquilo que seja continuarmos no nível de não-investimento ou no nível de lixo é uma má notícia para o país", insistiu Maria Luís Albuquerque.

O silêncio na comuncação social sobre o assunto representa um profundo alívio. Vá lá, ainda não foi desta que descemos mais um degrau.

Não creio que só nos reste rezar

Na próxima semana a agência DBRS vai rever a avaliação sobre Portugal. Não me parece que a revisão se faça em baixa pois isso teria consequências desastrosas no financiamento do país. A política faz-se de pesos e contrapesos e atirar o país para o "lixo" seria como a detonação de uma bomba.

O BCE andou a vender que queria colocar um ponto final na influência das agências de rating mas nada fez quanto a isso. Estamos nas mãos de uma só agência a única que nos mantém acima do lixo. Centeno já se deslocou ao Canadá para falar com os responsáveis da DBRS e, parece, que conseguiu algumas garantias. Com a apresentação do orçamento que acolhe as linhas vermelhas de Bruxelas estarão afastadas as previsões mais pessimistas.

No entanto, consideram que a meta para o défice de 1,6% "como muito ambiciosa, dados os ganhos optimistas para as medidas de poupança e a estimativa de crescimento de 1,5%". E, dadas estas estimativas e as actuais regras de elegibilidade do BCE, prevêem que "nos próximos trimestres regresse o ruído sobre o "rating" da DBRS". 

Continuamos a um passo do abismo mas não à distancia de um Padre Nosso.

Se o BCE nos tirar o tapete adeus ó vindima

A agência DBRS tem notoriedade mundial por ser a única que mantém Portugal acima do lixo. Vai querer prolongar no tempo essa situação. Mas se o BCE nos tirar o tapete e deixar de nos comprar dívida vamos ter que pedir ajuda externa. Estamos ligados à máquina.

Muitas das reformas nunca deveriam ter sido revertidas, porque se destinavam a fazer com que Portugal saísse de uma década e meia de estagnação económica”, salienta Pedro Braz Teixeira. Para o economista da Universidade Nova, “o Governo já sabe há muito tempo que a economia está má mas não tomou medidas para controlar o défice, fez exatamente o oposto. Escolheu gastar dinheiro na redução do IVA da restauração e na reposição das 35 horas e dos salários da função pública em vez de aumentar o investimento. É uma loucura”.
Estamos presos por arames.
- Veja mais em: https://www.dinheirovivo.pt/economia/647233/#sthash.SlEobqBK.dpuf

Isto vai acabar mal

Mesmo quem como Nicolau Santos, começou por dar o benefício da dúvida à actual "solução conjunta" governativa está a perder a confiança " Ou a tendência inverte ou isto acaba mal".

Diz o jornalista do Expresso que o governo deve ter a aguda consciência de que estamos presos por arames, ou seja, pela política de compra de títulos do BCE e que se ela terminar os nossos juros disparam e necessitaremos de novo de ajuda internacional. É muito inquietante ouvir um dos responsáveis da DBRS, a única agência de notação financeira que classifica a nossa dívida acima de lixo, dizer que a pressão sobre o rating  da dívida portuguesa está a aumentar devido às fracas perspectivas de crescimento para a economia nacional.

Ora só um país que cresce tem capacidade para pagar as suas dívidas. Não há nada mais urgente que o governo tomar todas as medidas para que a economia volte a crescer- mesmo que tenha que corrigir a estratégia.

Se assim não for, estaremos de novo em sérias dificuldades a mais ou menos curto prazo.

E vão quatro

A agência de rating que segura Portugal junto do BCE também coloca em questão a proposta de orçamento assim juntando-se às três restantes.

A DBRS é a agência mais pequena das reconhecidas pelo Banco Central Europeu (BCE), além das três grandes S&P, Moody’s e Fitch – todas as quais emitiram nos últimos dias alertas ao governo português. Porém, a DBRS é, para Portugal, a agência mais importante de todas, por duas razões:

  • Financiamento dos bancos. É graças ao rating acima de lixo da DBRS – o único – que os bancos podem apresentar dívida pública portuguesa como garantia para receberem financiamento do BCE e, sem esse rating, os bancos ficariam relegados à plataforma de emergência que usa o Banco de Portugal como intermediário (como está a acontecer desde fevereiro na Grécia).
  • Compra de dívida pública. É, também, graças a esse rating que o BCE pode incluir a dívida pública portuguesa no programa de compra de títulos que está a decorrer há quase um ano e que tem tido um impacto enorme na redução dos juros de todos os países da zona euro (exceto a Grécia, que continua de fora). Os especialistas não têm dúvidas: sem essa drenagem que o BCE está a fazer no mercado, os juros de Portugal iriam disparar – sobretudo tendo em conta que o governo quer emitir mais dívida no mercado nos próximos anos. 

Só um novo resgate poderia colocar novamente o país na posição em que está agora

Governo dos US acusa judicialmente agências de rating

As Agências de rating sempre se defenderam em tribunal com o argumento que as suas análises são simples "opiniões" o que é um direito garantido pela Constituição dos US. Mas, desta vez, há provas de que no interior da agência se discutiram os riscos de certas operações financeiras que levaram a prejuízos de milhares de milhões de dólares e à falência de milhões de pessoas.

Em Fevereiro, o Governo norte-americano acusou a Standard & Poor’s de fraude civil, argumentando que a agência manipulou deliberadamente os ratings de produtos financeiros com vista a aumentar os seus lucros. Os EUA podem pedir até 5000 milhões de dólares (cerca de 3800 milhões de euros) de indemnização à S&P e à McGraw-Hill, empresa-mãe da agência de rating, também visada na acusação governamental.

Nas declarações divulgadas nesta sexta-feira, Doug Peterson refere-se aos ratings da Standard & Poor’s como “opiniões”. O argumento de que as avaliações das agências de notação financeira não são mais do que opiniões e que, por isso mesmo, estão protegidas pelo direito à liberdade de expressão, sempre serviu como uma barreira intransponível nos tribunais.

Aproveitar a boleia e meter a agência em tribunal

Os US acusaram a Standard & Poor's de ilegalidades que prejudicaram muitos milhões de cidadãos. E pedem uma indemnização de milhares de milhões. Parece que o DCIAP quer usar as provas que existem para avançar também com uma acção . Ficam de fora as outras duas agências . A defesa que estas agências costumam apresentar, e com êxito, é que apenas dão informações, só as segue quem quer, não tendo nenhuma responsabilidade. O direito à expressão faz o resto, iliba-as! Talvez as coisas estejam a mudar!