Saltar para: Posts [1], Pesquisa [2]

BandaLarga

as autoestradas da informação

BandaLarga

as autoestradas da informação

A "boa imprensa" não fala das Contas Externas

Tavares Moreira acompanha, atento, o comportamento das nossas Contas Externas  (  talvez o mais importante dos índices económicos) que raramente são referidas na imprensa . A razão é simples. São uma boa surpresa.

"Vivemos, efectivamente, num universo mediático em que a mais rematada incoerência e a falta de conhecimento dos assuntos tratados dão as mãos para informar o público da forma mais desastrada e (naturalmente) causadora da maior confusão…"

"Contra toda a expectativa (minha, inclusive), a informação hoje divulgada pelo BdeP relativa à posição das contas externas no corrente ano, até ao final de Setembro, revela uma considerável melhoria face aos valores registados em igual período de 2013."

Um saldo dos saldos, ou seja Balança Corrente + Balança de Capital,  positivo, de € 2.697,3 milhões, superior em 28,4% ao observado em 2013 (€ 2.101,1 milhões).

Não deixa de ser curioso notar que assistimos, na semana passada, a mais um incompreensível exercício de lamentação colectiva, por parte da generalidade dos "media" bem como de boa parte dos "opinion-makers", a propósito do anúncio do agravamento do défice comercial ( de Mercadorias, não considerando os Serviços, que também fazem parte do saldo comercial) até Setembro…

Dá que pensar

No 4ª R : Por falar em pensões, é de salientar o caso dos complementos sociais atribuídos a mais de um milhão de pensionistas para garantir pensões mínimas não sujeitos a condição de recursos.

Em 2013 foram pagos 2,6 mil milhões de euros em complementos sociais. Estudos (Miguel Gouveia e Carlos Farinha Rodrigues, 2003) apontam para que 68% dos pensionistas que auferem estas prestações sociais pertencerem a agregados familiares que não são pobres, o que significa que uma parte significativa desta despesa da segurança social não seria devida se a estas prestações fosse aplicado o critério da condição de recursos. 
Acresce que estas pensões têm vindo a ser actualizadas, enquanto a actualização da maioria das prestações sociais sujeitas a condição de recursos está congelada desde 2010, assim como as pensões baixas dos regimes contributivos. 
Numas contas rápidas e conservadoras, a aplicação do critério da condição de recursos às pensões sociais poderia libertar mais de mil milhões de euros, o correspondente a 0,6% do PIB. Dá que pensar...

O Estado vive à custa do país que trabalha

Do 4ª R e da autoria de Pinho Cardão : " Escondido, há o país que trabalha. Que investe e motiva, que produz e exporta, que labuta sem greves nem desânimo. O país a quem todos devemos ser ainda país. E aquele a quem o primeiro deve o receber o ordenado, maior ou menor, no fim do mês.  

A comunicação social, inculta e ignorante, e também arrogante, aplaude o primeiro, promove-lhe a agitação, acompanha-lhe os passos, cobre-lhes as iniciativas em directo. Ao mesmo tempo que, dando-lhes toda a voz, censura, em absoluto, o segundo.
ps: o primeiro país (... é o país dos funcionários públicos em greve, dos trabalhadores das empresas públicas que querem ser sempre funcionários, daqueles professores do ensino público que tudo contestam e nada aceitam, dos polícias em manifestações, dos militares contestatários, dos deputados que, num contínuo palavreado oco e violento, mostram que nada entendem da sua missão e da tolerância que a democracia impõe, dos políticos profissionais doentes e incendiários por falta de protagonismo ou de poder. Este país vive à custa do país que trabalha).

Acentua-se a melhoria das contas externas

No 4ª R : (...) Segundo essa informação, acentua-se a melhoria já verificada em meses anteriores (e de que aqui demos devida nota), traduzida nos seguintes principais dados:

- Balança Corrente: + € 1.163 milhões (0,7% do PIB)
- Balanças de Bens + Serviços: +€ 2.336 milhões (1,4% do PIB)
- Balanças Corrente e de Capital: + € 3.727 milhões (2,3% do PIB)
Quer isto dizer que o desendividamento da economia em relação ao exterior prossegue, a ritmo crescente, graças exclusivamente ao esforço do sector privado uma vez que o Estado – Administrações Central, Regional e Autárquica mais os respectivos sectores empresariais – continua a aumentar as suas necessidades de financiamento (vide relatório do OE/2014, páginas 120 a 128), mostrando-se virtualmente insaciável...
O esforço do sector privado tem sido inaudito, reflectido em inúmeras reestruturações de empresas, em ousadas mudanças de estratégia comercial incluindo a conquista de novos mercados, em redução de postos de trabalho, em enormes sacrifícios para tantas e tantas famílias que, no sector privado, ficaram expostas a este exigentíssimo ajustamento...
....tudo isto contrasta com um sector público onde tantos teimam em resistir à mudança, em que interesses corporativos instalados rejeitam partilhar este esforço de ajustamento – ferindo gravemente os princípios constitucionais da equidade de tratamento e da proporcionalidade na carga de sacrifícios – paradoxalmente apoiados numa peculiar jurisprudência do TC...

Enquanto o Estado faz greves e manifestações para não mudar

4ª República : ... estamos a testemunhar uma verdadeira revolução económica, que se traduz numa total inversão do desequilíbrio de contas com o exterior em que o País viveu durante mais de 15 anos e que nos endividaram até ao limite das forças...
2. A informação da última edição do Boletim Estatístico do BdeP, divulgado na semana passada, referente ao período até Maio, é muito elucidativa a este respeito, como se depreende pela evolução das principais rubricas da Balança de Pagamentos com o exterior:

– Saldo das Balanças de Bens + Serviços = + € 875 milhões

- Saldo das Balanças Corrente + Capital = + € 1.437 milhões

3. Em função do padrão habitual intra-anual, estes excedentes deverão aumentar significativamente nos próximos meses, tendo o BdeP, no Boletim Económico de Verão, divulgado também na pretérita semana, apresentado projecções de superavits para o conjunto do ano em curso que atingem 3% e 4,5% do PIB para as Balanças de Bens+ Serviços e para as Balanças Corrente+Capital, respectivamente, aumentando para 4,9% e 6% do PIB em 2014.
4. Ao mesmo tempo, existem informações que parecem confirmar que a economia terá abandonado tecnicamente o “mood” recessão já no 2º trimestre do corrente ano, esperando-se que o PIB venha a apresentar uma variação positiva, em relação ao trimestre anterior, após 10 trimestres SUCESSIVOS de declínio...

A catástrofe anunciada pelos fregueses do estado

No 4ª República, a catástrofe anunciada por tudo o que vive do orçamento e dos serviços públicos é bem ridicularizada. Com números. Limpinho.

(...) 6. Esta evolução será pelo menos de PASMAR para quem esteja atento ao fervilhar de comentários catastrofistas que diariamente inundam a comunicação social portuguesa, escrita e falada, que já sentenciou pelo menos 1.000 vezes o fracasso definitivo e irrevogável do projecto Euro, e o consequente abandono do mesmo como solução mais recomendável – tema aliás tratado como se revestisse a mesma complexidade do consumo de um expresso no café de rua mais próximo...
7. Como é que os mercados podem estar tão cegos e ser tão ignorantes, não entendendo esta mensagem apocalíptica da elite pensante de um nobre Povo? Como podem arriscar-se desta maneira, investindo tão afoitamente numa moeda e em emitentes soberanos se estes estão de facto à beira do colapso, arrastando consigo todo um arraial de desgraças económicas e sociais?
8. Ou será que os mercados financeiros terão já percebido que o mercado da opinião político-económica em Portugal, um oligopólio controlado por uma elite pensante fixa e inamovível,  tem como driver  dominante a perda progressiva de qualidade da Mesa do Orçamento, com uma carta de serviço “downgraded” e menos opções na lista de vinhos? (...)

Na verdade as yelds estão mais baixas que há três anos ( ainda antes do delírio socatrista), desceram mais rapidamente em Portugal do que na Alemanha e nos Estados Unidos, a Espanha e a Itália colocam dívida a taxas baixíssimas...