Um brilharete à custa dos portugueses. Então haveria de ser à custa de quem? Dos alemães ? Já foi o 3º resgate, depois a espiral recessiva, agora o "brilharete" é à custa na despesa. 2/3 na despesa e 1/3 na receita. Mas não era para ser assim? A nova narrativa do PS é que é possível equilibrar as contas públicas sem sacrifícios. Não está mal ainda agora a Grécia conseguiu isso .
A execução orçamental foi alcançada em "dois terços pela redução de despesa e em um terço através do aumento de receitas. O défice caiu 2.700 milhões, e 700 milhões recorrem de mais receita".
"Os portugueses pagaram mais impostos porque há mais emprego, mais contribuintes, mais actividade económica. O Governo fez a sua parte, conteve a despesa pública. São resultados bons para os portugueses".
A par com a UE que também cresceu 0,9% no seu conjunto. Depois de ter passado três anos a recuar, a economia portuguesa regressou a terreno positivo no ano passado, com o PIB a avançar 0,9%.
Embora Portugal acabe o ano com um crescimento anual igual ao da média dos parceiros comunitários (0,9%), como também foi divulgado esta manhã pelo Eurostat, na recta final de 2014 a economia nacional acabou por perder algum ritmo. Só a Itália, Finlândia, Chipre (estes três em terreno negativo), Áustria e França registaram um crescimento trimestral homólogo mais fraco do que o português.
Diga-se em abono da verdade que não foram poucos e bem mais poderosos.
O desemprego no último trimestre de 2014 subiu em relação ao trimestre anterior ( verão) mas em relação a 2013 desceu. O desemprego de um ano para o outro desceu 2,3%, mas há sempre um título de jornal que se arranja para meter "sobe". Se lermos o artigo percebemos que há menos desempregados mas como a maioria não passa dos títulos o desemprego subiu.
Se olharmos para a média do ano, a taxa de desemprego ficou nos 13,9%, o que representa uma diminuição de 2,3 pontos percentuais face à média de 2013. "A população desempregada foi de 726,0 mil pessoas, tendo diminuído 15,1% em relação ao ano anterior (menos 129,2 mil pessoas). A população empregada, estimada em 4 449,5 mil pessoas, registou um acréscimo anual de 1,6% (mais 70,1 mil pessoas)", nota o INE.
PSD diz que a execução orçamental de 2014 foi feita "2/3 pela despesa" e sem aumento de impostos. O PS diz que o brilharete foi conseguido "à custa dos portugueses". Mas concordam num ponto importante. A execução orçamental foi um brilharete, com controle da despesa e aumento da receita à custa do alargamento da incidência dos impostos. Mais gente a pagar.
Em nota enviada à imprensa o Ministério das Finanças explica que "para este resultado contribuiu a redução da despesa em 1.192,7 milhões de euros, bem como do aumento da receita em 568,8 milhões de euros", acrescentando que "Excluindo os juros, o saldo primário regista uma melhoria de 1.911,9 milhões de euros, fixando-se num excedente de 1.029,7 milhões de euros, contribuindo para este resultado também a redução da despesa primária (despesa excluindo os juros) em 1.343,1 milhões de euros".
Os que diziam que era impossível deviam estar contentes por estarem enganados. Trata-se da situação financeira do país.
2014 pode ser bem melhor do que o inicialmente previsto se as eleições não lixarem tudo isto. A UTAO calcula o efeito de 'carry-over' [arrastamento] para 2014 em 0,8%, o que permite admitir uma mais elevada taxa de crescimento para o PIB (de 0,8% para 1,2%)", lê-se no relatório da unidade independente que apoia os deputados.
Segundo as contas da UTAO, por cada ponto percentual que o PIB aumente, o saldo das administrações públicas aumenta em 0,3 pontos percentuais, a dívida diminui em 1,5 pontos percentuais e a taxa de desemprego diminui em 0,3 pontos percentuais.
"Neste contexto, o impacto que se estima desta alteração face ao OE2014 [Orçamento do Estado para 2014], é de uma melhoria do saldo das administrações públicas em 0,1 pontos percentuais (de -4% para -3,9% do PIB), uma redução da dívida pública em percentagem do PIB, em 0,4 pontos percentuais, e uma diminuição da taxa de desemprego em 0,1 ponto percentual ", calcula a UTAO.
A confirmarem-se estes cálculos, a dívida pública em percentagem do PIB seria de 126,2% em 2014 e não os 126,6% previstos no OE2014 e a taxa de desemprego seria de 17,6% e não de 17,7%.
Que as eleições não lixem tudo isto é o meu mais sincero desejo!
Dizer que 2013 foi melhor do que o inicialmente previsto. Que 2014 vai ser melhor que 2013 e que 2015 pode ser bem melhor que 2014 tem pouco de católico.
Há meia dúzia de meses atrás houve um ataque concertado de certos sectores que não conseguem viver longe do orçamento, exigindo eleições antecipadas. Sem que as sondagens sugerissem qualquer solução política consistente. Como hoje é evidente, teria sido mais uma pazada na nossa própria sepultura.
Pela primeira vez, é possível vislumbrar a possibilidade de recuperação cíclica invulgarmente robusta(...) e a primeira previsão para 2015, com a perspectiva de uma taxa de crescimento de 1,4%, ponto central de um intervalo que admite uma progressão de 0,3% no pior cenário e um avanço de 2,5% na melhor das hipóteses.
Nestes cenário cada vez mais consistente a criação de emprego será uma realidade muito bem recebida.
Que a troika se vá embora. Que os Portugueses tenham mais uns trocos no bolso. Que, mesmo "tesos", continuem a encher os hoteis nas férias e nas festas. Que continuem a queixar-se mas sem dar razão ao Dr. Mário Soares. Que se privatizem as empresas cheias de prejuízos e cheias de greves. Que a economia cresça. Que os desempregados arranjem emprego. Que as escolas ganhem autonomia e se libertem de vez do alucinado Nogueira.
E que se mantenha a liberdade, o emprego, a democracia e a saúde. Eis o que desejo para o país e para todos nós.