Sobre a minha morte decido eu
Sobre a minha morte, decido eu!
O debate político-social que começa agora a manifestar-se na sociedade portuguesa sobre a morte medicamente assistida, vai seguramente radicalizar posições.
Vão-se dizer imensos disparates políticos, ao sabor de sondagens e de estudos de opinião.
Vão-se dizer imensos disparates técnicos, para disfarçar posições meramente culturais, religiosas ou individuais.
Vão-se dizer imensos disparates jurídicos, pagos a preço de ouro, sustentando, simultaneamente, tudo e o seu contrário.
Diga-se o que se disser: sobre a minha morte, decido eu!
No dia em que sentir que o somatório das alegrias que ainda deixo aos que me rodeiam for inferior ao somatório das mágoas que os faço sentir, é o dia em que eu decido.
E, nesse momento:
- Não autorizo qualquer político oportunista a decidir por mim;
- Não autorizo qualquer religioso fundamentalista a decidir por mim;
- Não autorizo qualquer jurista vendedor de pareceres a decidir por mim;
- Não autorizo qualquer técnico, por mais credenciado que seja, a decidir por mim.
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Repito: no dia em que sentir que o somatório das alegrias que ainda deixo aos que me rodeiam for inferior ao somatório das mágoas que os faço sentir, é o dia em que eu decido.
E, nesse dia, não permito que qualquer autoridade impeça a minha dignidade:
- Sobre a minha morte, decido eu!
Carlos Paz
PS : é o direito à liberdade de escolha que nesta matéria como em muitas outras, está em discussão . O resto é tentar limitar a liberdade individual