Sem reformas estruturais os juros sobem
Lá para o fim do ano o BCE vai dar por terminado o programa de compra de dívida o que vai contribuir para o aumento das taxas de juro a somar ao crescimento que já se faz sentir. E isso, tendo o país uma dívida gigantesca, não ajuda em nada.
Há uma probabilidade elevada dos investidores internacionais penalizarem os leilões dos periféricos do euro (Itália e Portugal), exigindo taxas muito mais altas do que nas operações anteriores, e continuarem a aceitar juros muito baixos no caso das emissões de Bunds (alemães) e do MEE.
O regresso a um quadro de clara dissociação entre as trajetórias dos juros nos periféricos e no centro do euro é um dos riscos assinalados por muitos analistas.
Sem reformas estruturais que PCP e BE não deixam fazer as taxas de juro vão subir ( no caso de Portugal já estão nos 2%) o que em qualquer caso é uma bomba para as finanças.
Esta semana há um novo leilão do Tesouro.
No prazo de referência, a 10 anos, os juros (yields) fecharam no mercado secundário acima de 2% na sexta-feira e abriram esta segunda-feira em queda ligeira, registando 1,96%. Apesar de estarem, agora, abaixo do limiar dos 2%, estes juros estão claramente acima do mínimo histórico de 1,67% ocorrido no último leilão, naquela maturidade, realizado a 9 de maio.
As taxas atuais de mercado a 5 e 10 anos apontam para o fim de juros em mínimos históricos nos leilões de dívida de médio e longo prazo organizados pela Agência de Gestão da Tesouraria e da Dívida Pública (IGCP).