Sem reformas estruturais não há verdadeiro crescimento
Fora dos mecanismos de solidariedade da União Europeia, sem acesso à compra da nossa dívida sob a “protecção” do Banco Central Europeu, desligados da moeda única e tendo de pagar as dívidas no regresso ao escudo como divisa nacional, condenaríamos pelo menos duas gerações de portugueses a uma pobreza clamorosa.
Estamos, portanto, no rumo certo. Mas sem motivos para grandes festejos. Porque, segundo as mais recentes estimativas, Portugal registará em 2018 apenas o quinto maior crescimento de todos os países que integram a União Europeia: 2,2%.
Meta demasiado modesta para um povo que já enfrentou tantos sacrifícios e tem, portanto, o direito de esperar dos seus governantes soluções políticas que nos permitam convergir sustentadamente com a média europeia, em lugar de nos afastarmos dela.
Esta meta coloca-nos a grande distância de países como Malta (que em 2018 deverá crescer 5,6%), Roménia (4,5%), Polónia (4,2%), Eslovénia (4,2%), Eslováquia (4%), Hungria (3,7%), Bulgária (3,7%), Letónia (3,5%), Estónia (3,3%) ou República Checa (3,2%).
Nos próprios países que, tal como o nosso, foram sujeitos a programas de assistência financeira nos últimos anos, qualquer deles nos supera. Desde logo a Irlanda (que deverá crescer 4,4% em 2018), mas também a Grécia (2,5%) e Chipre (2,5%). Sem esquecer a economia espanhola, que este ano deverá registar uma expansão de 2,6%.