Saia uma dose de jornalismo de investigação
Uma operação montada por alguma imprensa sobre um medicamento que garante curar a hepatite C. Custa a módica quantia de 50 000 Euros a dose. É um problema de grande dificuldade ético-política. Ouve-se por aí "qualquer vida humana vale mais do que considerações economicistas". Há por aqui o dedo de uma qualquer empresa de comunicação e imagem ao serviço de uma qualquer empresa farmacêutica. O que não se desculpa é que a imprensa não faça o essencial do seu trabalho, que é o de interrogar e ouvir o contraditório. Acaso nos disseram qual o número potencial de doentes que podem vir a estar envolvidos? Que o custo total desta operação, estimado para o estado, poderá rondar as centenas de milhões de euros? Que só há um país onde o estado paga 100% deste medicamento? Acaso se interrogaram onde poderá o estado ir buscar o dinheiro? Cortar onde e com que consequências?
Preocuparam-se em saber de onde virão estas notícias que divulgam e com que interesse? Preocuparam-se se elas podem prejudicar as negociações entre o governo e os laboratórios para chegarem a um custo mais aceitável?
Nestas matérias dos direitos que todos têm ou deviam ter, nada é tão simples como parece. Se fosse só pagar sem preocupações da razoabilidade e sustentabilidade da despesa pública, era fácil. Claro que há sempre a hipótese de aumentar os impostos. ( a partir de um texto de MST- Expresso)