Rankings das escolas - um serviço público
Não há uma escola pública, há diversas escolas públicas e essa informação é relevante para pais e professores. E para as próprias escolas como forma de comparar instrumentos e resultados. Durante muitas décadas os defensores do centralismo da Educação no Ministério e na Frenprof opuseram-se com violência à publicação dos rankings.
No limite, o que está verdadeiramente em causa com a publicação dos rankings é a transparência da administração e não a forma como os cidadãos e as empresas de comunicação utilizam informação que deve ser de acesso livre a todos os cidadãos. Os detratores dos rankings mais não fazem que proteger a administração pública e os decisores políticos do escrutínio público. Bonito serviço.
Da parte que nos toca, tentaremos, mais uma vez, desmontar aquilo que consideramos ser uma narrativa demagógica e articulada para subtrair o serviço público de educação ao escrutínio dos portugueses, impedindo-os de observar, comparar, avaliar e, no final de contas, de formar opinião e retirar as suas conclusões sobre a qualidade de uma importante parte do trabalho que se faz nas escolas.
Da mesma forma que há serviços melhores que outros ou profissionais mais competentes que outros, também o desempenho das escolas (seja na rede pública ou na rede privada) varia muito em função das suas lideranças, do seu corpo docente, dos seus projectos educativos e dos alunos com que lida. Mas incómoda porque esta constatação que vê “escolas públicas” (no plural) colide frontalmente com o discurso monopolista e centralista que durante anos orientou o ministério da Educação — o da “escola pública”, no singular, como se só existisse uma escola-modelo e todas as outras fossem suas réplicas.