Os que gritam por mais emprego são os que odeiam quem o cria
Como pode um partido exigir mais emprego e ao mesmo tempo sugerir todos os dias que está contra os empresários que o criam ? Falamos muito de capitalismo selvagem mas falamos pouco dos que estão a fazer as coisas certas. Já ninguém acredita apenas no discurso redistributivo, até porque hoje se tornou evidente que ele implica um pesado fardo para as classes médias, esse conjunto imenso de famílias que, estando longe de figurar entre os mais ricos, suporta a grande fatia dos impostos.
Tal como no Reino Unido as sondagens indicam um empate técnico entre PS e PSD/CDS. O que isto realmente significa é que os portugueses já não acreditam em contos de fadas. Querem soluções, desejam políticas que lhes falem aos problemas e não ao coração. As pessoas não querem ideologia querem a abordagem pragmática do "isto resulta, isto não resulta".
No fundo trata-se de recentrar a política com a vida real. Todos concordam que é importante existir alguma redistribuição, todos aceitam que é inevitável que se produza alguma desigualdade, mas poucos se contentam com discursos encantados que prometem solucionar tudo.
Passos Coelho às vezes é bruto ao dizer cruamente estas verdades mas António Costa devia perceber que tem uma oportunidade de mostrar que não é um mero vendedor de promessas
PS : Martim Avillez Figueiredo-Expresso)