Os holandeses tinham razão
Andamos a empobrecer alegremente mas não há responsáveis porque isso implica admitir os erros grosseiros de quem nos tem governado.
A gestão do curto prazo leva-nos a um país hipotecado, com um reduzido crescimento potencial e cada vez mais dependente de subsídios. Fomos ultrapassados por todos os países que entraram na União Europeia este milénio, sem que qualquer responsabilidade ou razões fossem apuradas.
Ao impedir a responsabilização das estratégias e investimentos anunciados, seja ao nível do cumprimento ou da sua eficácia, evita-se corrigir a estratégia económica futura. Qual o resultado das estratégias anunciadas nos últimos 20 anos? A da década, a dos centros de decisão nacional, a de Lisboa ou ainda a estratégia industrial…
São tantas as estratégias que é fácil um cidadão deixar de acompanhar e perder o interesse. Mas o sistema está feito para isso mesmo. A corrupção, os conflitos de interesse, os negócios de milhares de milhões feitos em prejuízo da economia nacional, demonstram que em nada se tem alterado o rumo do país.
O problema nunca está nos políticos que nos governam há décadas com os mesmos resultados e objectivos – ficar à frente a Grécia. Este dinheiro que aí vem tem de ser supervisionado pela União Europeia ou cairemos no mesmo: o benefício de alguns, hipotecando o próximo século de muitos.