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BandaLarga

as autoestradas da informação

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Os directores da PJ estão a ser substituídos por boys e girls


 







O ESTADO DA NAÇÃO



Portugal vive um momento politicamente estranhíssimo e perigoso.



O PS sempre teve uma particular tendência para se apropriar, de forma tentacular, do Estado, tomando-o como seu. Todos nos lembramos da famosa frase de Elisa Ferreira, "o dinheiro é do Estado, o dinheiro é do PS".



Todas as democracias evoluídas têm um conjunto de pesos e contrapesos que impedem que um partido se aproprie do Estado. Alguns desses contrapesos são de nomeação política como o de Governador do Banco de Portugal, Procurador Geral da República, ou Presidente do Tribunal de Contas. A quase totalidade desses lugares já foram capturados pelo PS, com a aquiescência do PR e do líder da oposição..



Pois bem, grande parte do problema está aqui. Aquilo que seriam os contrapesos, os "fusíveis de segurança" mais óbvios não estão a funcionar. Temos um PR eleito pela direita, vencendo os candidatos socialistas, que, quando não está ocupado como clown de serviço a tirar selfies, está entretido a prestar prestar vassalagem ao Governo. E temos um líder da oposição cujo o seu desejo, pouco secreto, parece ser membro do PS, partido onde diz que provavelmente estaria se Sá Carneiro não tivesse criado o PSD.



Faz-me confusão que as pessoas não se apercebam da desfuncionalidade gritante disto tudo. Todos os "teatros" sociais em que as pessoas desistem do seu papel correm mal. Tal é válido para quando um pai desiste de ser pai, um professor desiste de o ser, ou um líder da oposição não o é, sendo citado pela extrema-esquerda espanhola do Podemos como a oposição que gostariam de ter por lá.



Este clima de concordãncia, que não é mais do que paz podre. é, ao contrário do que se possa pensar, péssimo para a saúde da democracia e do país. A política tem aversão ao vazio e quando um determinado espaço deixa de ser ocupado, abre-se o caminho a uma ocupação desse espaço por novas forças, que poderão ser potencialmente perigosas especialmente no caso de serem inorgânicas.



Todo o diagnóstico da situação parece-me algo simples, que entra pelos olhos a dentro de quem quer ver. No entanto, nós continuamos contentes, às vezes mesmo inebriados, a ouvir a orquestra tocar, enquanto o Titanic afunda.