Odiar perdidamente
Odiar tudo a que se resume a nova esquerda
Contudo Passos Coelho teria indignação com qualquer escolha profissional. Porque, e é disso que escrevo, há setores ideológicos que se especializaram no ódio. As críticas a PPC não são escrutínio de um ex-governante. São jarros de cianeto provenientes de metabolismos que o produzem em abundância. Quem critica Passos Coelho são as mesmas pessoas que corriam agoniadas para as redes sociais e para os media denunciar a atroz perseguição à, garantiam-nos, vida privada de Sócrates quando surgiam notícias das investigações do ministério público. Ou quando alguns, poucos, meios de comunicação social noticiavam a vida muito cara parisiense e questionavam como encaixava nos rendimentos apresentados. (Porque bastava saber fazer contas de somar para logo torcer o nariz com tão potente aroma da aldrabice.)
Impressiona (mal) o contraste entre a complacência oferecida a um ex-governante que se foi passear para Paris alegadamente com empréstimos e mesadas da mãe (mesmo se verdade, aparentemente consideram que um adulto em quem se pode confiar decisões políticas de um país pode ter somente este tipo de receitas) e o espumar de raiva por PPC, bem, não se ter tornado um sem abrigo ou caído noutra situação igualmente destituída.