O verão da tolerância zero para António Costa
António Costa correu para as televisões para fazer o "damage control" mas o seu desconforto era visível e a coisa não correu bem. É óbvio que, politicamente, há um antes e um depois do incêndio de Pedrógão Grande .
Catarina Martins reza para que venha chuva e Jerónimo diz que é preciso saber a verdade. A confiança foi-se. António Costa faz perguntas mas o que se exige dele é que dê respostas. Para mais sendo um ex-ministro das florestas.
O PS pela voz do César "pater família" ensaia o discurso do "não é conveniente a partidarite" tentando evitar as perguntas a que o governo terá que responder. A população está em choque e exige a verdade. Já há versões terríveis de testemunhas presenciais do descontrole da coordenação do combate ao incêndio .Veja-se que por enquanto o verão está no início mas todos sabemos que este verão vai ser tão mau como todos os outros. A confiança foi-se.
Num artigo duro sobre o que se está a passar em Portugal, o correspondente do “El Mundo” escrevia que esta tragédia pode por fim à carreira política de António Costa. A profecia parece-me claramente exagerada, mas toca numa questão que está ainda adormecida no debate: quais são as consequências políticas? É lícito concluir que se fosse com outro Governo, e sobretudo com outra oposição, a discussão política já teria subido de tom.
Mas nas próximas semanas será inevitável .