O sindicato diz que a questão da escola pública é política
E é. Não tem a ver com a qualidade do ensino nem com o interesse dos alunos, é uma questão puramente política. Tem a ver com o controle do que se ensina desde tenra idade aos alunos e com o controlo sindical de cerca 200 000 pessoas entre professores e outros funcionários. E tem a ver com a centralização do poder nos burocratas do ministério. E com um sistema de circuito fechado onde, a ser possível, não haveria avaliação de professores e alunos, nem rankings de escolas.
Os alunos filhos de famílias ricas frequentam boas escolas privadas; os alunos filhos de famílias remediadas frequentam boas escolas públicas; os alunos filhos de famílias pobres frequentam más escolas públicas. Em Portugal, com a escola pública, perdeu-se o mais poderoso ascensor social. Caído numa má escola pública não há nada que livre o aluno dessa penitência.
A Constituição diz que a escola pública é gratuita e universal? Óptimo, não diz é que as famílias não podem escolher a escola, seja ela propriedade do estado ou de um privado. Não diz nem pode dizer nunca, cabe às famílias escolher a melhor escola para os seus filhos.
Mas como o sindicato diz sem vergonha trata-se de uma questão política.